É só ouvir o nome Crystal Chronicles para muitos torcerem o nariz ou fazer aquele biquinho de reprovação. Esse tipo de reação pode ser encarada como resquício dos primeiros games da série, que não conseguiram agradar em cheio um público que esperava sim um Final Fantasy de verdade em um console Nintendo. Se você ainda continua com essa esperança, pode ser que seus desejos sejam atendidos. Anunciado junto com o Wii, Crystal Bearers passou alguns anos paralisado, mas agora está prestes a ser lançado. Será este o game definitivo da série?
A história do desenvolvimento de The Crystal Bearers é um épico por si só. Ele foi anunciado naquela longínqua E3 de 2006, quando a Nintendo mostrava suas primeiras armas para o Wii. Nessa época o game apareceu apenas em uma cena pré-renderizada que mais escondia do que mostrava alguma coisa. A segunda aparição aconteceu em 2007, num pequeno vídeo de alguns segundos, onde era possível ver apenas alguns detalhes de um título que parecia seguir a fórmula dos outros Crystal Chronicles (jogabilidade cooperativa, personagens meio SD, clima medieval, apego exagerado aos cristais e habilidades mágicas).
Depois dessa primeira aparição, o game sumiu por longos 17 meses até voltar a aparecer no fim de 2008, juntamente com o lançamento de Final Fantasy Crystal Chronicles: Echoes of Time, quando revistas e sites já davam seu desenvolvimento como cancelado. O curioso é que essa segunda aparição mostrou um game bem diferente do que havia sido mostrado anteriormente.
As mudanças eram tantas que é possível afirmar que era basicamente outro game com o mesmo nome. Apesar de mostrar um estado avançado de desenvolvimento, as cenas causaram um verdadeiro rebuliço, porque não só mostravam elementos inéditos em qualquer Final Fantasy, como mostravam cenas épicas em Computação Gráfica - o que acendeu a expectativa dos fãs.
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Épico, ousado e diferente
Assim que qualquer jogador dá uma olhada nesse novo Crystal Bearers não tem como não ficar espantado. A trama respira ação a cada centímetro da tela e a cada segundo de suas ações. A história começa mais de mil anos depois do eventos originais do primeiro FF CC.
Por isso, a civilização aqui é muito mais evoluída, apesar do clima continuar sendo árido. Pra quem não se lembra, esse mundo é habitado por quatro raças diferentes: os Clavats, os Selkies, os Lilties e os Yukes. As duas últimas raças começaram uma guerra que praticamente dizimou os Yukes, acabando com boa parte da magia presente. Como já é recorrente em FF, quando falta magia, os homens necessitam desenvolver-se tecnologicamente.
É então que se inicia um processo de evolução crescente. Nesse mundo continuam existindo os tais Crystal Bearers, detentores dos únicos focos de magia que ainda permanecem utilizáveis. O protagonista da trama, Layle é um desses Crystal Bearers. Graça ao uso da magia ele pode controlar a gravidade, Anterior podendo mover inimigos e itens dos cenários. A vilã da aventura é a vingativa Amidatelion, última Crystal Bearer Yuke ainda viva, que quer vingar a extinção de sua raça. É lógico que Layle vai tentar impedir que a vilã consiga atingir o seu objetivo - que passa pela destruição das outras três raças. Layle parece ser um herói criado sob medida para a trama açucarada. Tem um estilo cheio de si e bonachão com cabelos armados loiros e óculos de aviador que garantem a ele um estilo todo particular. Não é exagero dizer que ele parece ser o mais não convencional herói de um game da série. O que dizer então de Keiss, o parceiro surfista e atirador de facas do nosso protagonista? Ainda tem a jovem Belle, que misteriosamente decide entrar nessa jornada, estando sempre ao lado de Layle, até nos momentos mais complicados.
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Jogue, interaja e atire... tudo o que puder!
Eu já mencionei meio por cima, que o poder principal de Layle como um Crystal Bearer é poder fazer uso da gravidade. Pois bem, prepare- se, porque essa característica garante a esse game talvez o sistema de batalha mais rápido e maluco de toda a série CC. A idéia da Square Enix é oferecer uma jornada mais veloz e divertida, o que resultou no fim dos turnos e na adoção de controles que usam o pointer do Remote. Com ele, é possível agarrar itens, inimigos e até mesmo seus companheiros de batalha. Ao agarrá-los o jogador pode tanto arremessá-los quanto fazê-los flutuar sobre a sua cabeça, controlando assim para qual direção eles irão. Achou esquisito? Não tem como não ter essa sensação no início. Mas a verdade é que talvez seja o primeiro RPG a usar as funcionalidades do controle do Wii de uma forma mais diversificada e não repetitiva.
Quem testou garante que as batalhas lembram um pouco o dinamismo de Zelda, com as arenas semi-abertas de GTA. É claro que o uso dessas habilidades não ficará restrito as batalhas. Em alguns momentos será preciso usar em NPCs para fazer com que a história evolua. A variedade de elementos não pára por aí. Durante o trailer exibido na última Tokyo Game Show, é possível reconhecer inéditas batalhas aéreas, minigames de corrida com Chocobos, snowboarding e até mesmo jogos na praia com as garotas do game usando biquínis minúsculos! Ao que parece essa trama mais leve, bem humorada e cheia de referências tem refletido em um game bastante variado e cheio e além das expectativas.
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Um mundo vivo... e completamente aberto
Ao que parece, uma das principais novidades de Crystal Bearers é usar um mundo completamente aberto para a interação, batalhas e o andamento da história em si. A idéia dos desenvolvedores é não oferecer qualquer tipo de barreira entre um ou outro momento. Por isso o visual se torna muito mais unitário e sem aquela terrível sensação de queda de qualidade nesse ou naquele momento. Os personagens e os inimigos usam o mesmo traço característico da série, o que não poderia ser diferente.
Apesar disso, agora eles parecem mais adultos e sérios - além de possuírem uma personalidade mais visível. Já os cenários além de mostrar um visual acima da média para o console, retratam com muita eficiência os ambientes já conhecidos de quem jogou outros Crystal Chronicles. Há uma variedade grande de cidades, localidades e espécies de fortalezas/ castelos todas cheias de objetos interativos e itens que podem ser usados para a criação de novas armas e equipamentos.
Outro elemento inédito é a inclusão do suporte ao segundo jogador, que pode pegar e jogar itens e monstros, bem como proteger o personagem principal. Utilizando esta funcionalidade, o segundo jogador tem liberdade para interagir e participar, mas sempre comandado pelo primeiro jogador. Interessante não? Você deve estar se perguntando se esquecemos de comentar a trilha sonora - um ponto sempre polêmico em qualquer Final Fantasy. Pois bem, aqui a Square resolveu fazer algumas mudanças bem drásticas no estilo musical.
Apesar das composições clássicas permanecerem, algumas possuem um viés claramente (até exageradamente) country - o que vem causando comentários calorosos. Ampliando ainda mais a polêmica, a produtora ainda utilizou a música We Weren’t Born to Follow do Bon Jovi para embalar os comerciais japoneses. Ao que parece, Crystal Bearers pode se tornar o grande game do gênero no Wii.
A expectativa é que seja um game - como já dizemos aqui - mais descompromissado e com uma trama leve e divertida.Isso não significa que será um título menor, muito pelo contrário. A Square tem tudo para colocar nas lojas no dia 26 de dezembro um belo presente de Natal aos donos do Wii e amantes de RPGS, que andam meio órfãos no console.