A partir de hoje, o Nintendo Blast inaugura mais uma seção inédita. Dessa vez trata-se de uma espécie de “homenagem” aos games que nunca atravessaram o oceano e portanto ficaram restritos ao mercado nipônico. E para estrear essa categoria, nada melhor que um dos games mais estranhos e controversos dos últimos tempos. Conheça agora, em suas particularidades, Captain Rainbow.
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Macho, macho man!
Desenvolvido pelo semi-desconhecido estúdio Skip (que já criou o surpreendente Chibi-Robo e a série Art Style), Captain Rainbow talvez seja um dos games mais bizarros já criados. Seu personagem principal é talvez o mais esquisito protagonista de um game lançado pela Nintendo em todos os tempos. Sentiu o problema? Pois é, esse aqui é um daqueles jogos que você sequer pensou que um dia seria feito.
Captain Rainbow é na verdade a identidade secreta de um jovem ator chamado Nick. Ele entra em depressão após seu personagem não fazer mais tanto sucesso como antigamente. É então que ele se muda para uma ilha, onde estão vários personagens obscuros da história da Nintendo que também sofrem do mesmo problema de impopularidade. Seu objetivo durante o jogo é reconquistar o sucesso, coletando 20 estrelas diferentes que são necessárias para que tal feito se realize. Essas estrelas podem ser conseguidas de duas formas: explorando as localidades ou então ajudando os outros habitantes em atividades diárias.
Com claras referências à cultura gay, Rainbow afugentou muito a possibilidade de um lançamento ocidental. O game é claramente dotado de estilo, apesar de ser bem controverso. Até os trejeitos dos personagens e suas funções no game são polêmicas.
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Uma verdadeira “volta dos que não foram”
A grande sacada de Rainbow é trazer personagens clássicos e esquecidos da Nintendo para juntos comporem a trama do game. Quadro deles possuem um papel principal, mas vários outros (como Little Mac, Birdo e os soldados de Batallion Wars) aparecem em missões:
- Lip – Originalmente criada para o puzzle Panel de Pon (precursor de Tetris Attack!), a garotinha é conhecida como a “fada das flores”, mas aqui está tendo uma forte alergia ao polén que é exalado por elas
- Takamaru – Esse realmente só os fãs mais ardorosos da Big N devem conhecer. Ele foi protagonista de Nazo de Murasame-Jo do Famicon Disk. Samurai aposentado, hoje gasta seu tempo espancando bonecos de madeira.
- Devil – Com o rosto completamente deformado e aparência bizarra, ele chegou a aparecer como Trophy em Super Smash Bros. Brawl.
- Hikari – Outra personagem de personalidade bastante desconhecida; As origens de Hikari remetem a série Shin Onigashima. Para agradá-la, basta entregar conchas recém-colhidas do mar que a moça se derrete toda…
Todas as participações dos personagens contam com uma característica em comum: o humor. Duas delas se destacam: na primeira Little Mac (da série Punch-Out!!) engorda, mas quer voltar a ser campeão e na segunda Birdo, que precisa de ajuda após ser presa injustamente por usar o banheiro feminino, já que ninguém acreditava que ela era realmente uma garota.
A jogabilidade acaba girando em torno das transformações de Nick em Captain Rainbow e nos poderes que resultam após essa “metamorfose”. O principal deles é a capacidade de poder usar uma espécie de io-io para derrotar os inimigos. O mapa é aberto, permitindo que o jogador caminhe e explore sua totalidade a praticamente qualquer hora, salvo raras exceções. Há vários extras, como os minigames baseados em esportes (com destaque para o voleibol) que conseguem divertir e entreter o jogador durante a jornada. Há ainda a presença de uma espécie de álbum, que vai sendo completado conforme determinadas ações são realizadas.
Outra característica marcante é o visual extremamente estiloso, uma marca bem comum nos games desenvolvidos pela Skip. Embora a construção poligonal seja pobre, com muito serrilhado e texturas porcas, o visual tem um acabamento artístico bastante cativante. A trilha sonora também é bem interessante, privilegiando acordes de violão, uma característica meio rara hoje em dia. As vozes dos personagens também são hilárias e muitas vezes vão causar uma certa surpresa.
Rainbow é um game estiloso. É lógico que a barreira do idioma impede que muita gente possa experimentar o que ele proporciona. Mas se você conseguir superar essa barreira vai poder testar um dos mais interessantes e ousados games do Wii.