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Outer N - Demikids: Um capeta em forma de guri!

em 03/09/2009

Olá amigos! Já faz tempo desde a nossa última Outer N não? Prometo que não vai acontecer mais... Pois bem, o assunto de hoje é delicad... (por Andre Santos em 03/09/2009, via Nintendo Blast)

Olá amigos! Já faz tempo desde a nossa última Outer N não? Prometo que não vai acontecer mais...

Pois bem, o assunto de hoje é delicado, mas é de assuntos delicados, polêmicos e obscuros que é feita essa coluna. Você conhece a série Megaten? Megaten na verdade é uma corruptela de Megami Tensei, série de RPG’S japoneses que começou na Nintendo, mas que é mais conhecida no ocidente pelo famoso Spin-Off Persona, que chega ao seu quarto capítulo no Playstation 2. Aliás, a série tem dezenas de spin-offs, nos mais diversos consoles, sendo que mais um acaba de ser anunciado para o Nintendo DS: Devil Survivor.

Enfim, a série Megaten é uma das mais fortes franquias de RPG do Japão, rivalizando com Final Fantasy, Dragon Quest, Phantasy Star, Growlanser... Você entendeu! Ô lugarzinho fácil pra uma série de RPG’S dar certo é esse Japão, viu?

E do que trata a série? Basicamente da iteração entre humanos e demônios. Em sua grande maioria os jogos se passam em um ambiente escolar no Japão moderno, mas esse plot pode variar. Quase sempre algum evento maior acaba por permitir que os humanos tenham acesso aos demônios ou ao seu universo, e os humanos vão usar o poder dessas criaturas para resolver qualquer que seja o problema apresentado. Para isso, tem que usar de pactos, manipulação, flerte, negociação... Já deu pra perceber que a temática é pesada, envolvendo temas fortes, sacrifícios, fim-do-mundo e outros mais. E, logicamente, é recomendada a uma faixa etária específica.

Você lembra quando acusaram Yu-Gi-Oh de ser obra do tinhoso por causa de algumas cartas específicas, como o Demônio Elemental, ou a própria categoria de monstros denominada “demônio”? Ou quando acusaram o Mario de ser a representação pixelada do Ozzy Ousbourne? Fora essa última, que não aconteceu, sabemos que aquele episódio, mais um deslize da mídia sensacionalista que sempre tem que arranjar alguém pra bode (!?!) expiatório e conseguir audiência de modo fácil e torpe. Ainda bem que Megaten não é assim tão famoso pra eles descobrirem Demikids...


Demikids e a versão ocidental do jogo Devil Children – Book of Light/Book of Dark, de Game Boy Advance, que por sua vez é continuação de Devil Children – Red Book/Black Book/White Book, de GameBoy Color. E o que vem a ser Demikids? Uma versão pra crianças da série Shin Megami Tensei!

É exatamente o que você está pensando: No melhor estilo Pokemon, crianças saem pelo mundo à caça dos mais fofuxos demônios pra salvar o mundo. Crianças. Demônios.

Vale ressaltar que a concepção de demônio para o povo japonês é bem diferente da nossa, sendo usado para diversos tipos de criaturas mitológicas, nem sempre ruins. O próprio jogo apresenta algumas criaturas não demoníacas como sendo, tal qual o Pegasus grego, a Isis egípcia e a deusa Vishnu hindu. Mas nada de se acamar ainda! Os famigerados Belial, Asmodeus, Pazu, Dagon, Zebul, são só alguns entre os 362 malucos que você provavelmente NÃO levaria pra jantar na sua casa e tirar um racha de Mario Kart...

Já no prólogo do jogo você encontra Lúcifer conversando com um demônio menor sobre uma profecia envolvendo crianças, para em seguida ser apresentado ao colégio onde o seu protagonista estuda. Protagonista esse que muda, dependendo da versão do jogo que você escolher (Light Version ou Dark Version), e que logo no começo do jogo segue a estranha aluna nova até a biblioteca, somente para descobrir um estranho livro. Ao ler o tomo, você acaba descobrindo que é capaz de invocar demônios. A estranha nova aluna diz que você é a criança da profecia, você descobre que é um meio-demônio (o que sua mãe andou fazendo, hein?) e a partir daí são altas confusões com essa turminha infernal, como diria o narrador da sessão da tarde.

O jogo em si não oferece risco nenhum: A história segue com muitas citações a mitologias conhecidas, mas até aí Final Fantasy também o faz. O design dos demônios é mais agressivo do que o dos Pokemons, mas fica muito aquém dos Digimons, por exemplo, (sério, o design dos Digimons é aterrorizante, vocês não acham?). O problema é que aqui e ali na história você invariavelmente vai ser apresentado a termos como pacto, inferno, apocalipse... Nitroglicerina pura nas mãos de gente ignorante ou mal-intencionada.


Enfim, se você quiser conhecer, o jogo É indicado pra crianças, por incrível que pareça. Assim como Yu-Gi-Oh, Magic, RPG’S ou os próprios videogames, o problema maior está na cabeça de quem vê. Se você está preparado pra esse tipo de conteúdo, vai jogar um ótimo clone de Pokemon.

Mais um, por sinal.


Com mil demônios! Esse foi mais um capítulo meio esquecido e empoeirado na história da Big N. A caixa de comentários está aí, pra quem quiser me exorcizar. Agora me deixa ir tomar um banho de sal-grosso, pra depois jogar um Diablo ou Doom (Ei! Nem só de Nintendo vive um homem... Ou será que vive?).


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