Lançado juntamente com o Super Nintendo, F-Zero foi o precursor de uma franquia extremamente lucrativa para a Nintendo e que permanece viva até hoje. Com gráficos revolucionários, trilha sonora empolgante, sonoplastia excelente e jogabilidade bastante simples, F-Zero é considerado um dos clássicos do Super Nintendo. Vamos relembrá-lo em mais um momento de nostalgia nesse Blast from the Past.
Lançado em 1990 juntamente com o Super Nintendo no Japão, F-Zero teve a difícil tarefa de ser o segundo jogo do console 16 bits da Nintendo. Com uma proposta inovadora e futurística, a Nintendo conseguiu reunir em um jogo diferente bons gráficos, boa trilha sonora, bons efeitos sonoros e uma excelente jogabilidade.
História
F-Zero se passa no longinquo século 26, época em que os humanos se encontram com alienígenas e começam a fazer intensa troca cultural, tecnológica e comercial – viagem pura que vai piorar agora. Os ricões que faturaram com toda essa atividade socio-econômica de repente estavam entediados com sua vida pacata e sem maiores emoções. Cansados da monotomia de sempre, acabaram por criar uma nova forma de entretenimento baseada nas antigas corridas de Formula-1. A grande diferença é que os carros não teriam pneus, mas flutuariam no ar enquanto corriam pelas pistas do Grande Prêmio, que rapidamente ficou popular e recebeu o nome de F-Zero.
O Jogo
Produzido pela Nintendo, F-Zero foi uma aposta diferente de qualquer outra: um jogo de corrida futurista em que os carros na realidade não eram carros, mas sim naves que flutuam e chegam a velocidades superiores a 500 km/h. As corridas são disputadas em circuitos intergalácticos, cheios de armadilhas como minas terrestres e campos magnéticos que atraem as naves para os canteiros da pista.
As naves, por sua vez, não usam gasolinas – afinal de contas gasolina é uma forma de energia muito rústica para o século 26 – e sim uma forma de energia chamada apenas de Power, que é mostrada na parte superior da tela no jogo. O Power reduz sempre que o piloto colide com outra nave, quando passa por uma mina ou ainda quando bate nos canteiros das pistas.
O objetivo geral do jogo é vencer todas as corridas e ser o campeão interplanetário. Para tanto o jogador poderá escolher entre quatro naves diferentes e contará com alguns recursos, como os Super Jet (o “Nitro” do jogo), e inúmeros obstáculos na pista.
Personagens e Circuitos
Em F-Zero você tem quatro personagens (naves) à disposição para selecionar e jogar: Blue Falcon, Golden Fox, Wild Goose e Fire Stingray. Apesar de não haver nenhum item específico que defina as características dos veículos, cada um deles as possuem unicamente.
Para evitar costrangimentos, vale a pena testar cada um deles no modo Practice para ver qual o que melhor se encaixa no seu estilo de pilotagem. O meu preferido sempre foi o Fire Stingray :)
O jogo possui 15 circuitos distribuidos em 3 grandes prêmios. Cada circuito possui características únicas e estão em cenários muito bem desenhados – uns em planícies pela manhã, outros em regiões metropolitanas à noite, outros no meio do deserto ao entardecer e porai vai. Um espetáculo.
Efeitos e Trilha Sonora
Um dos pontos fortes de F-Zero sem dúvidas é o áudio do jogo. Vejam que a Nintendo estava numa verdadeira sinuca de bico quanto a produção sonora desse game – o jogo era o segundo feito para o SNES, logo nem mesmo a Nintendo sabia das capacidades do console para processar o áudio, e criar efeitos sonoros de naves que nunca existiram também é uma tarefa bastante difícil.
Mesmo assim a Nintendo se superou e compôs sons e uma trilha sonora muito agradável e bastante realista. O som dos motores das naves acelerando é muito bacana e realmente dá a idéia que a nave flutua nas pistas – o barulhinho chega a empolgar algumas vezes, principalmente nas horas de tensão em que você tem que passar um adversário.
A trilha sonora é outro show à parte. As músicas realmente conseguem envolver o jogador a medida que ele vai avançando nas corridas – e nada foi proposital, é da música mesmo. Uma das melhores músicas que ficou para a história foi o tema da pista Mute City que você pode ouvir abaixo.
Jogabilidade
F-Zero pode ser considerado um jogo extramamente simples, mas é um simples que encanta e faz qualquer um se sentir maravilhado ao jogá-lo. E não poderia ser diferente com a jogabilidade desse clássico.
Pra começar o jogo se dá em um ritmo completamente alucinante – a sensação de velocidade é incrível e o jogador é forçado a tomar decisões rápidas nas corridas. Mesmo assim a curva de aprendizagem é pequena, justamente porque o jogo é simples.
Para jogá-lo basta entender que segurando B as naves aceleram, apertando Y ele freia e o A você usa o Super Jet. Já é o suficiente para vencer as primeiras corridas. À medida que você vai jogando, sem querer querendo acaba descobrindo que algumas técnicas podem ser usadas e que os botões L e R servem para lhe auxiliar em curvas sem que você precise frear tanto o “veículo”.
Com uma jogabilidade simples assim qualquer jogador se sente confortável em jogá-lo, o que contribui bastante para o jogo não se tornar enfadonho e cansativo.
Gráficos
Deixei os gráficos por último porque os gráficos tiveram um papel fundamental no sucesso de F-Zero no Super Nintendo. Não bastasse a responsabilidade de ser um jogo de lançamento do console, F-Zero já trazia uma tecnologia que seria bastante utilizada na maturidade do console e principalmente nos seus últimos suspiros.
Os gráficos de F-Zero fugiam completamente aos padrões estabelecidos até aquela época. Era comum encontrar jogos plataforma 2D, com bonequinhos, naves, isso e aquilo outro indo de um lado para o outro da tela. Mas em F-Zero não era isso o que acontecia. O jogo trazia gráficos pseudo-3D que simulavam com uma realidade incrível (para a época) a rotação das naves e do circuito.
Com uma técnica chamada Mode 7, o processador do SNES conseguia fazer as texturas rotacionarem e simular efeitos 3D com texturas 2D – algo inédito até então. Essa mesma técnica foi extensamente utilizada em outros games como Super Mario Kart, Pilotwings, Super Mario RPG e Chrono Trigger.
Mesmo assim os gráficos eram simples, porém muito bem trabalhados, coloridos e que realmente passavam o ar futurista que a história do jogo propunha – um espetáculo a parte também, principalmente por se tratar de um jogo pioneiro para o Super Nintendo.
Finalmentes
Tudo bem, confesso que a história em si de F-Zero é bastante viajante e até mesmo no-sense, mas que o jogo é bom isso ele é. Confesso que quando era moleque e joguei F-Zero pela primeira vez eu detestei – achava muito estranha a idéia de correr com naves que flutuavam (como se eu entendesse que as naves eram naves na época) e o achei extremamente difícil (dá um crédito, eu tinha meus 6 anos de idade).
Mas o tempo foi passando, eu fui jogando mais F-Zero e acabei por me dar conta que eu estava viciado no jogo. Passava horas e horas na frente da minha telinha de 14” arranjada especialmente para o meu Super Nintendo tentando fechar a King League que é difícil pra caramba. Naquela hora eu acabara de me tornar um fã de F-Zero.
F-Zero foi um jogo com temática simples, porém revolucionária para a sua época, e mesmo com toda essa viagem em sua história, o jogo foi precursor de uma franquia extremamente lucrativa para a Nintendo, rendendo inclusive uma série de animes no japão com o Capitão Falcon – bacana né?
Um jogo muito interessante, apesar de simples, que é capaz de prender qualquer um na frente das telas por muito tempo. Uma pena que suas sequências tenham demorado tanto para sair e que não tenham tido a mesma qualidade do primeiro jogo. Até hoje F-Zero procura sua essência que só foi acertada em seu primeiro jogo.
Vale a pena jogar novamente e reviver as emoções desse grande clássico do Super Nintendo.