Os videogames são uma forma de entretenimento (e porque não, arte?) muito peculiar, pois são formados por imagens como nas pinturas, desenhos e gravuras, por sons como nas músicas, por captura e animação como no cinema e até por modelagem como nas esculturas. Sendo tão "quimérico", é comum o videogame absorver (e vice-versa) influências diretas e indiretas de outras formas de arte/entretenimento, como os as animações, filmes e quadrinhos.
Adaptações de super-heróis para os videogames são coisas muito comuns e geralmente o resultado agrada pelo menos aos fãs ardorosos desses vigilantes mascarados. Por tratarem de franquias famosas que já carregam seus próprios fãs, geralmente estão em evidência e é mais difícil um jogo de super-herói ser desconhecido ou estranho.
Na sua Outer N de hoje nos vamos ao encontro de jogos super-heróicos obscuros, sejam por tratar de heróis não tão famosos, sejam por não terem feito tanto alarde como de costume ou até por trazerem a esquisitisse em algum aspecto particular do mesmo.
Para o alto e avante!
Uncanny X-Men (NES) - Você já jogou o jogo dos X-Men para o Nintendinho? Não? Primeiro: você não é o único. Segundo: sorte sua! O jogo é uma ameaça maior que o Apocalypse carregando o cristal Mikran (não entendeu? Vá ler X-Men!) e é praticamente injogavel. Você escolhe um dentre alguns X-Men disponíveis e passa por fases genéricas enfrentando inimigos mais genéricos ainda sem nenhuma relação com os quadrinhos, numa visão de cima que mais parece um jogo (ruim) de nave. A única coisa boa seria a possibilidade de jogar com Noturno ou Colossus, mas nem isso salva esse jogo. The Rocketeer (NES) - Apesar do Rocketeer não ser um herói tão conhecido, seu filme e seu jogo pra Super Nintendo até gozam de respeitável fama. Mas não sua versão 8 bits, um jogo de plataforma sólido e bem executado, no geral. Recomendo fortemente qualquer um dos três. Você é um super-herói, piloto de avião, que caça nazistas com uma mochila voadora e dá uns pegas numa pin-up. Preciso dizer mais?
Darkman (NES) - Esse caí no mesmo caso do The Rocketeer: um jogo competente, porém desconhecido por se basear em um herói desconhecido. Darkman é original dos cinemas e traz algumas mecânicas de jogo inovadoras, como um medidor de equilíbrio. Recomendo o game e, principalmente, o filme, que teve uma continuação que não fez juz ao primeiro.
Silver Surfer (NES) - Quem teve a idéia de colocar um dos mais poderosos heróis da Marvel em um shooter impossível, onde triscar na própria sombra mata e onde você não identifica o que é cenário e o que não é? Existe um truque de invencibilidade, que foi colocado ali porque se não ninguém nunca veria Galactus nesse jogo.Spider Man and X-Men (SNES) - É inegável que esse jogo possuí o seu charme, contando a história da união dos incompreendidos mutantes com o cabeça-de-teia amigo da vizinhança contra o maléfico Arcade (um vilão viciado em videogame, olha só!). Porém a sua dificuldade extrema, reforçada por controles não-tão-fluídos, afastam qualquer um que queira manter a sua sanidade. Se você já passou de mais de duas fases, é um verdadeiro super-herói.
Justice League Task Force (SNES) - Parece que nínguém aprende com os erros do passado. Muito antes de Mortal Kombat vs DC Universe, alguém teve a brilhante idéia de colocar heróis de diferentes níveis de poderes em um jogo de luta, o que poderiamos até perdoar caso o jogo fosse bom... Mas não é o caso. Lembra daqueles 700 clones de Street Fighter que você jogou? Pode por mais um na lista. Além de tudo, os vilões escolhidos poderiam ter sido melhores. Distribua sopapos por Metropolis, Themiscra e na Feira da Fruta... err, Ghotam City.
The Incredible Hulk (SNES) - Na verdade esse é um jogo divertidíssimo e bastante conhecido. Você joga alternando entre Bruce Banner, quando você se esgueira e tem que usar de raciocínio pra passar dos puzzles, ou o gigante esmeralda Hulk (o poder do Úlqui é saltaire) quando o lance é dar socões, pescotapas e rasteiras baianas. O que torna esse jogo elegivel a "esquisitão" é o seu último chefe. Se você já terminou sabe do que eu estou falando. Se não, vá atrás e esteja preparado pra maior luta de sua vida. Se não quer jogar, você pode conferir a peleja no Youtube. Wolverine de NES tinha um último chefe parecido...Justice League: Injustice for All e Justice League: Chronicles- (GBA) - Taquem uma rocha de kriptonita ou um batrangue nos crápulas que quiseram se aproveitar do sucesso do desenho da liga para lançar jogos ruins para o portátil da Nintendo. Um é visto de lado, outro por cima, ambos em pseudo 3D. Trate como se fossem mais um efeito de alguma CRISE genérica da DC.
Flash/Iron Man (GBA) - Um do lado da Marvel, outro da DC, aqui estão dois jogos que passaram despercebidos e que valem uma olhada. Justice League Heroes - Flash é um beat'n up que não chamaria a atenção não fosse a criativa solução para a supervelocidade do herói, que já tinha sido "agraciado" com um jogo meia-boca no GameBoy. Invincible Iron Man é uma pequena jóia perdida, relembrando clássicos como Gunstar Heroes ou Contra. Aquaman-Battle of Atlantis (GameCube) - Fala sério, você já tinha ouvido falar desse? Pois é, um jogo mediano, passado em baixo d'agua, de um herói secundário que não foi lançado junto a algum momento especial do mesmo... O que os produtores tinham na cabeça? Prefira um jogo de pescaria ou de esportes aquáticos. Ou as fases da água de Mario...
Catwoman (Gamecube) - Todo mundo sabe que jogos de filmes costumam ser ruins... E se esse filme for prá lá de ruim? A beleza de Halle Berry não foi o suficiente pra salvar o filme e também não salvou esse beat'n up com elementos de plataforma raso que só ele. Melhor se vestir pra ir pro baile dos enxutos.
Bem, o universo de jogos de super-heróis para os consoles da Nintendo é enorme, e eu poderia escrever páginas sobre eles aqui. Esses são só alguns dos mais peculiares que eu consegui lembrar agora... Mas deixo a caixa de comentários à disposição para aquela saudável discussão sobre o assunto. Até a próxima!