Essas criaturas místicas e gigantescas ‒ que na maioria das vezes botam medo ‒ sempre estiveram presentes na história. Até mesmo os contos mais antigos citam heróis que passaram a vida inteira treinando para enfrentar o temível dragão que guardava o tesouro.
Há bilhões de anos, quando ainda não existia videogame (por mais incrível que pareça) nosso planeta era dominado por imensas criaturas que dominaram por muito tempo, até que nós aparecemos e roubamos a cena. Tudo que restou foram fósseis dessas criaturas que chamamos de "dragões."
Hoje em dia chamamos elas de dinossauros, é verdade. Mas a nossa versão de dinossauros mudou muito conforme o tempo foi passando e fomos descobrindo novas coisas sobre eles, já os dragões permaneceram intactos. Manuscritos milenares possuem imagens de serpentes aladas extremamente semelhantes com as criaturas que vemos nos jogos de hoje em dia, nossos dragões.
Para a imagem do dragão ter permanecido intacta por tanto tempo assim só pode ser um sinal da força e influência que ela tem no mundo, seja pelo seu tamanho incrível ou pela rajada de fogo emanada pela sua boca.
Bom, nem preciso perguntar qual o motivo dos dragões serem tão populares nos jogos de videogame. Quanto tempo você gastou para executar com maestria o Shoryuken (Soco do Dragão) no Street Fighter, por exemplo? É difícil resistir ao poder do dragão, mesmo literalmente, quer ver? Você teria gastado horas e mais horas da sua vida jogando Double Dragon se na verdade ele se chamasse "Dois Caras Bombados Que Curtem Arrumar Brigas?" Claro que não.
Os anos se passaram e isso não diminuiu nem um pouco o poder e influência dos dragões na indústria de jogos, afinal, o que são alguns anos quando a sua existência se resume em milênios atrás? A tecnologia gráfica avançou, o que nos levou a ficar cada vez mais próximos dos dragões de verdade. Ou nem tanto assim, já que dragões nunca existiram. Mas tente passar algumas horas jogando Dragon Age: Origins (Xbox 360 e PlayStation 3), desenvolvido pela BioWare; se os gráficos extremamente realistas desse jogo não fizerem você acreditar em dragões, nada fará.
Passando por consoles extintos, o jogo Panzer Dragoon de Sega Saturn inovou colocando você em cima de um dragão alado, voando em meio ao campo de batalha usando pouca coisa além das suas armas e o ataque do dragão, que não era lá grande coisa. Mas não havia motivos para substituir o dragão por alguma aeronave. Mesmo assim, Panzer Dragoon foi um fenômeno de vendas e houve várias sequências do jogo, cada vez enfatizando mais as habilidades dos dragões que passaram a crescer e evoluir durante o jogo.
Qual a simples explicação para o sucesso da série? Isso mesmo, todos amam os queridos dragões. Vários jogos podem dar a oportunidade de voar em aeronaves ou coisas parecidas, mas é o jogo onde você voa num dragão que chama mais atenção.
Está claro que estes reis do céu merecem o seu respeito. Acredito que o ponto principal não está nos dragões serem inimigos dos personagens principais dos jogos, o que acontece nos RPGs em geral, ao invés disso, devem nos permitir controlar e usar todo o poder que os dragões podem nos oferecer, até sermos possuídos por tamanha força a ponto de nos transformarmos num dragão. Parece similar com algo que você já conhece? Divinity II: Ego Draconis (Xbox 360) desenvolvido pela Larian Studios permite que você se transforme num dragão em vários momentos do jogo, reinando os ares e abrindo todo um novo conceito de jogabilidade, já que a maior parte do jogo você passa como um humano e a pé. Dar a liberdade para os jogadores poderem voar num mundo de fantasia usando seu próprio personagem certamente soa uma boa estratégia.
E acho que eu não preciso chegar a citar quanto os dragões são utilizados em jogos de RPG, preciso? Incrível como independente do jogo, se houver um herói com uma espada e um sistema para aumentar de nível, dragões farão parte do enredo e da lista de inimigos, em vários casos até mais de uma vez! É indiscutível a essência e importância dos dragões nos RPGs, seja como aliado, inimigo ou apenas uma criatura que fica vagando pela cidade.
Os dragões não irão embora, podem ter certeza disso. E enquanto ninguém descobre o fóssil de um dragão na vida real, jogos continuarão sendo desenvolvidos e gráficos continuarão sendo melhorados, até chegarmos no ponto de reproduzir fielmente o dragão ideal. Quem sabe se colocarmos umas asas mais sinistras no Yoshi...
