A origem de tudo
Calma, ainda não é sobre a história do jogo, mas sobre sua concepção. A quinta geração foi um tanto quanto difícil para a Nintendo. O N64 não fez o mesmo sucesso que o SNES, e o que seria um periférico deste acabou se tornando seu maior concorrente até hoje, o PlayStation. Com isso, várias empresas migraram para a Sony, como a então Square Soft e sua franquia Final Fantasy. Mas nem tudo estava perdido. Nintendo e Capcom se unem no que seria o primeiro Resident Evil exclusivo para os consoles da Big N: Resident Evil 0.A única aparição de Billy Coen além de RE0 e sua representação em The Umbrella Chronicles foi nos arquivos da versão de N64 de RE2. |
O desenvolvimento do jogo ia muito bem, obrigado, mas uma das principais inovações previstas, o sistema de parceiros, alternando os protagonistas, não estava funcionando adequadamente no hardware do Nintendo 64. Com isso, o projeto acabou movido para a plataforma seguinte, o GameCube. Mas a semente já estava plantada: o Nintendo 64 ganhou o que seria a versão mais completa de Resident Evil 2, num trabalho fenomenal da Capcom para colocar tanto conteúdo em um cartucho. Essa é a única versão em que encontramos arquivos sobre Billy Coen, que dividiria os holofotes com Rebecca nesse novo projeto.
GameCube, a casa de Resident Evil
Na sexta geração a parceria entre Capcom e Nintendo se estreitou ainda mais, principalmente em se tratando de Resident Evil. Nada menos do que seis títulos da franquia saíram pro cubo roxo, e o primeiro deles foi… o remake de Resident Evil. Bom, parecia muita enrolação, mas o título original da franquia recebeu aquela que seria sua versão definitiva e abriria caminho para que, ainda em 2002, Resident Evil 0 fosse finalmente lançado.Após o imenso sucesso e repercussão do remake, o título de origem ficou um tanto quanto apagado. Poucos eram os donos de GameCube (o lanterninha da geração), o que o deixou ainda mais obscuro. Mas, ainda assim, o título foi muito bem recebido. Para os fãs da franquia, foi uma maravilha, já que amarrava muitas (muitas mesmo) pontas soltas no enredo da série. A trama já envolvente ficava mais densa aqui, e os nintendistas acabaram ganhando mais uma pérola.
Mas isso não era tudo. A Capcom queria que os fãs da Big N tivessem a experiência mais completa em se tratando de Resident Evil e lançaram ports de Resident Evil 2, Resident Evil 3: Nemesis e Resident Evil CODE: Veronica X. Para concluir o contrato (para alguns um péssimo desfecho), ainda tivemos Resident Evil 4, outro lançamento exclusivo para GameCube.
Quando o trem sai do trilho
Nesse momento, Shinji Mikami, o idealizador da franquia, e a Capcom se desentenderam e o mesmo deixou a companhia onde alcançou grande sucesso. A partir disso as coisas começaram a mudar, não necessariamente para melhor.Antes exclusivo para GameCube, Resident Evil 4 acabou ganhando versão para PS2, o que foi bom pra franquia, que alcançou um público maior. Em seguida, o mesmo título chegaria também ao Wii, console que ganharia diversos títulos da série, entre eles Resident Evil 0 e o remake do original, ainda exclusivos para plataformas Nintendo.
Com o anúncio por parte da Capcom de que uma versão HD Remaster está em desenvolvimento, com lançamento previsto para o começo de 2016 e com membros da equipe original envolvida, temos certeza de que o resultado será excelente. Resident Evil HD Remaster deu um visual ainda mais refinado à franquia e uma opção mais atual de jogabilidade. E é isso que esperamos ver nessa nova remasterização.
Originalmente lançado pra GameCube e com versão pra Wii, esse título finalmente saiu da Nintendo pra atingir um público ainda maior. Porque todos devem ter a oportunidade de experimentar uma história tão envolvente como essa, que mesmo anos após seu lançamento original ainda desperta curiosidade de fãs da série e do gênero. Uma pena, porém, que as plataformas da casa do Mario tenham ficado de fora.
Enfim, a história
Enviados às Montanhas Arkley para investigar assassinatos suspeitos, a Equipe Bravo dos S.T.A.R.S. enfrenta problemas e acaba se perdendo na floresta. Rebecca, médica e novata da equipe, parte sozinha, quando se depara com um veículo de transporte capotado e policiais mortos. Entre os documentos, avista a ficha de Billy Coen, um militar condenado à morte que estava sendo transportado. Agora, além de investigar as mortes misteriosas, também tem que se preocupar com o assassino a solta.Ao ser atacada por cães “selvagens”, Rebecca acaba entrando no Ecliptic Express, um trem que se encontrava parado num trilho que passava ali na floresta. E é então que a aventura de fato começa. Nossa jovem médica investiga o trem quando se depara com o primeiro zumbi. Quando está em perigo, é salva por Billy Coen, o tal prisioneiro, o que a faz duvidar se ele é realmente culpado. O ex-militar, por sinal, será seu parceiro pelo resto da aventura.
Os dois se unem para saírem de tal situação, resolvendo mistérios e adentrando no pesadelo que é a Umbrella. O trem os leva até instalações da companhia, onde desvendam tudo que é feito às escondidas em Raccoon City, principalmente nas instalações nas montanhas, há décadas.
Pessoas ligadas ao passado de Spencer e outros vilões da série são retratados aqui, principalmente nos arquivos encontrados pelos ricos cenários. O que já era instigante no título original, aqui fica ainda mais envolvente. Explicações para o que vimos nos demais jogos da série saem daqui.
Após “solucionados” todos os problemas, Rebecca e Bily se despedem. O prisioneiro é dado como morto e segue seu caminho, encerrando, até aqui, sua participação na série. Rebecca avista a Mansão Spencer e parte para o que acredita ser um abrigo. Pobre Rebecca...
Resident Evil 0 atingiu um nível muito alto, principalmente em se tratando de uma "continuação". As versões de GameCube e Wii são cobiçadas até hoje, não só por colecionadores, e com a vindoura versão remasterizada, mais pessoas poderão desfrutar dessa obra de arte do morro de sobrevivência. E você, já aproveitou esse jogo ou vai fazê-lo com sua remasterização?
Revisão: Alberto Canen
Capa: Felipe Araújo