Blast from the Past: Phantasy Star Online Episode I & II (GC)

em 14/02/2010

Durante longos anos a Nintendo foi cabeça dura. Do lançamento do GameCube em 2001 até o seu fim em 2006, a Big N insistia em não investi... (por Gustavo Assumpção em 14/02/2010, via Nintendo Blast)

pso-1-2 Durante longos anos a Nintendo foi cabeça dura. Do lançamento do GameCube em 2001 até o seu fim em 2006, a Big N insistia em não investir nas possibilidades online do seu console. Foram anos difíceis onde essas decisões nada elogiáveis acabaram tornando o GameCube menos competitivo – colocando o console num incômodo terceiro lugar na corrida dos consoles.

Nesse período, poucas eram as produtoras que ainda insistiam em investir em games online no console. Uma delas foi a SEGA, quando inaugurou o serviço com Phantasy Star Online Episode I & II, lançado para o GameCube no final de 2002.

O início de uma era… que não durou

pso-ramar PSO era uma união dos episódios lançados originalmente para o Dreamcast em 2001. Super elogiados pela crítica, o game acabou chegando não só ao GameCube como também ao X-Box. Um lançamento também chegou a ser anunciado para o Playstation 2, mas o game acabou nunca chegando até a plataforma da Sony.

No GameCube, para se jogar o título era necessário a compra de um modem para a conexão do console à internet. Havia dois tipos do periférico: um para conexão em banda larga e outro para conexões discadas. Para ambos ainda era necessário que o jogador adquirisse uma assinatura mensal no valor de U$ 8,90 para ter direito a interagir com jogadores do mundo todo.

Embora tecnicamente o game funcionasse muito bem (sem lags ou coisas do tipo), ele não acabou conseguindo atingir um público muito grande, principalmente influenciado pela impopularidade do serviço online no GC. Mesmo sem grande recepção dos jogadores, o game oferecia uma grande experiência e um desafio dos mais elevados.

Conquista e interação extrema – até mesmo offline

phantasy12gc_001-large phantasy12gc_002-large phantasy12gc_003-large

Já prevendo que o modo online não seria lá muito bem visto pelos nintendistas, a SEGA adicionou uma importante função: a possibilidade de jogar o game com até quatro jogadores em tela dividida. Assim, qualquer um poderia desfrutar da experiência de jogo sem a necessidade de uma conexão -mesmo que online ela fosse mais divertida e intensa.

Engana-se quem pensa que Episode I & II seja apenas um port dos games do Dreamcast. Além de um upgrade visual, o game ainda recebeu vários elementos novos – e isso inclui algumas missões, cenários, armas, inimigos, chefes e conquistas, o tornando o mais completo dos PSO lançados até então.

Entender como a jogabilidade do título funciona não é lá muito difícil. Ele é basicamente um RPG de ação, com batalhas em tempo real em um esquema voltado para a cooperação. São várias classes de personagens e não raras as vezes em que somente a união de vários tipos de classes são suficientes para derrotar chefes e completar missões.

Há um processo de customização dos personagens bem interessante. Por meio dele é possível escolher roupas, itens, cor de cabelo, raça, altura… nada muito diferente do que vemos hoje, mas que na época foi uma certa revolução (ou você acha que em 2002 os games eram tão complexos como hoje?).

O sistema de jogo era simples e permitia a interação com jogadores do mundo todo, até mesmo com players vindos do X-Box ou do Dreamcast. Iniciado o jogo, é possível recrutar membros para o seu time. Montado seu grupo de quatro players, bastava criar uma sala e partir para as missões.

Básicas e muito divertidas, elas geralmente se resumem a derrotar inimigos e chefes.  Tudo isso claro para conseguir itens cada vez mais raros e aumentar o nível do seu personagem. Era possível realizar trocas com outros jogadores e até comprar armas e itens, tudo para oferecer uma experiência extremamente interativa. Além do modo principal (online ou offline) ainda existiam modos extras onde era possível mergulhar ainda mais na proposta da SEGA.

Phantasy Star só no nome

phantasy12gc_004-large phantasy12gc_005-large phantasy12gc_006-large

Embora carregue o nome Phantasy Star, um dos mais respeitados quando o assunto são RPGs, Online não tem uma grande preocupação em ser identificado como um título pertencente a série. Tirando a caracterização de cenários e personagens, sobra muito pouco que lembre os games originais do Master System e do Mega Drive. Falta uma história mais bem trabalhada e talvez personagens que consigam conduzir uma trama em meio a tantas missões.

Visualmente o game foi bem… quando era um game para Dreamcast. No GameCube ele parece feio e inexpressivo. Os personagens são robóticos e os cenários estáticos e sem brilho. Mas dá pra entender, afinal o mote aqui não é o visual ou o carisma dos personagens – o grande trunfo está na experiência cooperativa e nas missões.

No que se propõe, Phantasy Star Online Episode I & II é um senhor game. Dá pra passar horas com seus amigos (ou com gente desconhecida online) coletando itens, derrotando chefes e ganhando níveis. É um game bem divertido e símbolo de uma época onde a Nintendo remava contra a maré.

Siga o Blast nas Redes Sociais

Estudante de Jornalismo, apreciador de rock britânico, pouco cuidadoso com as palavras, rico de espírito, triste com as relações nesse mundo e esperançoso com o futuro.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Você pode compartilhar este conteúdo creditando o autor e veículo original (BY-SA 3.0).