Por Alveni Lisboa
Muitos críticos da Nintendo ficaram boquiabertos quando viram o primeiro No More Heroes, em 2008. Exclusivo do Wii e diferente dos jogos coloridos e fofinhos, a aventura de Travis Touchdown surpreendeu a todos pelo conteúdo: violência, sexo e sangue, muito sangue. Assim como no primeiro, No More Heroes 2: Desperate Struggle traz novamente o toque insano-divertido de Suda 51, designer consagrado por Killer 7 (Gamecube). Em time que está ganhando não se mexe, já dizia o velho ditado. Um ajuste aqui, uma melhoria ali e voilà: os defeitos do jogo anterior se foram.
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O retorno do Jedi-Kill Bill
Quem jogou o primeiro NMH deve se lembrar da mecânica: ganhe dinheiro fazendo trabalhos sujos ou honestos e extermine um a um seus oponentes. Simples e direto.
O protagonista continua com suas habilidades de luta e sua katana de luz. Chacoalhe o Nunchuk para carregar as baterias e você tem uma bela arma para decaptar adversários e fazer esguichar rios de sangue. A comparação com Kill Bill é inevitável, já que até a trama tem a vingança como motivação. No entanto, em vez de japoneses com uma espada, aqui você enfrenta figuras mais bizarras. Para se ter uma idéia, em uma das batalhas você e seu adversário assumem o controle de robôs gigantes que destroem tudo no caminho.
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Simplicidade bem-vinda
Para ter acesso às missões ou trabalhos era necessário encontrá-las rodando pela cidade vazia, uma perda de tempo inútil. Não há sentido conceder tanta liberdade quando não explorada, diferentemente de GTA, por exemplo. Agora basta apenas selecionar para onde deseja ir e Travis é “teleportado” para o local.
Os mini-games são a principal novidade no game. Construídos em 8-bits, eles divertem e nos dão aquela sensação nostálgica. Você relaxa e ainda ganha dinheiro para comprar novos acessórios e apetrechos.
Os gráficos estão ótimos, com personagens marcantes e excelentes animações. Não tem aquela cara de “jogo de PS2” tão comum no Wii. Não fosse a baixa resolução das texturas e alguns serrilhados, levaria um dez tranquilamente . O ponto negativo é a câmera. Às vezes ela “entra” na parede ou se posiciona de maneira que é impossível ver a ação, o que é um pouco chato.
Os controles são idênticos ao primeiro game e não comprometem. Os movimentos também são iguais, sem há inovação alguma. É ótimo se transformar em um tigre e sair devorando seus adversários, mas uma habilidade nova não faria mal algum.
O repertório musical é vasto e variado. Vai desde simples ruídos retrôs até versões estilizadas de punk rock, cada qual em seu espaço e momento apropriado. Os diálogos são engraçados e bem construídos, recheados de frases de efeito e alguns palavrões.
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Desesperadamente divertido
Ele não é aquele jogo feito para se jogar no domingo à tarde junto com suas tias e primos. Pelo contrário, é voltado para saciar dos jogadores hardcore para o console branco da Nintendo. E nesse quesito, Travis se dá muito bem. Aproveitando o clima de carnaval: é o abre-alas de uma série de sucessos que virão em 2010.
No More Heroes 2: Desperate Struggle – Nota Final: 9,0
Gráficos: 9,0 Som: 9,0 Jogabilidade: 8,5 Diversão: 9,5