Os Pokémon que gostaríamos de ter visto em Pokkén Tournament DX

Dez lutadores que facilmente poderiam aparecer no roster final e aumentariam ainda mais a diversidade do jogo.

em 07/10/2017

Pokkén Tournament foi lançado inicialmente para Arcade somente no Japão e deixou os fãs ocidentais com água na boca até o lançamento de sua versão doméstica, para Wii U. No entanto, considerando que o aparelho já estava no fim da vida, pouco suporte a ele foi dado em se tratando de atualizações, mesmo que tenha conseguido um número de vendas expressivas.

Isso fez com que os jogadores ocidentais ficassem sem os pacotes de DLC’s que houveram na versão de Arcade e que adicionavam Darkrai, Croagunk, Empoleon e Scizor aos lutadores já presentes: Pikachu (em sua forma normal e fantasiada de luchador), Charizard, Machamp, Gengar, Mewtwo (também numa forma Shadow, com existência justificada pelo modo história), Suicune, Sceptile, Blaziken, Gardevoir, Garchomp, Lucario, Weavile, Chandelure e Braixen.

Com o lançamento no Switch e aproveitando que a fã base estabelecida no game acabou de alguma forma se tornando fiel a ele, foi observada a oportunidade de lançar o título no novo aparelho da Nintendo, em uma versão Deluxe que contava com os quatro DLC’s além de Decidueye, da sétima geração, como personagem completamente novo.

Apesar de contar com um gameplay de combate completamente dinâmico em contraste às batalhas de turno do RPG tradicional, algo completamente novo na franquia, um dos maiores méritos do jogo foi fugir do óbvio e trazer certos lutadores não convencionais aos jogos por oferecerem gameplay único, como é o caso do Suicune, que consegue participar dos embates sobre as quatro patas, além de Chandelure, que flutua pela arena e ataca com seus poderes psíquicos em vez de utilizar punhos (visto que eles nem existem).

No entanto, algumas espécies de Pokémon que poderiam muito bem ter aparecido ficaram de fora do roster principal, mesmo com suas atualizações. É por isso que selecionamos dez delas e fizemos uma proposta de como elas poderiam ser implantadas no título. Quem sabe Pokkén não se torne uma franquia corriqueira e aos poucos vá ganhando novos lutadores até, um dia, ter um elenco que faça frente a séries icônicas como Street Fighter e The King of Fighters.



10 — Hawlucha

Começando a lista com os nomes óbvios, o Hawlucha, como Pokémon Luchador, merecia ter entrado na lista final porque o estilo da luta livre mexicana é um negócio legal demais. Certo, já tem o Pikalucha no roster, o problema é que não havia necessidade de botar ele lá porque já havia o Pikachu em sua versão normal, por mais que eu adore ele nessa variante e que o moveset e estilo de jogo de ambos sejam completamente diferentes. Se trocá-lo não é uma opção, que o botassem como um novo personagem mesmo, com uma jogabilidade focada em ataques aéreos, em contraste ao Pikachu que usa e abusa da velocidade. 


9 — Greninja

Outra escolha óbvia que eu não entendo o motivo de ter ficado de fora, principalmente por conta da popularidade dele na época que estava voando (Greninja foi eleito o Pokémon mais popular na época, a frente até mesmo do Pikachu). Digo, podem ter preterido ele justamente por ser um lutador manjado e clichê, mas eles não pensaram nisso quando insistiram no Lucario, aquele que é praticamente o mascote não-oficial da franquia. 

A graça do Greninja seria o uso das técnicas ninja para ludibriar os oponentes e pegá-los com a guarda baixa. Por mais que o Sceptile tenha essa mesma temática, faltou um pouco a questão da ilusão e enganação como um personagem mais técnico, com ataques como o Double Team, Smokescreen e Substitute à disposição. Não é nem como se, nesse caso do Greninja, precisassem pensar muito nos golpes mais simples dele, visto que sua versão em Smash Bros. está aí à disposição. 


8 — Samurott

Assim como já existe o Sceptile e propomos o Greninja como representantes da arte ninja, nada mais justo do que introduzirmos um samurai como contraparte. Samurott pode não ser um exemplo de velocidade — considerando sua natureza quadrúpede e necessidade de manejar a espada com duas patas, o que inclusive incita discussão entre os fãs — mas compensaria na parte da técnica e força bruta, combinando jatos de água e formas diferentes de intimidação direta com o manejo de suas lâminas. Além disso, a estrutura da concha em sua cabeça seria um recurso a mais no combate, visto que pode ser utilizada como um chifre. 


7 — Nidoqueen

Preenchendo a posição com as mesmas características da Nidoqueen poderiam estar presentes Aggron, Tyranitar, Rhyperior e Nidoking. No caso dos três primeiros, cujo porte físico é similar, a justificativa para cortá-los é a falta de acesso aos golpes venenosos que trariam maior diversidade ao jogo ao infringir tal condição no oponente. Já em relação à sua contraparte masculina, a escolha da Nidoqueen é justamente por não contar com aquela que é considerada “a mocinha” do jogo, tal qual Chun-li é conhecida até hoje como “a mocinha do Street Fighter” (como se ela não tivesse nome). O Nidoking por si só seria muito mais manjado e desinteressante. 

Outra vantagem da Nidoqueen, por sua vez, é que ela traria mais variedade do jogo com a extensa lista de golpes que o Pokémon em questão pode aprender por TM e que fogem do seu tradicional tipo poison/ground. Thunderbolt, Ice Beam, Flamethrower e Surf  são golpes diferenciados que conseguem complementar a já comentada habilidade de envenenar o inimigo. Na prática, é quase a C. Viper (cuja estreia foi no Street Fighter IV), capaz de alternar, numa peculiar harmonia, entre golpes elementais elétricos e de fogo.


6 — Heracross

O Japão conta com uma infinidade de exotismos para nós ocidentais. Uma delas é a chamada briga de insetos, que consiste em colocar dois bichos diferentes para brigar em uma arena (que inclusive pode ter ajudado a dar origem à própria franquia Pokémon, visto que a própria ideia de capturar vem do hábito do Satoshi Tajiri em gostar de caçar insetos na natureza). Na internet é possível até mesmo encontrar vídeos dessas lutas com características dos bichões, como peso e altura, trilha sonora e narração, similar às transmissões de Boxe ou MMA.

O Heracross é a síntese dessa ideia. O Besourão poderia se classificar na categoria de força bruta, atacando os oponentes com seu poderoso chifre e usá-lo, em conjunto de seus longos braços, para realizar agarrões e arremessos para longe, de acordo com uma de suas descrições na Pokédex. Ao se transformar em Mega Heracross, seu estilo de jogo pode mudar para uma movimentação mais robótica e permitir golpes de longo alcance, considerando que o seu braço se torna uma espécie de metralhadora rotatória ao retrair suas garras. 

5 — Electvire

É HORA DA MACACADA — ou quase. Apesar de não ser diretamente baseado, Electvire tem características de um gorila, cujos poderosos braços serviriam basicamente para agarrões. Aqui, no entanto, os agarrões em questão não são simples levantamentos, mas uma hecatombe sem precedentes comparáveis a uma criança chacoalhando um pobre boneco pela perna. Para uma visualização mais concreta, imagine o Hulk brincando de pular corda com o Loki na icônica cena do filme Os Vingadores, mas com o Electvire no lugar e, para complementar a carnificina, aplicando choques elétricos no processo enquanto o inimigo se contorce em agonia. 


Falando em macaco, aliás, acho justo lembrar que o Infernape quase entrou na lista por conta do estilo do macaco do Kung Fu. No entanto, foi preterido em relação ao Electivire porque ganha aquele capaz de causar maior destruição no menor período de tempo, mesmo que sejam estilos diferentes (e que o Electivire também nem seja um macaco por completo).


4 — Ludicolo

Ludicolo seria inicialmente um personagem piada, tal qual o Phoenix Wright em Marvel Vs. Capcom 3. No entanto, suas habilidades (Swift Swim, que aumenta sua velocidade durante as chuvas, bem como Rain Dish, capaz de recuperar uma porção de seu HP durante a mesma condição climática) poderiam ser implementadas com perigo numa versão lutadora do personagem nas mãos de um jogador que fosse capaz de aplicar uma combinação de comandos que levasse a um Rain Dance. Seria interessante, nessa condição, fazer com que o Ludicolo fosse desses lutadores com a característica de promover combos devastadores em determinadas circunstâncias, transformando-o num personagem mais técnico. Além disso, seu especial poderia muito bem se inspirar no Final Smash do Donkey Kong na série Smash Bros.. 


3 — Scrafty

O tipo dark é característico por se utilizar de golpes sujos para sobrepujar o oponente, como é o caso dos golpes Fake Tears ou Knock Off. Combinado com o tipo fight, Scrafty se utilizaria de um estilo que se baseia em golpes sujos e malícia (a famosa e popular catimba) para vencer suas lutas. Além de suas fortes pernas e capacidade de cuspir ácido, o anime mostra que Scrafty pode utilizar a pele morta que se assemelha a uma calça como uma espécie de escudo maleável, aprimorando sua capacidade de defesa. 


2 — Golurk

A graça do Golurk é que ele é literalmente um robozão armadurado. Como tal, poderia se utilizar de artifícios como soco-foguete e voo a jato na hora de compor sua lista de técnicas. Indo mais adiante, a capacidade de retrair suas pernas também poderia servir como característica que promove a variedade de golpes, incitando a alternância de formas a fim de prolongar combos. A critério de comparação, o Sentinela na série Marvel Vs. Capcom seria o exemplo mais próximo de como o Golurk tem espaço na galeria de personagens em um jogo de luta. 


 1 – Hitmontop

Ao imaginar um jogo de luta de Pokémon, o primeiro palpite de qualquer fã seria a inclusão do Hitmonlee e Hitmonchan como personagens, visto que são a epítome do tipo fight na franquia. No entanto, eu quero dar destaque ao terceiro membro dos Hitmons que chegou só na segunda geração: Hitmontop,  que tem a capoeira como seu principal estilo marcial. 

No entanto, o grande trunfo do carinha é no fato de todas as arenas de Pokkén Tournament serem circulares, o que permitiria de uma maneira fascinante que sua técnica de rodar feito um pião fosse elevada ao extremo, numa proposta interessante de “bata e fuja”, ou de promover um jogo onde o personagem dificilmente fique parado. Talvez, como característica, pudesse também emendar o movimento ao ataque e o ataque ao movimento, criando maior dinamismo na batalha.

Se bem que tudo isso não passa de saudosismo ao lembrar o icônico mini-game de Beyblade do Pokémon Stadium 2, mas ainda assim, há um potencial aí que mostra que o título lançado para Arcade, Wii U e, mais recentemente, Switch, perdeu muito sem esse Hitmon específico. 

Revisão: João Paulo Benevides

É jornalista formado pelo Mackenzie e pós-graduado em teoria da comunicação (como se isso significasse alguma coisa) pela Cásper Líbero. Tem um blog particular onde escreve um monte de groselha e também é autor de Comunicação Eletrônica, (mais um) livro que aborda história dos games, mas sob a perspectiva da cultura e da comunicação.
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