Os anos 80 tiveram vários ícones importantes. Da música, passando pela TV e o cinema, vários são os expoentes culturais que marcaram época e ainda são lembrados mesmo após tanto tempo. Esse é o caso de Ghostbusters, filme de 1984 que se tornou um grande sucesso de público e crítica, graças ao carisma da dupla Bill Murray e Dan Akroyd, efeitos visuais muito bons para a época, uma certa dose de rebeldia e uma música tema fantástica (que rendeu inclusive uma indicação ao Oscar). Eis que 25 anos depois, os Ghostbusters estão de volta. E não é que ao invés do cinema, a volta acontece nos games?
Acreditar em fantasmas é bom
O projeto para o lançamento de uma versão interativa da série começou a um bom tempo, no meio de 2006. Nesse ínterim, a produtora original do game entrou em dificuldades financeiras, o projeto teve seu desenvolvimento paralisado e chegou a correr o risco de nem sequer chegar as lojas. Mas eis que, felizmente, a Atari acampou o projeto e agora, mais de três anos após o início do processo, finalmente The Videogame chega as lojas.
Ghostbusters na verdade são dois games diferentes, desenvolvidos por equipes igualmente diferentes. A primeira delas, a Terminal Reallity, foi responsável pela versão com visual fotorrealista lançada para PS3/ X360 e PC. A segunda delas é a Red Fly responsável pela versão Wii.
Como já era de se imaginar, a principal diferença entre as duas versões está no visual. Enquanto a dos consoles da Sony e Microsoft tem uma preocupação muito maior em proporcionar um visual mais próximo do real com o uso da novíssima engine Inferno, a versão para Wii investe em personagens caricatos e uma boa dose de humor.
Mesmo com as diferenças técnicas, ambas as versões seguem o mesmo roteiro. A histórica começa em 1991, dois anos após a trama de Ghostbusters 2. A trama gira em torno da volta de aparições dos personagens clássicos da série, após o início de uma exposição sobre a vilã principal do segundo filme, Gozer. A partir dessas novas aparições o game se inicia, com enfrentamentos com personagens clássicos da trama original – um belo chamariz para quem é fã dos filmes.
No Wii é melhor
O grande diferencial da versão Wii com relação as demais está nos controles. Enquanto aqui para se usar a arma de prótons, basta apontar o Remote para a tela, nas outras versões o sistema é mais complicado e bem menos imersivo. No console da Nintendo, o sistema adotado pela Red Fly funciona tão bem e é tão divertido, que impressiona. A sensação proporcionada lembra vagamente Luigi´s Mansion, apesar de ser mais simples e fácil.
Outro bom diferencial no Wii é que o visual cartunesco parece melhor aos olhos. Não só porque se torna mais engraçado, mas porque parece ter mais a ver com a série. O único problema é que o visual parece um pouco datado, com presença constante de serrilhamento e texturas em baixa resolução. Os efeitos de luz e os modelos poligonais dos personagens, ao contrário, são muito bons, embora ficaram devendo mais acabamento.
Já os efeitos sonoros são bem realistas e combinam perfeitamente com o game. O modo cooperativo, que engloba todo o modo principal, também parece funcionar bem, tornando o esquema de destruição dos inimigos mais divertido e preciso.
Um curta-metragem
Infelizmente, o maior problema da versão Wii de Ghostbusters é a duração. Em pouco mais de cinco horas, todo o modo principal estará terminado. Se você contar com a ajuda de um amigo, a duração pode ser ainda menor.
Alguns jogadores tem notado a presença de alguns bugs severos, que inclusive impedem o prosseguimento do game. Embora algumas vezes trechos de diálogos dublados tenham “travado”, não notei nenhum bug mais sério na jogabilidade que prejudicasse o game.
De forma geral, Ghostbusters é um recompensador game de aventura, com puzzles e confrontos contra inimigos bem interessantes. O game é muito divertido e mata a saudade de quem é fã da série e estava esperando uma volta. Quem procura um game mais lapidado pode se decepcionar um pouco. Quem procura um game de alto valor de produção e divertido, vai se encantar.
Ghostbusters: The Videogame – Nintendo Wii – Nota: 8.2
Gráficos: 7.0 Som: 9.0 Jogabilidade: 8.0 Diversão: 8.5