Tendo chegado ao PlayStation 4, Xbox One e PC em agosto de 2017, a coleção que reúne os jogos de Mega Man do 7 ao 10 agora também está disponível no Switch. Além do significativo avanço visual e sonoro, em comparação com os seis integrantes da coletânea anterior, é notável o progresso do gameplay — com desafios que permanecem difíceis, porém menos punitivos. Há ainda a influência da série X, que tinha dois capítulos já lançados no SNES quando Mega Man 7 começou a ser comercializado, em 1995.
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E assim nasce um "novo" Mega Man... |
Meu sentimento ao passar do Legacy Collection para sua sequência foi de admiração. Eu tive bastante contato com Mega Man 7 durante minha infância, mas ter a oportunidade de colocá-lo “lado a lado” com o seu antecessor é uma experiência surpreendente, afinal, as melhorias se tornam ainda mais notáveis. A sensação se repete ao comparar os episódios 7 e 8 — os sprites com animações fluídas, cenários super caprichados e controles precisos depõe contra a informação que somente um ano separou o lançamento dos dois (poderia jurar que era mais tempo).
Já o nono e o décimo jogos causaram certa polêmica quando chegaram ao mercado, em 2008 e 2010, respectivamente. Grande parte das reclamações foi motivada pela mudança no estilo gráfico, que vinha dando certo, mas acabou voltando para os 8-bits. Hoje, é possível entender ambos como uma homenagem às origens da franquia, e apesar de não serem os melhores representantes “retrô” da série, continuam sendo dois bons jogos que devem ser conhecidos pelos fãs do bombardeiro azul.
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... sem nunca ter esquecido suas origens |
Primeiro contato
Se alguém que nunca teve contato com a série Mega Man me perguntasse a melhor maneira de entrar na franquia, sem dúvidas, eu recomendaria Legacy Collection 2. Como o enredo não está entre os principais destaques dos games, fica totalmente tranquilo começar em um ponto já avançado. Essa coletânea, apesar de ser composta por menos jogos, consegue passar a essência das diferentes etapas da vida do pequeno robô. Se o novato se apaixonar pelo 7 ou 8, pode continuar sua jornada de descobrimento com a série X.Por outro lado, caso o encanto maior fique com o 9 e 10, há mais seis desafios semelhantes esperando no primeiro Legacy Collection. Ou seja, como maneira de apresentar um novo produto com o objetivo de angariar fãs para o personagem, Legacy Collection 2 consegue resultados melhores do que seu antecessor.
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Prazer, eu sou o bombardeiro azul! |
Tecnologia moderna
Algumas das novidades encontradas no pacote anterior também estão de volta, como a opção de salvar a qualquer momento. Como o sistema de password ficou ultrapassado, a melhor “tecnologia moderna” integrada ao game foi, sem dúvidas, essa liberdade para guardar o seu progresso quando bem entender.Além disso, tal possibilidade se encaixa perfeitamente com o Switch. As fases de Mega Man não são longas e permitem sessões curtas de jogo. Assim, é possível usar o modo portátil do console híbrido tranquilamente, sem precisar anotar no caderninho nenhuma senha para poder resgatar o progresso.
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Não precisa mais correr para encontrar caneta e papel |
Caberia mais energia
A coletânea ter apenas quatro jogos foi uma pequena decepção. É verdade que só entraram os títulos da série principal do herói mecanizado, porém caberiam sim algumas outras aventuras para complementar sua qualidade e variedade. Sem dúvidas, a ausência mais sentida é a de Mega Man & Bass, spin-off que se passa entre o oitavo e nono episódios. Principalmente, levando-se em consideração que o lançamento original ficou restrito ao Japão e que no Ocidente recebemos apenas o port para Game Boy Advance e a versão do Virtual Console do Wii U.Outra possibilidade interessante seria manter somente os quatro integrantes, mas oferecer no Switch um pacote virtual que incluísse também o Legacy Collection anterior (assim como acontece na versão física do game). Algo semelhante ao que acontece com Bayonetta. Se o objetivo é popularizar o personagem e fazer com que ele seja mais comentado (tudo em prol do hype por Mega Man 11), essa iniciativa poderia render resultados ainda melhores.
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Esse fez falta... |
Pequeno museu
Além de apresentar a franquia para novos fãs, as coletâneas também ajudam a preservar sua memória. Para isso, geralmente, há sempre um pequeno museu com artes conceituais, trilha sonora e outros conteúdos extras que fazem os jogadores entender melhor todo o processo criativo que envolve o desenvolvimento de cada game. Em Legacy Collection 2, esse material marca presença, porém deixa a desejar quando comparamos com o antecessor.No primeiro pacote, tínhamos esboços de versões iniciais de alguns personagens, além das capas e manuais dos games, tudo dividido por regiões. Na continuação o conteúdo basicamente se resume aos desenhos dos personagens. No entanto, para minimizar as ausências, o fator replay é potencializado pelos desafios adicionais — compostos por remix de fases e boss rush. Conquistar todas as medalhas de ouro nesse modo exigirá boas horas de dedicação, até dos jogadores mais experientes.
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Apesar de menor, museu com conteúdos extras tem seu charme |
Mega Buster carregado
Como forma de conquistar espaço entre os jogadores da nova geração, a coletânea consegue cumprir com maestria seu objetivo. Tanto que entre ela e a anterior, a recomendação é que os novatos optem pelo segundo pacote. Já para os veteranos, o lançamento serve de ferramenta nostálgica que ajuda a reviver os dias de aventuras na infância ao lado do bombardeiro azul. Talvez, a falta de grandes novidades — excluindo o modo de desafios — seja um obstáculo difícil de ser vencido na tarefa de garantir espaço no Switch dos fãs de longa data que já conhecem de cor a localização de cada plataforma.Entretanto, a aquisição é totalmente indicada para quem ainda não conhece os episódios mais recentes da franquia, mas, mesmo assim, está contando os dias para o lançamento de Mega Man 11. Esse tipo de jogador encontrará facilmente na coletânea um imponente aliado na tarefa de fazer o tempo passar mais rápido. Afinal, Mega Man Legacy Collection 2 tem potencial de garantir horas de diversão.
Prós
- Presença de games que marcaram diferentes etapas da evolução da franquia;
- Lista de desafios extras aumenta bastante o fator replay;
- Mecânica de salvar a qualquer momento se encaixa perfeitamente ao Switch.
Contras
- Poderia contar com mais jogos, como Mega Man & Bass;
- Versão para Switch seria mais interessante em um pacote virtual com a coletânea anterior;
- Museu com conteúdo reduzido.
Mega Man Legacy Collection 2 — Switch / PS4 / PC / XBO — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Vinícius Fernandes
Análise produzida com cópia digital cedida pela Capcom