Eis que em 1991 o Super Nintendo chegava ao mercado com um título de lançamento que consolidaria de uma vez por todas a franquia Mario: Super Mario World surpreendia e divertia a todos. Muitos acharam que aquele jogo seria o auge da maturidade de um jogo Mario em estilo plataforma 2D e se enganaram quando, em 1995 a Nintendo lançou Super Mario World 2: Yoshi’s Island, com gráficos soberbos, trilha sonora bem composta e um bebê que chorando irritaria qualquer um. Depois de 11 anos a Nintendo surpreende e investe novamente em Yoshi’s Island, agora em versão portátil.
O mesmo jogo em nova roupagem
Sendo uma continuação de SMW2, Yoshi’s Island DS mantém a essência do seu precessor: você controle Yoshi carregando bebês para cima e para baixo em vários níveis no estilo plataforma. Os gráficos permanecem praticamente os mesmos, todos bem coloridos e com aparência que foram feitos à giz de cera. Os inimigos também basicamente são os mesmos. E ai vem a pergunta: “é tudo igual?”. Não!
Para esse novo título o enredo foi praticamente todo alterado, as fases refeitas e novos bebês adicionados à aventura. A história de início é basicamente a mesma: sua missão é resgatar Baby Luigi que foi raptado por Kamek, mas para isso contará com a ajuda da Baby Peach e Baby DK, que também foram raptados mas conseguiram escapar. Mais tarde Baby Wario e Baby Bowser também se juntaram a sua trupe.
Cada bebê possui uma habilidade específica que deverá ser utilizada para progredir nas fases, obtendo 100% de aproveitamento em todas elas. Baby Mario permite o Yoshi correr, Baby Peach permite flutuar por mais tempo no ar e ser conduzida por correntes de ar graças ao seu guarda-sol, Baby DK consegue subir em cipós e lançar ovos que explodem, Baby Bowser solta bolas de fogo e Baby Wario possui um imã para atrair objetos metálicos.
Porém o que poderia ser mais divertido no jogo, na realidade as vezes se torna um impencilho…
Você refém dos bebês
No antigo título você dependia única e exclusivamente da sua habilidade e astúcia para pegar todos os itens e fechar as fases com aproveitamento 100% – afinal de contas era só você, o Yoshi e o Baby Mario. A idéia de adicionar novos personagens no jogo foi interessante e até certo ponto divertido, mas com o passar do jogo as coisas vão ficando um pouco frustrantes.
O que antes dependia apenas de você, agora depende de qual personagem está na garupa do nosso amigo Yoshi. Não adianta tentar fazer proveito de uma corrente de ar para alcançar um flor que está lá no alto, onde você não consegue nem mirar para lançar um ovo, se você não estiver com a Peach. Pior, nem adianta tentar subir nos cipós para alcançar uma moeda dourada que você não irá conseguir.
Depois de algum tempo jogando, diga-se de passagem já no segundo mundo, você se sentirá um tolo tendo que repetir algumas fases inúmeras vezes para descobrir a correta combinação de bebês que deve usar para conseguir todas as 30 estrelas, 20 moedas vermelhas e 5 flores para fechar a fase em 100%. E podem apostar, esse é um dos únicos desafios que encontramos no jogo, já que não há tempo contra você e sua única obrigação é coletar todos esses itens.
Jogo que agrada
Mesmo utilizando a mesma mecânica de jogo do seu antecessor e não fazendo uso da tela inferior do portátil da Big N para conduzir pelo menos algumas ações do jogo, Yoshi’s Island DS é capaz de agradar aos que jogaram o primeiro título e aos novos jogadores que desejem reviver o estilo plataforma 2D. Os gamers que não têm um olhar mais apurado não perceberão as sutis mudanças gráficas que o jogo recebeu, como os contornos em preto que foram melhorados e a animação dos cenários, de forma geral, que foram adicionadas.
Os nossos protagonistas também receberam aquele tapa no visual e no xororô. O Yoshi recebeu alguns novos movimentos, graças às habilidades inerentes a cada bebê, e o choro irritante que se fez presente em SMW2 foi amenisado, continuando Mario como o detentor de choro mais abusado nesse título. A trilha sonora também foi refeita – as músicas que outrora eram um pouco mais “agitadas”, em Yoshi’s Island DS ficaram um pouco mais suaves e pacatas, bastante condizente com os ambientes apresentados nos cenários.
O jogo em si é bastante fácil e agradável de se jogar – não existem mistérios. A curva de aprendizagem para se jogar é bem rápida, algo em torno de 15 a 20 minutos, tempo suficiente para chegar no primeiro chefão e derrotá-lo. Após passar pelas 3 primeiras fases e pelo boss, considere-se apto a chegar ao fim do jogo. O único esforço realmente fica para caso queira fechar todas as fases com 100% – ai cabe tentar e retentar fechá-la com os bebês corretos, o que exigirá um pouco de tempo (e paciência).
Vale a pena jogar
O jogo que parece ser o velho refeito na realidade é completamente novo. A experiência proposta pela Nintendo ao adicionar novos personagens em fases totalmente refeitas, é na realidade a forma de atribuir tanto mais diversão quanto desafio.
Apesar de poder ter aproveitado melhor o potencial do Nintendo DS, Yoshi’s Island DS é um jogo que diverte não por trazer algo novo ou gráficos soberbos, mas por ser quem ele é: um jogo simples, inteligente e divertido ao seu modo, que consegue atrair tanto os antigos fãs dos jogos em 2D da franquia quanto os novos gamers da geração 3D em uma nova aventura em um mundo fantástico que só a Nintendo sabe fazer.
É diversão garantida em um clássico de roupa nova!
Yoshi’s Island DS – DS – Nota Final: 9
Gráficos: 9 Som: 8 Jogabilidade: 10 Diversão: 9