The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Wii U/Switch) — um dia na nova Hyrule

Confira nossas primeiras impressões deste aguardado game!

em 03/03/2017


Enquanto aguardamos ansiosamente pela chegada do Nintendo Switch — o meu deve aparecer por aqui semana que vem —, temos que nos contentar jogando The Legend of Zelda: Breath of the Wild no Wii U. Não preciso dizer que este Zelda talvez seja um dos jogos mais aguardados de todos os tempos, e que chega com a promessa de fazer valer tanto as compras de Wii Us anos atrás quanto as de Switches no lançamento. Nossa análise do jogo vai levar mais algum tempo para ser publicada, pois queremos jogar o game extensivamente antes de qualquer comentário definitivo, mas enquanto isso podemos comentar sobre nossos primeiros passos em uma nova Hyrule.

Devo admitir que Zelda nunca foi minha série preferida da Nintendo. Por toda sua grandiosidade, sinto que os jogos 3D da série sempre tiveram alguns defeitos que os deixavam aquém de aventuras como Super Mario 64 (N64) e Metroid Prime (GC), que considero obras-primas na mídia. Ainda amo Ocarina of Time (N64) e The Wind Waker (GC) por diversos motivos, e é óbvio que Ocarina foi um marco importantíssimo para videogames como um todo, só não os colocaria no meu "top 5 da vida". Em particular, na transição de 2D para 3D, Zelda perdeu complexidade de design para favorecer a simplicidade de navegação nos novos tipos de espaço. Com o tempo, em vez de aproveitar jogadores familiarizados com ambientes em 3D para retomar a complexidade, os jogos foram ficando cada vez mais diferentes de suas encarnações em 2D no NES e SNES.



Breath of the Wild veio para mudar isso. Quase todos os jogos da série deixam seus legados aparentes no jogo, fazendo tudo parecer familiar para os fãs. Ao mesmo tempo, é tudo diferente do que vimos no Nintendo 64 em diante. Ainda há personagens e narrativa seguindo os clichês da série, mas tudo isso é apresentado de forma secundária e quase completamente opcional. Os diálogos são curtos, não há uma Navi-Midna-Fi para tagarelar constantemente, e não há quase nada que precisa ser feito em uma ordem pré-estabelecida.

A comparação já foi feita antes, mas vou fazê-la novamente: Breath of the Wild é, antes de mais nada, um sucessor de The Legend of Zelda (NES). Link acorda no meio de Hyrule, um velhinho dá alguns itens e dicas (que o jogador pode muito bem ignorar) e é hora da aventura. Nos primeiros minutos o jogo ainda se esforça para guiar e ensinar o jogador; todo o Great Plateau é um grande tutorial, apesar de ser um dos tutoriais mais livres que já joguei.


O velhinho pede para você obter quatro tesouros em quatro shrines (pequenos templos que servem como mini-dungeons), que podem ser feitos na ordem que o jogador preferir. Eu fiz eles no sentido anti-horário, outro amigo fez no sentido horário. Cada um desses templos fornece uma habilidade que será útil nas outras dezenas de shrines do jogo. Nesse tempo, aprendi o básico do combate, como caçar e cozinhar, e diferentes formas de encarar uma região com neve. Justamente enquanto considerava minhas opções para sobreviver ao frio, percebi que, pela primeira vez, um Zelda em 3D havia criado um leque de alternativas e me deixado escolher uma delas, sem dizer uma única palavra sobre o assunto.

Eiji Aonuma uma vez disse que é possível simplesmente sair do Great Plateau e ir direto encarar o último boss. O próprio jogo implica isso, porque "Defeat Ganon" foi literalmente a segunda ou terceira parte da Main Quest que recebi. Como ainda vou ter que rejogar o começo na versão do Switch, não queria seguir o caminho sugerido e então eu e um amigo optamos por… tentar derrotar o Ganon. Foi então que Link, vestindo apenas suas cuecas, correu até o castelo, invadiu seu subsolo e escalou até o topo. Encontrar maneiras de escalar com o pouco fôlego disponível e evitar inimigos que matavam o Link com apenas um golpe rendeu momentos de adrenalina que eu não sentia desde que joguei Bloodborne (PS4). Chegamos ao último boss (ou à primeira fase dele) mas, como já esperávamos, nosso Link não estava equipado o suficiente para derrotá-lo. Com certeza algum speedrunner vai encontrar formas de contornar isso, mas ficamos satisfeitos em escalar o castelo até o topo e pular lá de cima.


Finalmente, quero falar um pouco sobre os visuais. Breath of the Wild provavelmente é o jogo mais bonito do Wii U, mas ainda mostra marcas de seu console. Rodando em 720p, a qualidade de imagem é aceitável, enquanto as já infames quedas de desempenho são notáveis mas pouco frequentes. Algumas texturas são impressionantes, mas outras nem tanto (especialmente quando estão gigantes na tela enquanto Link escala). O verdadeiro charme vem da estética e de como as coisas se movimentam. Gramados realmente balançam com o vento e é fascinante ver como eles refletem as luzes do sol e da lua. Outro aspecto impressionante é como tudo é visível no horizonte. O mapa é quase desnecessário em alguns momentos porque é tão fácil se orientar apenas com pontos de referência como o castelo e a Death Mountain. Em geral, quem optar por jogar no Wii U não tem muito com o que se preocupar.

Nos próximos dias, iremos continuar nossa cobertura sobre o Nintendo Switch e Breath of the Wild com uma série de textos aqui no Nintendo Blast. Confira!
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