Todo e qualquer anime que consiga razoável sucesso no Japão acaba ganhando sua versão para o cinema com uma hora e trinta minutos de duração. Caso o anime e/ou mangá ainda estiver em andamento, o roteiro do filme será insosso e com temática inspirada em discursos de Miss almejando a paz mundial.
Pokémon conquistou inúmeros fãs ao redor do mundo e não demorou muito para que seu primeiro filme fosse lançado já em 1998. No embalado do sucesso da franquia, o longa-metragem arrastou milhões na primeira semana de exibição e espantou o público nas semanas seguintes, já que o filme, digamos assim, não vale o ingresso.
O mundo corre perigo? A desgraça é eminente? Então Ash Ketchum e sua turma estarão lá, como sempre, pra fazer algo.
Turma arroz de festa
O filme começa quando nosso protagonista recebe um convite, juntamente com outros treinadores, para duelar contra o maior treinador de Pokémon do mundo numa ilha misteriosa. Sem pensar duas vezes Ash, Brock e Misty embarcam para tal ilha numa viagem com problemas dignos do Titanic.
Chegando a ilha, tal treinador na verdade é um Pokémon: Mewtwo. A partir desse momento todo tipo de crise existencial, comum em produções japonesas, inunda o filme (“Eu sou digno de estar vivo?”, “Quem sou eu, qual é o meu destino?”, “Eu sou Emo?”). Por sorte os momentos de humor que ficam por conta da Equipe Rock, que mesmo não convidados acabam embarcando na aventura.
O grande embate entre Mewtwo e Mew acontece no fim do filme. Já digo que não se trata de uma luta interessante, tudo se resume a atirar bolas de energia um no outro até que alguém se intromete e fica entre a vida e a morte. Somente um Pokémon será capaz de salvar o dia! Quem adivinhar os nomes ganha uma estrelinha dourada.
De volta ao passado...
Lá estava minha pessoa em São Paulo para assistir o primeiro filme de Pokémon no dia da estreia com aquela expectativa que certamente deve ter irritado minha tia. Provavelmente não deve ser agradável escutar “Pikachu eu escolho você” e “Prepare-se para a encrenca, encrenca em dobro...” repetidamente no transito infernal de uma capital.
Terminado o filme tive ainda mais certeza que Pokémon era absoluto e Mickey Mouse se resumia a um reles rato de esgoto se comparado ao Pikachu. Anos depois, ao rever o filme, não gostei nenhum um pouco do que assisti, seja pelo roteiro aguado ou mesmo pelo final novela das oito, mas estava com um sorriso enorme estampado no rosto.