DS

#Metroid30: Metroid Prime Hunters e a megalomania bem intencionada

Nem todo jogo portátil da franquia é bom, infelizmente.

em 12/08/2016
Historicamente, videogames portáteis sempre foram mais fracos que seus irmãos de mesa. Isso cria situações nas quais, para uma franquia famosa ser adaptada, ela é bastante modificada para poder funcionar bem no console menos capaz ou conta com a introdução de várias novas características que “simplificam” o jogo sem mudá-lo completamente.


Com Metroid, já tivemos um exemplo desses com o segundo jogo da franquia, Return of Samus. Com o advento do Game Boy Advance, isso aparentemente não seria mais um problema, já que ele era comparável ao Super Nintendo, permitindo experiências bem próximas ao clássico absoluto Super Metroid — vide Metroid Fusion e Zero Mission. Então, quando o Nintendo DS chegou, era esperado que se um jogo da franquia fosse lançado, ele seria um aperfeiçoamento do que foi visto anteriormente. Mas, de um ponto de vista financeiro, existia uma forma de capitalizar tanto em cima de um novo título da franquia como também impressionar pelo potencial do console: não fazendo um Metroid 2D, e sim um capitulo portátil da subsérie Prime. E, bom, o resultado foi bem longe de algo excepcional.


Partindo da ideia de ser uma história não muito importante para o grande universo da série, encaixando-se cronologicamente entre Metroid Prime (GC) e Metroid Prime 2: Echoes (GC), Hunters tenta ser uma expansão para o mundo da franquia a partir do momento que responde um questionamento: seria Samus a única caçadora de recompensas da galáxia? Várias obras de ficção exploram o aspecto que caçadores de recompensa existem aos montes, e Metroid sempre só apresentou a personagem principal como única caçadora. Ao responder a isto, Hunters abriu a porta para um novo aspecto da série, um de competição.

Com os vários caçadores introduzidos no jogo, Samus agora está competindo com eles para completar o contrato. Só que, infelizmente, embora a ideia seja boa, ela não passa de uma desculpa má implementada na campanha principal para justificar o modo multijogador de Hunters. Esse modo foi concebido para aproveitar as características wireless do DS, e era o modo de jogo mais citado nos anúncios promocionais. A provável intenção com isso era que o jogo fosse considerado uma espécie de GoldenEye portátil, aproveitando-se do fortíssimo nome de Metroid ali presente.


O problema é que isso não seria possível justamente pela plataforma onde o jogo se encontra. Diferente dos jogos 2D, a adaptação de Prime para um portátil muito mais fraco que seu console de origem modificou demais a experiência do jogo. Sai o foco na exploração, entra um jogo de tiro genérico. Os upgrades de Samus estão espalhados de forma muito linear que não recompensa s exploração, mas sim que você só esteja progredindo no jogo.

Os ambientes são bem construídos e abusam de pequenas artimanhas para o limitado poder do DS ainda construir locais bem amplos e interessantes, mas o jogo não quer que você os explore bem. Não existe nada no game que lembre a jogabilidade comum da série.

Sem contar o esquema de controle. Usando a touchscreen como mira, Samus por vezes parece se mover muito rápido, não permitindo a precisão necessária para certos conflitos. Mesmo que você calibre, o jogo ainda não parece funcionar de uma forma boa. Uma tela maior, no entanto (como a do DSi XL ou 3DS XL), pode melhorar a precisão dos controles, fazendo o jogo mais agradável de ser jogado.

No fim, Hunters foi muito mais uma demonstração falha do DS. Não está isento de boas qualidades: o level design do jogo beira o genial com suas pequenas salas de transição que passam a sensação de um ambiente ser bem maior do que realmete é — cada zona do jogo conta com aproximadamente três salas grandes e o resto são pequenas salas idênticas, porém com portas e inimigos distribuídos de formas diferentes, e a adição dos vários caçadores de recompensas se provaria importante para o terceiro capítulo da série Prime, Corruption.

Hunters é um jogo que quis fazer muito. Talvez, se fosse feito no 3DS, teria chances de ter sido bem melhor. Embora que, pensando bem, aqui estamos perto do lançamento de Federation Force sem saber o que esperar.

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Para comemorar os 30 anos da série, o Nintendo Blast trará uma série de matérias especiais sobre a franquia e o legado de Metroid. Na próxima semana teremos mais textos. Não perca!

Revisão: Vitor Tibério
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