Os últimos bons jogos emplacados de Castlevania tinham sido Super Castlevania 4 no SNES e Castlevania 2 - Belmont's Revenge no Game Boy(clássico). Porém aconteceu algo inevitável, o contrato de exclusividade da Konami com a Nintendo acabou, e a partir de 1992, vários títulos que contribuíram para o sucesso em massa do NES, acabaram por serem compartilhados pela concorrência, isto é se o SNES tem TMNT e Contra, o Mega Drive também teria. E em 1994, 3 jogos de Castlevania são lançados de uma só vez e, acreditem: todos para a concorrência. São eles Bloodlines para Mega Drive, Rondo of Blood para PC-Engine (conhecido também como Turbo Graphix 16), e Chronicles para PC japonês (relançado alguns anos depois no PlayStation). Enquanto Chrononicles é um tipo de recriação do estilo Castlevania 1, Bloodlines é um dos grandes jogos da série, que irônicamente acabou ganhando uma continuação direta no Nintendo DS (Portrait of Ruin) e um dos seus personagens, Eric é selecionável em Judgement do Wii. Já Rondo of Blood teve uma repercussão tão boa que até revistas que eram especializadas em apenas um sistema, como a Super Game que só falava de SEGA, foram obrigados a fazer reportagens contando o quão bom era o Castlevania do console da falecida NEC. Me pergunto porque até agora não colocaram esses jogos no Virtual Console.
Enquanto a Nintendo chupava o dedo vendo os ótimos Castlevanias de Mega e PCE, em 1995 veio finalmente o que parecia ser a boa notícia, seria lançado para SNES um novo Castlevania baseado no sucesso Rondo of Blood. Assim surgiu Dracula X. Drácula X a primeira vista parece uma conversão do Rondo, o roteiro e o personagem principal são os mesmos, Richter Belmont, as músicas e cenários são os mesmos. Há até algumas melhorias nesse sentido, os gráficos e os arranjos musicais são melhores que o Rondo. Mas ao jogar, percebemos que infelizmente a nova estrutura das fases ficou muito inferior ao original. A jogabilidade também foi bastante piorada, o que fica nítido nas batalhas contra armaduras de lanças onde para tentar não ser atingido pelos golpes mais fortes é preciso recuar várias vezes o que é um saco. A opção de jogar com Maria foi retirada nessa versão. Maria além de ser uma personagem bem diferente da série, era muito mais forte que Richter com seus poderes de invocação. Também foram retiradas as missões de resgatar moradores de cativeiros do Drácula, assim como a participação da Vampira erótica Carmilla. Pra completar o character design foi bastante piorado.
Quem achou que 1995 foi frustrante, ainda não viu nada. Em 1997 a Konami emplaca mais uma vez na concorrência o jogo mais pop da série, Castlevania Synphony of the Night sai para PlayStation e pouco tempo depois também no Sega Saturn. Para a Nintendo não ficar "magoada", um novo título no mesmo ano é lançado no Game Boy (ainda o clássico), e teria a participação do Alucard. Castlevania Legends conta um dos primeiros episódios da série onde a mais jovem caçadora de vampiros da família Belmont (17 anos) e única garota Belmont até hoje, Sonia Belmont encara a tradicional missão de combater o Vampiro. Alucard treina a garota para encarar seu destino, e os dois acabam por se envolver num romance de onde supostamente nasceu Trevor Belmont(num dos finais do jogo ela está com seu bebê). Vendo este roteiro cheio de potencial é lamentável saber que Legends é um jogo tão fraco como o primeiro de GB, Castlevania the Adventure. O chicote de Sonia é irritante de tão pequeno, assim como seus pulos. Há muitos inimigos sem graça aparecendo na tela como bolinha de fogo ou sombras muito mal feitas que parecem estar dançando. Os cenários assim como os chefes também carecem de criatividade, e a trilha sonora é feita de músicas repetidas com arranjos muito ruins. Esperamos que assim como a Konami fez com Adventure no Wii, este jogo seja recriado de forma decente.
1999, com o Nintendo64 indo mal no mercado um dos "pedidos de ajuda" da Nintendo foi por esta série que brilhou durante toda era do NES, Game Boy e pelo menos no início do SNES. Castlevania chega pela primeira em 3d no Nintendo 64. Trazendo como protagonistas o chicoteiro Reinhart Schneider(que tinha uma leve descendência de Belmont) e a colegial maga Carrie Belnades (Fernandez). Os personagens apesar de serem interessantes não ajudaram o jogo a decolar. A proposta da Konami foi recriar, com quase nada vindo dos jogos anteriores, e foi aí talvez seu principal erro. A jogabilidade faz lembrar um grande sucesso da época, Tomb Raider, o que convenhamos, não era o que fãs de Castlevania queriam. Os gráficos, apesar de interessantes em alguns momentos, acabavam ficando esquisitos em outros. Usaram também más idéias no visual de certos inimigos, um dos mais bizarros é uma caveira motoqueira, o que é de se estranhar já que é um jogo de uma época medieval. Pelo menos a trilha sonora foi bem trabalhada. Algum tempo depois a Konami lançou um pacote de expanção entitulado Legacy of Darkness, que trazia logo de cara um novo personagem, o lobisomem Cornell (presente no jogo de Wii), o que a primeira vista faz parecer um jogo novo, mas ao fim da história de Cornell vinham novamente Carrie e Reinhart. Havia ainda uma quarta história para liberar, mas como os erros do jogo permaneceram os mesmos, pouca gente teve paciência para terminar com 100%.
Meus amigos, quis compartilhar com vocês esta nuvem de Castlevanias horríveis nos consoles da Nintendo pelo simples fato que a história não pode ser negada. Foram 7 anos tentando trazer de volta aquela dobradinha que fez tanta gente feliz por ter um NES, mas finalmente em 2001 a nuvem se dissipou com a chegada do novo sucesso da Nintendo, o Game Boy Advance, que trazia adivinhe quem como um dos seus primeiros títulos de sucesso... Mas isso é assunto para outro dia.