Remake Review: Resident Evil (PS, DS e GC)

em 31/08/2009

Quando o primeiro Resident Evil foi lançado naquele longínquo 1996, a surpresa foi imensa. De um game de ação experimental de uma equipe... (por Gustavo Assumpção em 31/08/2009, via Nintendo Blast)

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Quando o primeiro Resident Evil foi lançado naquele longínquo 1996, a surpresa foi imensa. De um game de ação experimental de uma equipe então nova, RE se tornou uma das principais séries da história do videogames. Talvez o grande sucesso da série seja resultado de uma junção importante de fatores: uma trama de terror B, personagens carismáticos, doses certas de exploração e ação e puzzles na medida. A união criou um gênero a parte, batizado pela própria Capcom de Survival Horror. O sucesso é tamanho, que o game já ganhou remakes para diversas plataformas – incluindo GC e DS. É a comparação entre eles que veremos agora.

Visual

142843O primeiro Resident Evil causou uma revolução na parte visual. Até então os games com visual 3D do Playstation apresentavam em sua maioria gráficos muito serrilhados e sem detalhes. Foi com RE que se usou pela primeira vez uma técnica que se tornaria marca registrada do console: o uso de gráficos pré-renderizados – técnica onde as imagens não são processadas em tempo real pelo console. Apesar de perder a capacidade de interação, a pré-renderização conseguiu elevar de forma importante o visual do game, com cenários 142872complexos e ricos em detalhes.

A versão DS de RE repete em muito a fórmula do original. A grande novidade é a nova modelagem de personagens e inimigos que deu uma nova vida ao game. A portabilidade do game garantiu porém uma queda importante de resolução fazendo com que o game no DS pareça mais quadriculado que o normal. Já as animações estão em um nível bem mais alto que a versão Playstation.

remake_jillbiggun_lgPor outro lado, a versão para GC mostra muito bem como seis anos fazem uma diferença enorme. A recriação visual aqui é imponente e vibrante. Cada pequena localidade da mansão foi refeita com visual em alta resolução e efeitos de luz e sombra belíssimos. Os próprios personagens e inimigos foram completamente recriados, tornando a experiência mais próxima do real e de clássicos do terror. O clima de filme B praticamente e esvai aqui.

Jogabilidade

remake_jill4_lgO esquema criado pela Capcom para o primeiro Resident Evil foi revolucionário na época. A orientação pelo personagem e não pelo cenário funcionou bem para a época - embora sempre tenha sido impreciso. O uso de itens para cura e o esquema de save também são ultrapassados hoje em dia, mas para a época pareciam funcionar bem. Recursos como o botão superior para se empunhar a arma ou caminhar foram copiados por grande parte dos games do console.

Já na versão DS – onde existe um modo clássico e outro completamente refeito - o Rebirth – Resident Evil oferece um sopro de inovação na série. Apesar dos controles ainda duros e estranhos, no modo Rebirth os enigmas são realizados todos na touchscreen. A maior novidade porém fica com as batalhas contra zumbis realizadas em primeira pessoa onde o jogador controla uma faca na tela de toque. O esquema funciona bem e ainda rende um ar de novidade ao remake, ampliado pelo uso de outros recursos com o microfone e de esquemas inovadores nos baús.

Por outro lado, a versão para GameCube pouco alterou o esquema de controles do primeiro RE. Apesar de ter adicionado algumas novidades – como a possibilidade do firo de 180º e o esquema de defesa utilizando itens, o game ainda apresentou a mesma falta de agilidade nos controles do original. Só mesmo em Resident Evil 4 esse esquema foi modificado e significativamente melhorado.

Som

Uma das marcas registradas do primeiro Resident Evil é a ridícula dublagem que a Capcom aplicou ao game. A todo momento o desempenho dos atores é tão forçado que chega a se tornar cômico. A trilha sonora é praticamente inexistente, já que o apelo maior é para os grunhidos e passos ouvidos pelo casarão. A atmosfera criada pela trilha é boa, mas se mostra pouco variada e convincente.

Fato que se repete na versão para DS, com o agravante da última ter sido lançada nove anos após o original. O real problema é que em um portátil ele não consegue alcançar o mesmo nível de imersão de um console, o que atrapalha (e muito).

Já no GameCube a parte sonora se mostra bem mais interessante. Com a recriação das canções originais em melhor qualidade, o trabalho aqui é primoroso. Além disso, os barulhos de tiros, explosões e vozes estão bem melhores e mais instigantes.

Minha história continua a mesma, mas no resto, ó quanta diferença

As duas versões feitas com base no primeiro Resident Evil são muito boas. Cada qual a sua maneira, Resident Evil Remake (2002) e Resident Evil Deadly Silence (DS) são excelentes exemplos de como um mesmo game pode ser contado de três formas diferentes em seus aspectos técnicos.

A primeira versão é de longe a de maior sucesso, inclusive pelo público. Mais de 5 milhões de unidades foram vendidas contra 1.2 mi da versão GC e pouco mais de 300 mil da versão DS.

A comparação entre esses remakes mostra como a evolução dos próprios games foi enorme em pouquíssimo tempo. Mostra também que dependendo da época de lançamento, o game ganha elementos que estão em voga naquele momento. A inovação em Deadly Silence, o visual refinado em Resident Evil Remake (GC). Seja como for, esse é um dos grandes games de todos os tempos.

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Imagens das três versões: Na parte superior a versão PSX, ao centro a versão DS e por fim o remake para GC.


Estudante de Jornalismo, apreciador de rock britânico, pouco cuidadoso com as palavras, rico de espírito, triste com as relações nesse mundo e esperançoso com o futuro.
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