The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Wii U/Switch) e seus easter eggs já encontrados

O novo título da série traz nostálgicos elementos de quase todos os títulos, mas também se aprofunda em novos conceitos.

em 10/04/2017

Com dezoito títulos canônicos, uma legião de fãs e um vasto universo desenvolvido ao longo de mais de 30 anos, The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Wii U/Switch) é o mais novo capítulo da série. Grande aposta da Nintendo como título de lançamento do Switch, e também da equipe liderada por Eiji Aonuma como promessa de reinvenção da série, o jogo quebrou paradigmas que desde Ocarina of Time (N64) não eram rompidos. Porém, com a fórmula de sucesso da franquia por anos, algumas referências se tornaram únicas e muito desejadas no novo capítulo da série. Atendendo a pedidos, fomos surpreendidos com referências e segredos inesperados pelos desenvolvedores da série.

É importante lembrar que, assim como em muitos outros jogos da franquia, a Princesa Zelda, o reino de Hyrule e a Triforce também foram selecionados para fazer parte de Breath of the Wild.
ATENÇÃO: Esse texto pode conter spoilers sobre o jogo. Leia por sua própria conta e risco.

10 – Ambientes e construções de Hyrule

De maneira “mágica” — ou melhor dizendo, sem muita explicação —, as construções e a disposição destas nos títulos da fantasia de Hyrule tendem a mudar quando os títulos são comparados. Porém, deixando de lado os detalhes, há diversas obras arquitetônicas do passado espalhadas pelo gigantesco território criado em Breath of the Wild. Logo de cara, ao sair da Shrine of Resurrection, o Temple of Time pode ser visto não muito longe dali, remetendo à época em que o herói do tempo ficou preso por sete anos até que pudesse empunhar a espada que sela a escuridão. Da mesma forma, ao longo do jogo, encontramos uma floresta densa e cheia de mistérios, uma longa ponte sobre um lago que homenageia a deusa local, um vilarejo pacato fundado pelos Sheikah, e ruínas de um rancho que abrigava a lendária montaria do herói do tempo.


09 – As épicas melodias de títulos anteriores

Para a primeira entrada da série, em 1986, o compositor Koji Kondo criou o famoso tema que serviu como inspiração para uma das características mais marcantes da franquia: as músicas. Desde então, fomos surpreendidos com uma diversidade de canções e arranjos instrumentais, e em Breath of the Wild não é diferente, mesmo que os sons da natureza estejam mais presentes que os arranjos de piano. Pode-se perceber, ao andar pelos campos de Hyrule, uma melodia lenta mas bem conhecida dos velhos tempos. Zelda's Lullaby é a famosa canção de ninar que Impa cantava à princesa, e é parte integrante de outros títulos da série. Ao se aproximar de um estábulo, o Rito Kass toca em seu acordeão a melodia usada pelo herói do tempo para chamar a lendária égua Epona, conhecida como Epona’s Song. Já no território conhecido como Zora’s Domain, pode-se perceber a canção de mesmo nome ecoando suavemente enquanto admiramos o repaginado visual do povo que habita as águas de Hyrule. Mas a cereja do bolo fica com Rito Village, adaptação direta do tema de Dragon Roost Island, território do povo Rito presente em The Legend of Zelda: The Wind Waker (GC).

08 – Recompensas dos amiibo

Já havia sido comentado, mesmo antes do lançamento, que os amiibo de Zelda anteriormente lançados poderiam ser usados em Breath of the Wild para garantir alguns alimentos e itens importantes do jogo. Mas quem iria imaginar que a lendária égua Epona poderia ser desbloqueada com o uso do amiibo de Link da série Super Smash Bros.? Esse é apenas um dos muitos exemplos, que vão desde as tradicionais roupas verdes do “alfacinho”, passando pelo refinado arco da princesa Zelda (utilizado em Twilight Princess), até a icônica lâmina forjada por um ferreiro Goron. Todos os itens especiais são encontrados dentro do baú desbloqueado pelos amiibo, que, além do baú, também fornece alimentos, plantas, cogumelos e flechas. Alguns especialistas em computação analisaram a programação do jogo e encontraram novas recompensas para amiibo ainda não lançados, o que prevê uma nova leva dos bonecos interativos e ainda mais bugigangas para nosso inventário.

07 – Old Man

O “velhinho”, o ancião, o conselheiro, o idoso. Chame como quiser aquele que é o primeiro NPC que encontramos em The Legend of Zelda (NES). Sua frase mais famosa, a verdadeira inspiração da série desde 1986, estampa camisetas de fãs ao redor do mundo. “It’s dangerous to go alone! Take this.”, aconselha o experiente e sábio senhor encontrado na caverna, entregando-lhe uma espada em um ato único de ajuda. A partir daí, cabe a Link desbravar todo o território. Em Breath of the Wild, ele é o responsável por entregar a Link o indispensável Paraglider, que auxilia Link a deixar a área do Great Plateau e prosseguir sua jornada. Mas quem pode ser esse misterioso homem que surge repentinamente no caminho de Link?


06 – Nomes das Divine Beasts

A história principal do jogo orienta Link na busca e libertação de quatro Divine Beasts das garras de Calamity Ganon. Seus nomes? Vah Ruta, Vah Radunia, Vah Medoh e Vah Naboris. Qualquer semelhança não é mera coincidência: em três das Divine Beasts, temos referências aos sábios que ajudaram Link a selar Ganon no Sacred Realm ao fim de Ocarina of Time. Vah Ruta é uma homenagem à sábia princesa Zora, Ruto, enquanto Vah Naboris homenageia Nabooru, a sábia líder do povo Gerudo. Darunia, o sábio líder dos Gorons, foi referenciado por Vah Rudania, apenas trocando as sílabas de seu nome. Já a última máquina, Vah Medoh, pode ser interpretada como referência a Medli, a carismática personagem da tribo dos Rito presente em The Wind Waker.

05 – Montarias incomuns

Desde Ocarina of Time, Link tem como companheira de viagens a fiel égua Epona. Nesse jogo, porém, ele pode domesticar e se tornar mais próximo de qualquer cavalo encontrado no jogo, sendo até possível registrá-los em estábulos. Isso é bem interessante do ponto de vista prático, pois podemos cavalgar por aí, apreciando as belas paisagens. Porém, o que poucos sabem é que não são só os cavalos e éguas que podem servir de montaria. Cervos, ursos e até cavalos-esqueleto são mais difíceis de serem encontrados e domados, mas já foi provado que, dependendo da barra de fôlego (stamina) e técnica, é possível montar neles. A única ressalva é com relação aos estábulos: eles não permitem que você registre montarias diferente de cavalos ou éguas. Porém, se você quer ter uma montaria diferente dos cavalos comuns encontrados nas planícies de Hyrule, pode sair à caça dos cavalos lendários, disponíveis em side quests, em amiibo (no caso da Epona) ou vagando por terras mais inóspitas.


04 – O melhor amigo do homem (e de Link)

Isso mesmo! Não é só Poochy & Yoshi’s Woolly World (3DS) que tem um cachorro fofinho para alegrar nossa jogatina. Os bichinhos são encontrados geralmente próximos a estábulos, e Link pode interagir com eles oferecendo comida, criando assim um laço de confiança que só cresce com sua dedicação ao bichinho. A vantagem? Além de fazer um animal feliz, você pode utilizar seus amiguinhos para escavar tesouros e também coletar itens que dificilmente você encontraria a olho nu. Fragmentos de estrela, por exemplo, são muito raros de serem encontrados. Porém, tudo se torna mais fácil com a ajuda deles. A natureza te recompensa por ser bondoso e cuidadoso com ela.

03 – Mensagens dos Sheikah

Não satisfeita com o idioma Hylian e seu completo alfabeto, a equipe criou o curioso alfabeto Sheikah. Escrituras desse povo podem ser encontradas dentro de shrines, nas Guidance Stones e até na arte externa do box da Master Edition, edição de luxo do jogo. Porém, o cuidado da Nintendo foi além da criação do alfabeto, deixando mensagens surpreendentes estampadas em diversos momentos do jogo. Algumas são palavras que tem a ver com o contexto, como a palavra "dungeon" dentro das shrines. Muitas das mensagens ainda não foram traduzidas.


02 – Camiseta temática do Nintendo Switch

Faltando alguns dias para o lançamento de Breath of the Wild (e consequentemente do Nintendo Switch), Eiji Aonuma deu as caras no YouTube comentando sobre o Expansion Pass, pacote que serviria como conteúdo adicional e que, no futuro, trará novidades e desafios, aumentando a vida útil do jogo. Após a compra e instalação, Aonuma afirmou que três baús apareceriam na área do Great Plateau. Em um deles, o jogador adquire a bela e autêntica Nintendo Switch Shirt. Vermelha e estampando o símbolo do mais novo console da Big N, a camiseta é a mais nova moda nas terras de Hyrule!

01 – Homenagens a Satoru Iwata, Robin Williams e Eiji Aonuma

Rompendo a barreira entre fantasia e real, a equipe de desenvolvimento homenageou alguns personagens da nossa história humana, algo incomum nos jogos. Em uma das quatro primeiras shrines (aquelas onde as runes do Sheikah Slate são adquiridas), pode-se notar um anagrama com seu nome. Oman Au, quando rearranjada, forma a palavra Aonuma, sobrenome do produtor que acompanha a série desde Ocarina of Time.

Além disso, dois NPC presentes no jogo são homenagens a personalidades que não estão mais entre nós. Satoru Iwata, ex-presidente da Nintendo, e Robin Williams, ator e comediante americano, deram as caras com um visual baseado no art design do jogo, ganhando até as orelhinhas pontudas dos Hylians. Mesmo com essa aparência diferente, são identificados por seus rostos caricatos e facilmente reconhecíveis. Iwata, que faleceu em 2015, contribuiu muito em sua gestão como presidente na criação​ e desenvolvimento de novas tecnologias, como o Nintendo DS. Já Robin Williams, que faleceu em 2014, foi um grande fã da franquia do herói do tempo, deixando como prova disso uma filha chama Zelda Williams, com a qual ele gravava comerciais no lançamento de cada jogo da série. Uma singela e emocionante homenagem àqueles que contribuíram para espalhar a palavra do reino de Hyrule.

E aí, conhece mais easter eggs que aqui não foram mencionados? Ainda não conferiu o mais novo jogo da franquia The Legend of Zelda? Com um jogo tão grande como esse, é fácil se perder nas referências, e pode demorar até que alguns segredos sejam descobertos. Enquanto isso, vamos nos divertindo na vastidão de Hyrule, aguardando ansiosamente a próxima surpresa.



Revisão: Ana Krishna Peixoto
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