Como todos os brasileiros estão carecas de saber, o mercado de jogos por aqui é um grande problema, mas que parece estar em vias de ser solucionado - lentamente, porém. Eis que na última semana, a Sony do Brasil anunciou ter firmado uma parceria com a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), para a fabricação do PlayStation 2 nas instalações da Sony no Pólo Industrial de Manaus. A produção no primeiro ano será de 450 mil unidades, mas ainda não foi definido de qual ano.
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Razões e empecilhos
Mas, por que o PS2, se o PS3 já está disponível desde 2006? Segundo a Sony brasileira, por causa da grande aceitação do PS2 aqui no Brasil, que segundo levantamento da Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos), possui uma base instalada de 8 milhões aqui no país, considerando o mercado oficial e paralelo. Eu diria que, desses, ao menos 5 milhões são "desbloqueados", "pirateados", ou como quiser chamar. Mas você acha que essa questão, a da pirataria, é realmente o grande problema do mercado brasileiro?
A pirataria também representa um problema, mas ela não é a causa, e sim a conseqüência de um problema maior: a alta carga tributária, que inflaciona o preço dos hardwares e softwares em até 257%. Ou seja, enquanto lá nos EUA o Wii custa US$249, aqui dificilmente sai por menos de R$1.999, sendo que os jogos beiram ou passam dos R$150. Em outras palavras, lá nos EUA, enquanto o poder aquisitivo da população é maior, os preços são menores; aqui é o inverso. Não é difícil concluir que o mercado é “forçado” a se manter na ilegalidade, o que transforma o Brasil num mercado de potencial, mas também de risco. Risco esse que fez a Gradiente romper uma parceria de 10 anos com a Nintendo, em 2003.
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Caminho certo
Porém, como eu disse no início, as coisas estão caminhando para uma significativa melhora, e o lançamento brasileiro do PS2 apenas reforça isso. Recentemente, a Ubisoft inaugurou um estúdio em São Paulo, dedicado a produzir jogos para o Nintendo DS, e diversos estúdios nacionais estão surgindo, com foco inicial no desenvolvimento de jogos para celulares. Como você também já deve ter acompanhado, existe um projeto que está em tramitação na Câmara dos Deputados, visando estender os incentivos fiscais já existentes no mercado de informática ao mercado de jogos eletrônicos. Se for aprovado, abrirá uma porta definitiva de investimentos no mercado e também deve atrair uma representação mais sólida de empresas como a Nintendo, que atualmente tem uma atuação tímida através da Lamatel.
Além da produção do PS2 brasileiro, a Sony anunciou em novembro do ano passado, um programa de apoio à produção de jogos local, junto às desenvolvedoras interessadas em criar jogos para a linha PlayStation e também às instituições de ensino que oferecem cursos especializados. Portanto, parabéns à Sony e vamos apoiar sim, o PS2 tupiniquim!
via UOL Jogos, Meio Bit Games, IstoÉ e Girls of War