Relembre os vinte anos da franquia Pokémon nos portáteis

Muita coisa aconteceu durante as seis gerações de Pokémon, mas ainda temos que pegar todos!

em 27/02/2016
Hello there! Welcome to the world of Pokémon! Caso essa introdução lhe seja familiar, você provavelmente já jogou algum jogo de uma das maiores franquias da Nintendo, que comemora hoje o seu vigésimo aniversário. Para celebrar esse feito, vamos relembrar os rumos pelos quais nossas jornadas Pokémon já nos levaram na linha principal da série. Que tal começar sabendo um pouco sobre você? Are you a boy? Or are you a girl?

Primeira geração

1996: Pokémon Red and Green (GB)

Foram necessários seis anos de luta para transformar a ideia do jovem Satoshi Tajiri em realidade. Ao lado de uma recém-formada equipe de desenvolvimento de jogos, a criatividade venceu e conquistou o Japão com o lançamento de Pocket Monsters Red e Green. Não foi necessário muito tempo para reconhecer que aquela obra-prima teria que ser divulgada pelo mundo inteiro, e foi assim que eles chegaram ao resto do globo como Pokémon Red e Blue.

Aqui no Nintendo Blast, nós já discutimos bastante sobre como tudo começou e da influência desses primeiros jogos como precursores de várias estruturas de game design da série. Mesmo hoje em dia nós ainda descobrimos segredos nesses jogos, como glitchs que permitem feitos como terminá-los em menos de meia hora. MissingNo foi um desses “erros”, tão memorável que ainda está presente nos relançamentos dos jogos no Virtual Console do 3DS.

Na verdade, Pokémon Red e Blue foram tão influentes que fizeram parte de um experimento social: Twitch Plays Pokémon. Eram centenas de pessoas participando ao mesmo tempo, palpitando quanto ao próximo movimento do personagem — ou melhor, qual o próximo botão a apertar. Demorou, mas conseguiram entrar pra Hall of Fame após mais de duas semanas (que devem ter sido bastante confusos para o protagonista Red).


Em 2013, o anúncio de Pokémon Origins pegou todo mundo de surpresa. Foram quatro episódios especiais da franquia que retomaram a história de Red e seu rival Blue, algo que existia apenas na imaginação dos fãs até então. Enquanto seguiam de perto a história dos jogos originais, tiveram influências da atualidade, como a presença da Mega Evolução. Foi, com certeza, um especial que conquistou um lugar no coração dos eternos treinadores e reviveu o espírito dos jogos originais.

1998: Pokémon Yellow (GB)

Assim que começou, o anime baseado no universo Pokémon fez tanto sucesso que influenciou os desenvolvedores dos jogos. Foi quando eles decidiram lançar uma nova versão da aventura de Red — algo que retomasse um pouco da jornada de Ash Ketchum, o garoto de (longos) dez anos — e traria os fãs que só conheciam o anime para a tela do Game Boy. Assim, surgiu Pokémon Yellow, trazendo Pikachu como primeiro parceiro do protagonista a andar fora da Poké Ball, o que o eternizou como mascote da franquia.

Toda essa integração entre os jogos e o anime (e, mesmo que menos aparente, com os demais produtos) demonstrou que as cabeças por trás da franquia realmente souberam criar uma consciência transmídia para o universo Pokémon. Isso é um dos diferenciais no sucesso da franquia, tendo em vista o equilíbrio no acesso de conteúdo que revela em cada uma de suas mídias, sempre deixando algo a mais para chamar atenção para os demais produtos.

Em comemoração aos vinte anos da franquia, a Nintendo lançou hoje as versões Red, Blue e Yellow (e Green, no Japão) no Virtual Console do 3DS. Como anunciado durante o último Pokémon Direct, os Pokémon dessas versões podem ser transferidos aos próximos jogos da linha principal através do Pokémon Bank — além de ser possível trocar e batalhar com outras pessoas através de conexão sem fio.

Segunda geração

1999: Pokémon Gold and Silver (GBC)

Desta vez, com o mundo inteiro consciente da existência da franquia Pokémon, a próxima jornada era aguardada ansiosamente. É claro que não poderia ser uma aventura mais simples do que a primeira: teria que contar com uma nova região, novos monstrinhos e um desafio superior ao proposto em 1996.

A região de Johto surgiu em Gold e Silver, mas Kanto não foi esquecida: o pós-game levava o jogador de volta à nostalgia. Ou seja, eram duas aventuras em um só jogo e, para aumentar, a mecânica sofreu vários avanços com o surgimento de novos tipos de Pokémon, surgimento do breeding e monstrinhos shinies, por exemplo, o que aumentou e muito o fator replay.

2000: Pokémon Crystal (GBC) 

Seguindo a tradição que começou com Yellow, Pokémon Crystal foi lançado como uma versão melhorada de seus companheiros de geração. Por ser tão similar às demais iterações da segunda geração, Crystal não foi aclamado como Gold e Silver, mas foi um precursor de importantes adições à franquia: os Pokémon receberam animações ao entrar em batalha, e havia a opção de jogar com uma personagem do sexo feminino, Kris.

Terceira geração

2002: Pokémon Ruby and Sapphire (GBA)

O lançamento do Game Boy Advance causou uma diversidade de impressões nos jogadores, mas os treinadores de carteirinha já sabiam que ali nasceria uma nova geração da franquia Pokémon. Como de praxe, a mecânica evoluiu mais uma vez, com a introdução de fatores importantes para o competitivo: abilities, natures e double battles.

Entretanto, alguns aspectos podem ter comprometido a “perfeição” do jogo. O sistema de dia e noite, que havia começado em Gold & Silver, foi retirado do jogo e, para alguns, o potencial gráfico do GBA não foi completamente aproveitado neste lançamento. Mesmo assim, foi sucesso na certa: juntos, Ruby e Sapphire foram os jogos mais vendidos da história de seu portátil.

2004: Pokémon FireRed and LeafGreen (GBA) 

Pokémon FireRed e LeafGreen foram um golpe certeiro nos jogadores antigos. Quem viveu na época do Game Boy certamente conhecia bem o impacto dos jogos originais na indústria dos videogames. Revisitar Kanto também parecia uma coisa certa a se fazer, pois cada versão que explorava aquela região trazia mais coisas para prender a atenção do jogador. Além disso, um jogo totalmente colorido e com todos os avanços recentes da franquia tornou aquela uma experiência única, mesmo se tratando de um remake.

Essas duas versões também eram muito amigáveis com quem estava começando a jornada Pokémon naquela época. Aliás, cada jogo da franquia soube equilibrar muito bem seus elementos de seu game design, de modo que iniciantes e veteranos conseguissem se divertir na mesma proporção. De toda forma, a atmosfera construída quanto a FR/LG era realmente a de que ali era o começo de uma jornada de incríveis proporções.

A ideia por trás dos jogos não era inovar, mas voltar à simplicidade. Por isso, a engine de Ruby e Sapphire foi reaproveitada no jogo, de modo que não houve avanços no quesito gráfico. Mesmo assim, os jogos foram bem recebidos pelos jogadores e pela crítica especializada.

2004: Pokémon Emerald (GBA) 

Uma terceira versão para Ruby e Sapphire foi lançada no mesmo ano no Japão. As grandes novidades dessa versão foram a inclusão da Battle Frontier, que aumentou bastante o tempo de jogo, e a volta das animações dos Pokémon, ausentes desde que foram introduzidas em Crystal. Foi considerada, na época, a melhor versão ambientada em Hoenn, mas apenas para aqueles que ainda não tinham jogado alguma de suas versões irmãs.

Quarta geração

2006: Pokémon Diamond and Pearl (DS)

O Nintendo DS foi um passo importante na história da Nintendo — seu sucesso foi tamanho que se tornou o segundo console mais vendido da história (e primeiro na relação de portáteis). A ansiedade era grande para conferir o que viria por aí do universo Pokémon, e não foi uma decepção: Diamond e Pearl exploraram bem o potencial do console.

O ponto forte desses jogos foi a interação, pois nunca havia sido tão simples se conectar com outras pessoas. O suporte à conexão Wi-Fi do DS foi o grande motivo por trás do sucesso comercial dos jogos. A jogabilidade foi bem incrementada com o uso de uma segunda tela de toque, mas os gráficos se mantiveram básicos, sem ousar muito, o que não comprometeu a experiência. De certa forma, esses jogos demonstraram que a mecânica Pokémon pode se adaptar e, mesmo depois de uma década, continuar com o mesmo apelo aos jogadores.

2008: Pokémon Platinum (DS) 

Depois de fazer as duas versões mais bem vendidas da história da franquia, o novo desafio dos desenvolvedores foi trazer uma terceira versão ainda melhor. Giratina é o maior fator por trás das mudanças na história já contada em Diamond e Pearl. Mesmo os jogos tendo sido “reciclados” mais uma vez, ainda valia a pena investir no jogo que refinou ainda mais a experiência de Pokémon no Nintendo DS.

2009: Pokémon HeartGold and SoulSilver (DS)

Como fora criado em 2008, o Nintendo Blast começou a realmente cobrir jogos da franquia Pokémon a partir de HeartGold e SoulSilver — e que golpe de nostalgia foi o anúncio dos remakes dos clássicos jogos do Game Boy Color. A Nintendo pegou pesado trazendo um bundle com o Pokéwalker, que deixou qualquer entusiasta por periféricos e pelos monstrinhos de bolso enlouquecido para utilizá-lo.

Embora seguindo o mesmo estilo gráfico dos outros jogos do Nintendo DS, HG/SS foram os únicos a permitir que os Pokémon seguissem o jogador fora da Poké Ball, algo só visto com Pikachu em Yellow e com certos monstrinhos no Amity Square de D/P/Pt. Isso foi um fator que certamente pesou para aqueles que sonhavam em ver seus monstrinhos e realmente interagir com eles a qualquer momento.

Quinta geração

2010: Pokémon Black and White (DS)

E então, aconteceu: o anúncio da quinta geração de Pokémon, ainda no Nintendo DS. Sendo o console o mesmo, havia um certo receio quanto ao que seria apresentado, mas Black e White mostraram uma boa evolução nos conceitos já muito conhecidos da franquia.

Embora os gráficos ainda lembrem os antigos (afinal, é a mesma série), houve um progresso muito interessante nos cenários. A adição da animação contínua para os Pokémon e mudança do ângulo da câmera durante as batalhas se encaixaram bem nos fatores tradicionais. O surgimento das Triple e Rotation Battles também foi algo bastante relevante para trazer ainda mais possibilidades ao diversificado competitivo da franquia. A integração online foi ainda mais assegurada com recursos como o Pokémon Dream World e o Entralink.

2012: Pokémon Black 2 and White 2 (DS)

E agora, vamos à próxima versão, Pokémon Gray… Ou era o que se imaginava quanto ao anúncio que seria feito. Pela primeira vez, uma região recebeu duas novas versões de vez: anunciado dois anos depois de B/W, Black 2 e White 2 trazem a região de Unova novamente. Vale lembrar que o Nintendo 3DS já havia sido lançado, então já era de conhecimento geral que essa deveria ser a última aventura Pokémon no DS.

Foi um passo de alto risco fugir da tradição de uma única nova versão, mas foi uma atitude que deu muito certo. Mais do que as outras “terceiras versões” de cada geração, esses jogos trouxeram mudanças significativas na história e nos papéis de antigos conhecidos, tendo em vista que tudo se passa dois anos após os acontecimentos de seus antecessores. O que foi proposto e realizado conseguiu conquistar inclusive os donos de Black ou White, pois aquela sim era a experiência que se esperava ter no Nintendo DS.

Sexta geração

2013: Pokémon X and Y (3DS)

O final de 2012 foi marcado com a expectativa de que a franquia Pokémon iria evoluir em 2013 e havia uma data pela qual todos os fãs de Pokémon esperavam: 8 de janeiro. Foi nesse dia que a Nintendo ia anunciou Pokémon Rainbow, uma aventura incrível em 3D que iria nos levar de volta às quatro primeiras regiões… Só que não (novamente). No começo de janeiro, foi Pokémon X e Y que vimos, mesmo que brevemente, pela primeira vez. Resumindo o sentimento de muitos após o Direct: chega logo, outubro!
Aos poucos iam sendo reveladas (e, cá pra nós, vazando antes) novas informações que criaram um número recorde de especulações quanto aos rumos da franquia. Sylveon, uma evolução nova para Eevee, foi o primeiro indício de que surgiria um novo tipo de Pokémon. Outra adição que alteraria bastante o competitivo, as Mega Evoluções, era considerada bastante polêmica, mas conseguiu se integrar bem ao produto que conhecemos em outubro.

Até chegar no mês de lançamento, fizemos uma contagem regressiva para conhecer Kalos, e quando chegamos à região parecia necessário contar cada detalhe da aventura que ela podia proporcionar. Pokémon X e Y foram revolucionários em vários aspectos: introdução do novo tipo, das Mega Evoluções, gráficos (finalmente!) em 3D e mecânicas para estender ainda mais o tempo de jogo, como o Pokémon-Amie e o Super Training. Claro que não foi uma experiência sem falhas, mas foi realmente um início de geração marcante e pelo qual valeu a pena esperar.

2014: Pokémon Omega Ruby and Alpha Sapphire (3DS)

Demorou, mas chegou: depois de tanta expectativa, Hoenn Confirmed! Desde 2011, o diretor da série já manifestava seu interesse nesses remakes. O anúncio de Pokémon Omega Ruby e Alpha Sapphire foi muito bem recebido por aqueles que não aguentavam mais esperar por revisitar a Hoenn do GBA.
Quando a demonstração especial do jogo foi revelada, houve uma grande comoção para conseguir jogá-la. Alguns fãs brasileiros chegaram a perder diversos dados dos seus portáteis apenas para ver um pouco de OR/AS e pegar nela um Mega Glalie. Eles só não esperavam que a demo seria lançada na eShop posteriormente, mas não vamos chorar pelo leite derramado e os saves perdidos.

Refizemos nossas jornadas até o mês de novembro, quando finalmente chegou a hora de jogar a versão completa do jogo. Como as últimas versões lançadas, Omega Ruby e Alpha Sapphire possuem uma quantidade absurda de conteúdo a ser explorado e muitas novidades que fizeram valer a pena voltar à região de Hoenn. Elas não escaparam de pontos negativos pesados, pois tinham 7.8/10 too much water para serem considerados os melhores jogos da franquia.

Sétima geração

2016: Pokémon Sun and Moon (3DS)

No final desse ano, teremos novos jogos nas telas do 3DS. Não sabemos muito até agora, apenas que teremos uma nova região para explorar, novos Pokémon e muito mais horas de diversão com nossos portáteis. Até lá, estaremos descobrindo (e especulando) muito sobre Pokémon Sun e Moon!

E é assim que acaba nossa retomada da linha principal da franquia Pokémon. Já se foram vinte anos desde que a primeira jornada de completar a Pokédex, trocar e treinar monstrinhos de bolso foi proposta. A fórmula da franquia, que nasceu com os primeiros lançamentos, mostra-se tão viva quanto no seu auge. Já diziam as canções-tema do anime: a cada mundo diferente, uma nova emoção; o sonho de ser o melhor é pra sempre e nunca vai morrer, pelo menos enquanto nós continuarmos acreditando.
Obrigado, Game Freak!
Revisão: Vitor Tibério
Capa: Felipe Fabricio
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