Há motivos para ficarmos preocupados. Os recentes números de vendas divulgados pelo NPD – orgão que regulamenta as vendas nos Estados Unidos - e principalmente os números alcançados nas últimas semanas pelo Wii no Japão mostram que a situação não anda assim tão azul na praia Nintendista.
Não há como negar que o fracasso de alguns games importantes do Wii e do DS frustraram a própria Nintendo e principalmente as third parties que investiram no console – embora nos releases oficiais eles façam questão em minimizar o impacto. A afirmação da maioria dos analistas é de que a Nintendo terá que trabalhar muito se quiser manter a liderança.
É fato que o principal motivo para a queda de desempenho que a produtora tem apresentado é fundamentalmente a sua própria inércia. Desde a metade de 2008 a Nintendo não lançou nenhum grande game de apelo comercial – situação ainda mais complicada no Japão onde desde o fim de 2007 isso não ocorre. Sem Wii Fit, dificilmente o Wii ainda lideraria o mercado americano. No Japão as vendas do periférico baixaram com maior velocidade, o que resultou em quedas nas vendas do próprio Wii.
A solução agora é muito difícil. E imprevisível. Não faltam games de qualidade para o DS – e mesmo assim, poucos são os títulos que se destacam em vendas. No portátil há um problema ainda mais sério que é a proliferação dos Flash Cards – que contribuíram ferozmente para a diminuição do número de games vendidos.
No Wii a situação tem mais a ver com a consolidação do público casual do console que pouco consome games do que com problemas relativos à pirataria. O público Hardcore no Wii ainda é baixo e só aumentará se games de grandes franquias da própria Nintendo chegarem ao mercado preparando terreno para projetos novos. É preciso primeiro conquistar esse público para que depois seja possível resultados mais ambiciosos.
Não acho que a situação é desesperadora como alguns dizem. Até porque no geral, a queda atingiu a todos os consoles. O que talvez possa ser mencionado é que a crise mundial finalmente mostrou impacto na indústria, embora esse impacto ainda seja bem tímido.
A questão é aguardar os dois próximos capítulos dessa verdadeira guerra: a E3 em junho e os números de vendas em Abril. Até lá tudo o que for dito não passa de mera especulação. Se em Abril a queda do mercado se confirmar, aí o negócio é entrar em sinal vermelho.