Meu nome é Andre "Ryunoken" Santos e a partir de hoje estarei contribuíndo com o blog, provavelmente a cada quinzena, com a coluna Outer N. Atualmente eu escrevo em mais dois blogs: A Espada do Dragão, meu blog pessoal, onde trato de assuntos nerdcore em geral, e Warpzona, onde juntamente com uma equipe muito competente (na minha opinião) escrevemos sobre videogames, onde publico meu videocast, o Warp TV e onde as matérias que eu escrever por aqui serão replicadas, após um delay básico, é claro.
A proposta da coluna Outer N é mostrar algumas facetas obscuras da Big N: Acessórios que não deram certo ou nem chegaram a ver a luz do dia; franquias mortas, promissoras ou não; jogos que não chegaram ao ocidente, ou que chegaram e não fizeram a mínima diferença; curiosidades sobre a sua empresa favorita e fatos que talvez você, fã ardoroso, tenha deixado passar.
Pra não ficar só na apresentação eu vou aproveitar e contar uma historinha que me aconteceu na flor da minha juventude, quando as minhas maiores preocupações eram esperar a sexta-feira e escolher quais cartuchos de nintendinho eu iria alugar para o fim de semana. Pois bem, no ano de 1993 foi decretado o começo do fim para todos os fãs de Tokusatsu (literalmente, efeitos especiais em japonês), também conhecidos como Live Action, febre no Brasil alguns anos antes que teve no País alguns fortes representantes, dentre os quais Changeman, Jaspion e Jiraya. A alcunha do algoz do gênero no ocidente era uma só: Power Rangers.
Explico: Power Rangers é feito utilizando como base os seriados de Super Sentai japoneses (cinco jovens coloridos liderados pelo vermelho, lembra? Changeman, Flashman, Maskman, etc...) que são lançados anualmente no Japão. Começando por Jyuranger (Zyuranger, o Esquadrão Dinossauro), todos os Sentai japoneses foram transformados pela Saban em temporadas de Power Rangers americanos, ano após ano, aproveitando-se apenas as cenas de luta. E impedindo, contratualmente, que os Tokusatsus originais fossem lançados juntamente com a "nova" série.
Mas o que isso tem a ver com Nintendinho? Explico novamente: Ainda em 1993, quando os Power Rangers ainda nem tinham estreado por aqui, eis que surge na Imagem Vídeo Clube um joguinho de plataforma novo para o Nintendinho (ou Dynavision, ou Phantom System, ou Top Game no meu caso...) com um nome bastante conhecido: Changeman. Joguei e terminei o simpático joguinho que me remetia a bons tempos, porém sabia que não se tratava de Changeman. Somente um ano depois cantei a pedra para a moça da locadora, que atualizou o catalogo: O jogo, agora sucesso de locação, chamava-se Power Rangers.
A história não teria nada demais, enfim: Dezenas de jogos dos Mighty Morphin Power Rangers seriam lançados para os sistemas Nintendo (ou não), alguns bons, outros ruins. Porém nunca um jogo deles foi lançado oficialmente para o NES no ocidente. Aquele jogo era Kyouryu Sentai Zyuranger, lançado pela Angel Studios em 1992 no japão, e que tinha chegado as minhas mãos como Changeman um ano antes da estreia dos Power Rangers por aqui, graças aos milagres da pirataria, naquele tempo uma coisa mais romântica, e apenas o embrião do monstro que veio a se tornar. Jogo que, por sorte, mantinha todos os elementos de Power Rangers (ou será o contrário?), inclusive a última chefe Bandora, conhecida por aqui como Rita Repulsa, pois naquele tempo não se alterava tanto a série original como agora (quem diria que podia piorar?).
O jogo era uma emulação da simulação do original, assim como a própria série Power Rangers é de todos os Sentai que assassina anualmente, e que agora castiga os Masked Riders (Kamen Rider, conhece?).
Mas tudo muda, não é mesmo? Como diriam os Zyuran... Aham, Power Rangers: É hora de morfar!