Star Ocean (SNES) iniciava uma incrível jornada pelas estrelas

Conheça um dos últimos lançamentos para o SNES que revolucionou o que era feito e continua em evidência até hoje

em 25/10/2015

Ano espacial de 346. Já fazem muitos anos desde que a humanidade desenvolveu métodos que permitem viagens espaciais em curto espaço de tempo e iniciaram a explorar a vastidão do universo à sua volta. E foi assim que o capitão Ronyx J. Kenny e sua tripulação conseguiram chegar ao ainda não tão evoluído planeta de Roak para o início de uma saga espacial que continuou em diversos outros jogos.


Essa é a premissa base de Star Ocean: Fantastic Space Odyssey, RPG desenvolvido pela tri-Ace e publicado pela Enix em julho de 1996 para o SNES exclusivamente no Japão. Infelizmente, o jogo acabou saindo apenas no final da vida do console, e junto ao lançamento limitado ao Japão, muita gente não pode experimentar esse incrível jogo.

Encontrando os nativos

A história no começo do jogo se divide entre Ronyx e Roddick Farrence, um nativo do planeta Roak. Roddick fazia parte de uma milícia de defesa de sua vila para defendê-la de ladrões e outras ameaças. Porém, diversas pessoas começaram a ser infectadas por uma estranha doença que os transformava em pedra, e mesmo a magia do planeta Roak conhecida por simbologia não conseguia curá-la. Roddick perdeu até mesmo seu melhor amigo enquanto buscava uma lendária erva capaz de curar essa doença.
Roddick e sua amiga de infância Millie. Detalhe que ambos possuem caudas.

Durante essa busca, Roddick e Ronyx se conhecem, e a história começa a convergir. Ronyx descobre que a tal doença na verdade era uma arma biológica usada por Lezonia, uma civilização inimiga da Terra. Mas por que eles utilizaram essa arma contra o inofensivo planeta de Roak? E como curar essas doenças? São essas perguntas que iniciam uma jornada que ainda se estende por viagens no tempo e por outros planetas. O enredo era muito bem feito e conseguia mudar bastante os focos e continuar cativante ao mesmo tempo.

Odisséia do desenvolvimento

Star Ocean foi muito comparado na época de seu lançamento a Tales of Phantasia, o primeiro jogo da popular franquia “Tales of” da Bandai Namco, e isso tem uma explicação fácil. A tri-Ace foi fundada por ex-funcionários da Namco que trabalharam em Tales of Phantasia e resolveram sair da companhia devido a disputas criativas sobre os rumos que o jogo deveria tomar.

Ambos os jogos levaram o hardware do SNES ao limite, introduzindo até mesmo diálogos com vozes entre os personagens. E para isso, os jogos chegaram a utilizar todos os 48 megabits de armazenagem possíveis dos cartuchos do SNES, e Star Ocean ainda possuía um chip especial conhecido como S-DD1 para auxiliar a compressão dos dados para incluir ainda mais conteúdo. Outro jogo que chegou a utilizar o chip foi Street Fighter Alpha 2.
O jogo apresentava belos sprites para o poder do SNES


A jogabilidade dos combates de Star Ocean eram feitas em tempo real, assim como em Tales of Phantasia. A diferença é que aqui você continua a enxergar o campo de batalha por uma visão superior em vez de lateral, passando uma sensação maior de continuidade do cenário que você explorava fora do combate. E apesar de ser possível organizar um grupo de até quatro pessoas, você só controla um personagem por vez, executando golpes e magias. O restante do grupo realiza suas ações a partir de um script escolhido previamente pelo jogador.
O combate era bastante dinâmico já que você controlava os personagens em tempo real

Falando em personagens, essa era a parte mais legal de Star Ocean. Não era possível recrutar todo o elenco disponível para seu grupo em uma única sessão de jogo, já que alguns dos doze personagens só iriam aceitar se juntar a você conforme as decisões tomadas ao longo do jogo, e algumas dessas decisões desagradava alguns deles ao ponto de se negarem juntar ao grupo. Cada personagem também podia aprender habilidades para criação de itens, como cozinhar ou criar espadas. As habilidades eram importantes para criação de alguns dos itens mais poderosos do jogo e eram desenvolvidas com Special Points, ganhos junto com experiência após as batalhas. Essas habilidades de criação variavam entre personagens, porém, algumas delas chegava a se repetir entre eles.,
Esses são apenas alguns dos outros personagens encontrados no jogo.

Além disso, cada personagem possuía interações diferentes entre si, através das “Private Actions”. Essas eram interações entre alguns personagens, e dependendo do que acontecia, os envolvidos ganhavam ou perdiam afinidade entre eles. A afinidade influenciava desde eventos em combate, como um personagem bravo porque seu amigo ficou inconsciente, e até mesmo os possíveis finais do jogo. Apesar de não alterar a história principal do jogo, esses outros finais alteravam o que acontecia com cada um dos personagens.

O legado da jornada

Mesmo com o lançamento limitado ao Japão, o primeiro Star Ocean chegou a vender um impressionante número de 235 mil cópias. Aposto que nem a própria Nintendo acreditou que um jogo de SNES lançado em 1996 iria atingir tamanho sucesso. Uma das principais referências para o desenvolvimento do jogo foram as aventuras do capitães Kirk e Picard em Jornada nas Estrelas.

A história das aventuras de Roddick e Ronyx ficou exclusiva ao Japão principalmente pelo fato da ainda Enix na época ter fechado a sua divisão norte-americana pouco tempo antes do lançamento de Star Ocean. Também foi afetado pela falta de interesse da Nintendo de continuar a lançar jogos para o SNES já que o Nintendo 64 já estava para ser lançado. Só depois de doze anos que o ocidente pode receber uma versão oficial do primeiro jogo com o lançamento do remake Star Ocean: First Departure, título exclusivo para PSP.
A versão para PSP utilizava backgrounds em 3D mas manteve os personagens pixelados

Sua continuação, Star Ocean: The Second Story, e as sequências posteriores foram lançadas já pela fusão Square-Enix ao redor do globo. A franquia espacial continua, com o lançamento em breve de Star Ocean: Integrity and Faithlessness. O jogo está previsto para sair em abril de 2016 no Japão e posteriormente no mesmo ano para o restante do mundo. Porém, somente os donos de PlayStation 4 vão poder aproveitar a versão internacional do novo jogo. Quem sabe esse novo lançamento não gere um futuro Blast from Japan lá na frente também.

Revisão: Luigi Santana
Capa: Diego Migueis
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é formado em Administração de Empresas pela USP, e mestre em cultura inútil pelas experiências de vida. Desde 1993 gosta de explorar o mundo dos games em seu tempo livre. Pode ser encontrado reclamando da vida no Facebook e Twitter.
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