Explore à vontade
A demonstração de Zelda: Breath of the Wild era dividida em duas partes: primeiramente, um momento de pura exploração pelo mapa por quinze minutos, seguida por uma sessão mais linear de história de vinte minutos. Essa segunda parte, por sua vez, poderia ser tranquilamente convertida em mais uma sessão de exploração, pois não havia qualquer obrigatoriedade em seguir o trajeto indicado pela estranha voz na cabeça de Link e pelo desconhecido idoso barbudo. Assim, ambas as partes da demo exaltavam justamente a liberdade de exploração de Breath of the Wild, algo que nos remete inegavelmente ao primeiro The Legend of Zelda (NES).
Novos acessórios e roupas para iniciar a jornada! |
Lutas contra hordas de monstros para demonstrar a bravura de Link. |
O livro de utilidades
E finalmente chegamos à principal nova ferramenta de Link em Breath of the Wild: a Sheikah Slate. O artefato é obtido logo no início do jogo, e parece que será usado intensamente durante toda a jogatina. Com ele, é possível ativar certas habilidades especiais de Link, as Runes. A principal dela era a Magnesis, um imã azul (merchandising inegável do Wii U) utilizado para movimentar remotamente elementos do cenário. Essa habilidade serve tanto para enfrentar inimigos quanto para resolver puzzles. Durante a demo, pudemos explorar rapidamente um dos Shrines, pequenas dungeons que estarão presentes aos montes na versão final do jogo. Os puzzles, obviamente, exploram as diversas Runes de Link, um aspecto que podemos apostar na primazia da Nintendo em construir desafios inteligentes e profundos.
Novos itens garantem grande fôlego à franquia! |
Hyrule linda como nunca
Outro aspecto que saltava aos olhos de Breath of the Wild eram seus visuais. Se o jogo já parecia belo pelos trailers e imagens, sua beleza é elevada a um patamar acima quando estamos jogando-o de fato, um efeito bem recorrente nos videogames em geral. Hyrule está não apenas vasta, mas impressionante em seus mínimos detalhes. Explorar o universo de Zelda não apenas resulta em batalhas interessantes e novos itens para coletar, mas também em oportunidades de admirar sua beleza.
Percebi, porém, um leve distanciamento do primeiro trailer mostrado em 2014, evidente na ausência daquela brilho reluzindo a todo o instante e na ausência do vento a movimentar suavemente a vegetação. Ainda assim, efeitos de luz, explosões, água e outros elementos visuais estão no topo do que o Wii U consegue proporcionar. Fico ansioso para ver como o jogo rodará no NX, especialmente se este tiver um potencial gráfico muito superior ao do Wii U.
Pronto, já podem salvar na sua nova área de trabalho. |
Algum problema?
Até agora, praticamente todos os meus comentários sobre Breath of the Wild foram positivos. Mas houve, sim, aspectos do jogo que me incomodaram, e que acredito que são verdadeiramente pontos que precisam ser aprimorados até 2017. Primeiramente, não houve nada impressionante na trilha sonora do jogo. Obviamente, as músicas não estão finalizadas, mas, como a Nintendo deixou claro, elas serão predominantemente suaves temas ambientes. A questão é que não senti aquele tipo de empolgação que as músicas temas dos mundos de Zelda geralmente trazem. Não que não possa haver músicas ambientes à lá Pikmin, mas não faria mal incluir aquele tcham! da canção tema da franquia, por exemplo.
O combate também foi outro aspecto que acredito haver muitas maneiras de ser melhorado. Apesar de haver muitas armas diferentes que Link pode utilizar, o método de enfrentamento dos inimigos é basicamente o mesmo: ou ataque com a arma de curto alcance ou parta para flechadas. E as flechas acabam sendo uma maneira muito mais prática e segura de derrotar monstros. Senti falta de enfrentar monstros que exigem a utilização de itens e estratégias específicas para serem vencidos ou técnicas de luta avançadas como as de Twilight Princess (GC/Wii U). Até mesmo o esquema rítmico de ataques de Wind Waker (GC) poderia ser tranquilamente reutilizado.
Além disso, pude perceber notáveis quedas no desempenho do jogo. Correr por Hyrule resultava constantemente em desníveis na taxa de quadros por segundo, algo que incomodava, mas que, no contexto de uma demo, poderia ser relevado. No combate, essas quedas eram ainda mais comuns, o que me faz questionar se veremos algumas das possíveis melhorias citadas no parágrafo acima.
Além disso, pude perceber notáveis quedas no desempenho do jogo. Correr por Hyrule resultava constantemente em desníveis na taxa de quadros por segundo, algo que incomodava, mas que, no contexto de uma demo, poderia ser relevado. No combate, essas quedas eram ainda mais comuns, o que me faz questionar se veremos algumas das possíveis melhorias citadas no parágrafo acima.
Ousadia e coragem
Zelda: Breath of the Wild pegou todos nós de surpresa. Normalmente, a Nintendo não reflete em suas ações a "quebra de paradigmas" que comumente alega em seus novos jogos. Assim, muita gente assumia que o então misterioso "Zelda U" seria um rompimento com um aspecto ou outro da série, assim como Skyward Sword e A Link Between Worlds (3DS), mas era raro encontrar apostas numa revolução tão profunda da franquia.
A nossa equipe pôde passar um tempo desbravando o grandiosos estande da Nintendo! |
Revisão e edição: Jaime Ninice
Capa: Rafael Neves