Até parece que foi ontem que o urso e a passarinha faziam sua estréia no mundo dos games. Mas já se passaram longos 11 anos desde que Banjo-Kozooie chegou as lojas americanas e causaram uma verdadeira revolução nos games de plataforma. É esse verdadeiro clássico que vamos relembrar hoje!
Desenvolvido pela Rare, o game foi um dos primeiros projetos após o sucesso da série Donkey Kong Country, que havia elevado a produtora ao nível de queridinha pelos nintendistas. Desde o seu anúncio, Banjo-Kazooie já surpreendia pelo nível de qualidade técnica que conseguia – o que permaneceu intacto até a versão final.
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Uma fábula interativa
Pra mim, duas foram as características que conseguiram fazer de Banjo-Kazooie um grande sucesso. A primeira delas é o carisma. A história de Banjo, Kazooie e a megera Gruntilda é contada de uma forma simples, mas extremamente didática. Cada personagem possui uma personalidade bastante característica e bem construída. Esse clima de fábula é ainda mais ampliado pelo uso extremamente feliz de uma trilha sonora maravilhosa e efeitos sonoros fantásticos.
A segunda característica que tornou BK um game de tamanho sucesso é o cuidado com cada elemento da parte técnica. Visualmente o game possui um dos melhores motores gráficos do Nintendo 64, que possibilitou ambientes grandes, coloridos e bem animados. Cada uma das doze localidades diferentes possuía elementos bastante próprios, resultado de um trabalho de criação impecável – trabalho esse, vale ressaltar mais uma vez – era potencializado graças ao uma trilha sonora que ajudava de forma decisiva na construção do clima.
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Além de Super Mario 64
Quem joga Banjo-Kazooie percebe que boa parte da estrutura foi “copiada” de Super Mario 64, lançado dois anos antes. De lá vieram os mundos abertos com múltiplos objetivos, as fases destraváveis conforme se coleta itens (em 64 eram as estrelas, em BK os Jiggies), o aprendizado de novos movimentos conforme se progride no jogo, o controle de câmera… e assim vai.
Mas seria simplista dizer que ele apenas inseriu outros personagens em um mesmo esquema de jogo. BK conseguiu evoluir a fórmula ao adicionar elementos mais interessantes e convidativos. Nele há uma variedade maior nas fases e também uma variedade maior de objetivos.
As fases, já que toquei no assunto, são absurdamente interessantes. Duas delas merecem destaque pela complexidade: Rusty Bucker Bay e Click Clock Wood. Essa última permite que o jogador altere as estações do ano para abrir/ fechar passagens e localidades. É de um conceito bastante plausível.
Outro grande destaque é a facilidade dos controles. Basta jogar alguns minutos para se sentir confortável nos movimentos dos personagens. É algo até meio que automático, não fugindo muito dos games do gênero. A inovação fica por conta dos movimentos extras ensinados pela marmota Bottles – que são essenciais nas fases mais avançadas.
Mesmo que inove pouco, Banjo-Kazooie é um grande game. É um dos precursores de um estilo que ainda teve a Spyro, Donkey Kong 64 e sua continuação, Tooie, como expoentes. Muitos consideram o ele um game longo demais e até certo ponto cansativo. Pra mim, tudo sem fundamento.
Infelizmente estamos longe de termos uma versão saindo no Virtual Console. Então, se contente com o original. Até hoje, ele ainda dá um caldo.