Bem antes de imaginarmos a existência do Wii, a Nintendo já investia na possibilidade de games com sensores de movimento. A primeira aposta da Big N a utilizar essa possibilidade foi Kirby Tilt'n Tumble, um simpático game que unia puzzle e plataforma lançado para GameBoy Color em 2001. É ele que relembraremos hoje nesse Blast from the Past.
Você deve estar se perguntando: Como assim, sensor de movimentos? Pois é, esse é o primeiro game da história a usar tal recurso em um console Nintendo. O sensor (uma espécie de acelerômetro) fica posicionado dentro do próprio cartucho do game, concedendo movimentação quase que instantânea ao simples movimento do portátil.
A tecnologia foi uma verdadeira revolução para a época, já que todo mundo ficou surpreso com a simplicidade que o game proporcionava e principalmente com o quão divertido era jogá-lo dessa forma. Essa inovação aliada a junção com o universo extremamente carismático de Kirby fez de Tlt'n Tumble um sucesso inesperado.
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Em Dream Land mais uma vez…
É lógico que como em todo game da série Kirby, King Dedede aprontou das suas. E dessa vez ele o faz quando a bolota rosa decide tirar um merecido descanso. O vilão então arquiteta um plano para roubar todas as estrelas do céu, fazendo com que seja eternamente dia. Cabe a Kirby recuperar as estrelas e trazer novamente o direito de lindos sonhos em noites estreladas pra todo mundo!
A história fofinha é sempre muito particular da série e aqui não é diferente. O que “muda” é que por trás de um enredo infantil está uma jogabilidade desafiadora e consistente.
Vários personagens famosos da série também aparecem aqui. Os Waddle Dees, Broom Hatters e Dekabus além de elementos como estrelas, vidas extras e muitas nuvens ilustram a aventura. O visual é bonito, colorido e muito chamativo – típico de Kirby e típico do GameBoy Color. Já a trilha sonora segue aquele padrão Kirby de ser: totalmente alegre e vibrante.
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De lá pra cá, daqui pra lá
As fases são uma mistura de plataforma e puzzle bem peculiar. Assim que um estágio começa, imediatamente uma contagem regressiva também é iniciada. Não há tempo para pausas, descansos ou coisas do tipo. Por isso é preciso ser rápido e preciso nos saltos e movimentos. Há vários obstáculos que aumentam consideravelmente a dificuldade, exigindo que o jogador movimente o portátil no tempo e na velocidade certas.
Parece difícil, mas no fim é bastante simples até. O que acaba atrapalhando é que a o reconhecimento dos movimentos não é 100% confiável. Algumas vezes o sistema falha, o que vai irritar e muito o jogador naquela fase mais complexa.
Talvez a principal dificuldade é que não é fácil fazer o jogador se acostumar com o posicionamento e os movimentos das mãos. A todo momento será preciso estar segurando o portátil da forma correta, o que muitas vezes não tarefa das mais confortáveis.
Há vários elementos na jogabilidade que adicionam ainda mais desafio. Balões farão Kirby flutuar pelos ares, estrelas azuis concederão disputas em minigames, correntes de ar dão um gás na movimentação do herói – tudo pra aumentar a variedade de possibilidades que o game oferece. Batalhas contra chefes são raras – mas muito divertidas
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Inspiração pro futuro
Tilt’n Tumble inspirou o desenvolvimento de vários games que usuram a mesma tecnologia. Três deles chegaram ao ocidente: WarioWare: Twisted!, Yoshi Topsy-Turvy\Yoshi's Universal Gravitation e Banjo-Pilot, sendo todos do Game Boy Advance. Outro título lançado para o GBA que utilizava o mesmo recurso foi Koro Koro Puzzle Happy Panechu!, que pode ser considerado a continuação direta de Tilt’n Tumble– infelizmente um lançamento ocidental nunca aconteceu.
Fato é que esse é um daqueles games simples, curtos e fáceis – mas muito divertido e carismático. Se você é fã da bolota rosa, ainda vale a pena jogá-lo. É um game importantíssimo, sem dúvidas.