Wii

Wii - Fôlego novo no terceiro ano

em 20/11/2009

Claro que não é por acaso o aniversário do Wii ocorrer tão próximo ao lançamento de uma de suas maiores promessas, New Super Mario Bros. Wii... (por Pedro Pellicano em 20/11/2009, via Nintendo Blast)


Claro que não é por acaso o aniversário do Wii ocorrer tão próximo ao lançamento de uma de suas maiores promessas, New Super Mario Bros. Wii. Afinal, ambos os produtos simbolizam a ideia de levar os games de volta para as massas, para o público comum que foi afastado do mercado pela rápida e excessiva evolução tecnológica.

Sendo uma empresa japonesa e tradicional é até esperado que a Nintendo tenha algum tipo de superstição – tudo para criar o clima, óbvio, mas não menos interessante por isso. E o clima em que o Wii chega ao ser terceiro ano de vida é ao mesmo tempo promissor, renovador e controverso.

Mario, 19 anos longe dos consoles, parece voltar com uma missão clara: lembrar a todos que a Nintendo não é facilmente batida, que o Wii tem muito mais jogadores do que consumidores e que o console ainda irá queimar muita lenha.

Mas o encanador é apenas o símbolo maior dessa visão, que chega agora no ápice durante a temporada de Natal, altamente lucrativa e importante para entrar bem no novo ano. A afirmação do Wii teve seu início no ano passado, quando inclusive comemorávamos seus dois anos e as promessas para o futuro.

Depois de todo esse tempo acho que não preciso tocar na questão de caça-níqueis, certo? Só para não ignorá-los por completo, digo apenas que eles continuam existindo (porque o mercado é livre) e que muitos perceberam que mesmo sendo simples é possível oferecer algo diferente, de conteúdo relevante para os jogadores.

Entretanto o que chama mesmo a atenção quando olhamos para os últimos doze meses do Wii é a quantidade de títulos maiores, com produção, promoção e empenho dignos de produtos de média e alta linha. Diria, sem maldade, que foi o começo de um mea culpa por parte das produtoras, que em 2007/08 abusaram dos minigames e ports licenciados.

As apostas foram em todos os gêneros, passando por The Conduit, Madworld, Grand Slam Tennis, Rabbids Go Home, House of the Dead Overkill, Little King’s Story, RE: The Darkside Chronicles, Deadly Creatures, Silent Hill (que deve chegar até o fim do ano), Wii Fit Plus, Metroid Prime Trilogy, Dead Space Extraction, A Boy And His Blob, a série New Play Control e, claro, Wii Sports Resort.


Melhor ainda é saber que deixei muitas gemas de fora e que há bem mais opções para todos os gostos no Wii. E se notaram bem, todos os games são exclusivos – não porque isso os torna melhores, mas porque é sinal de que aproveitam plenamente os recursos do console para o qual foram concebidos.

Essa pequena diferença na atitude de produtoras fez muita diferença este ano para o Wii e com certeza fará muito mais em 2010 (RedSteel 2, hein?). É o primeiro passo, compreensivelmente atrasado, para que a nova geração de jogadores venha à tona. As pessoas não comprar apenas jogos Nintendo porque são burras; burras são as produtoras que não conseguem vender direito seus games.

FALE ALTO

O lado promocional é um ponto bem interessante de analisarmos no período. É evidente que o Wii manteve-se nas manchetes, inclusive devido à sua ‘enorme’ queda nas vendas, ocorridas apenas porque o console tinha números obscenos em 2008 e que nunca se manteriam assim.

E as manchetes também mostravam toda a empolgação de EA, Ubisoft, Capcom e muitas outras sobre as possibilidade do ‘mercado Nintendo’. (Isso me lembra muito os anos 80/90, mas isso fica pra outro dia.) Games foram anunciados, entrevistas foram dadas e muitos discutiam as chances que a Big N teria contra os controles por movimento dos concorrentes e a falta de gráficos HD no Wii.

Toda essa conversa sempre levantava o tópico de vendas de jogos no Wii e como elas nunca eram como o esperado. E jogo após jogo, vimos em 2009 casos de sucesso médio e fracassos de games. E estando neste site, vocês provavelmente têm ideia do que estou falando, certo? Aí está o problema.

Apesar de terem dado o passo certo na direção de jogos feitos sob medida para o Wii, as produtoras não conseguiram dar outro ao mesmo tempo: atingir a audiência do console nos locais onde ela está, frequenta, o que lê e assiste.

A Nintendo não mudou o mercado da noite para o dia e combinou com 50 milhões de pessoas para que todas comprassem um Wii. Além de quebrar conceitos tradicionais que os consoles vinham seguindo, a Big N criou uma nova demanda, alheia e ignorante a todo o fervor dos sites, blogs, fóruns e revistas de games.

Essas pessoas não se importam se The Conduit roda na engine Quantum3 ou se Extraction é a versão anterior do jogo ‘conhecido’ de Xbox 360. Elas precisam de outros incentivos, os quais não me atrevo a discutir aqui porque meu propósito não é esse. Mas quando um jogo de Wii é apreciado e amado por IGN e afins, é sinal de que MILHÕES de consumidores provavelmente nunca ouviram falar dele antes do lançamento.

Mesmo isso parecendo ruim, é apenas o próximo obstáculo que a indústria precisa vencer para continuar seguindo em frente. Pois eu garanto que com tantos Wiis no mercado as produtoras não irão desistir fácil do potencial de vendas.

MOVIMENTOS AVANÇADOS

Não poderia passar pelo terceiro ano do Wii sem citar o acessório Motion Plus. Aliás, ele é um ótimo exemplo de como a EA percebeu oportunidades interessantes no Wii, lançando seus jogos de esportes com suporte ao novo sistema de controle – e boa iniciativa da Nintendo em deixar que outros aproveitassem o lançamento do dispositivo.

E quando Wii Sports Resort chegou, acho que a maioria dos jogadores sentiu-se como há três anos, quando jogaram tênis no videogame pela primeira vez. Nem todos percebem ou ligam para a precisão maior, mas ela agora está lá, presente e disponível para ser usada.

O que Wii Sports Resort fez foi renovar o console e dar mais fôlego para produtoras que querem experiências mais profundas e interativas no Wii. Os jogadores mais tradicionais entendem a vantagem do acessório e projetos como Red Steel 2 são a aposta para 2010 – sem contar Zelda, tão aguardado e sonhado em 1:1.

MUNDO DIGITAL

Seria injusto deixar de citar o serviço WiiWare nesse artigo. A plataforma de games via download manteve sua promessa de ser uma opção barata para estúdios pequenos e criativos. É incrível como existem jogos de qualidade por lá e que todos aqui precisam conhecer.

Nesse aspecto, a Nintendo acabou passando por um auto aprendizado em 2009, pois percebeu que os títulos de WiiWare não vinham ganhando a atenção merecida. Recentemente tivemos o lançamento de demos pelo serviço, mas espero que haja muito mais ações promocionais.

Também pudemos finalmente usar o cartão SD de forma mais humana. Ainda seria necessária uma interface que mostrasse melhor os jogos, menus mais rápidos, mais vídeos e fotos; porém, uma coisa de cada vez (esse é o ritmo Nintendo, oras).

E sem desmerecer todos os excelentes jogos lançados, lembro aqui de Lost Winds 2. O game é um símbolo de ideia adequada aos atributos do Wii, criatividade eficiente (baixo custo e tamanho em MB) e brilhante design visual e de mecânicas. Chega até a assustar vermos que Lost Winds 2 é melhor que muito game de caixa – mas é ótimo para incomodar as ‘grandes’ produtoras e fazê-las se mexer na cadeira.

E O FUTURO?

O futuro é glorioso para quem é dono de Wii. Sim, você pode comemorar e falar para todos que você tem um console cheio de ótimas opções – para todos os gostos e idades. Esse terceiro ano libertou o console do preconceito de minigames e fez as produtoras pensarem melhor sobre ele.

Nos últimos meses tivemos tudo do bom e do melhor e a coisa só continuará assim no futuro próximo. Seja no WiiWare com Excitebike, Night Game ou Yet It Moves, seja em caixa com New Super Mario Bros. Wii, Resident Evil, Tatsunoko vs. Capcom, Final Fantasy CC: The Crystal Bearers (chega no fim do ano) ou Monster Hunter 3 em 2010, não faltará o que fazer com seu Wii.

O console Nintendo não é melhor ou pior do que PS3 ou X360. Ele é diferente – ele é único. Ignorar a chance de conhecer produtos que apresentam novos conceitos e design é ignorar a própria beleza de evoluir, sair do lugar comum e seguir no caminho das novidades.

Claro que o Wii não é a resposta definitiva para o futuro do entretenimento digital. Mas pelo que a concorrência vem anunciando e preparando para 2010, parece que a Nintendo, de novo, continua sendo o coelho criativo da indústria
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