Análise: Retorne a Hoenn em grande estilo com Pokémon Omega Ruby & Alpha Sapphire (3DS)

Embarque em uma jornada épica com seu Pokémon preferido em um dos remakes mais aguardados da franquia.

em 06/12/2014

Parece que foi há muito tempo. Em 2003, o Game Boy Advance foi presenteado com a terceira geração do games dos monstrinhos de bolso mais populares do mundo eletrônico:, Pokémon Ruby & Sapphire (com a versão especial Emerald sendo lançada pouco depois). Os jogos marcaram época e ficaram guardados com muito carinho na memória dos fãs. Agora, em 2014, depois de muitas especulações (HOENN CONFIRMED!!!) e várias pistas em Pokémon X & Y, um sucesso do passado retorna em toda sua glória no 3DS. Vamos viajar novamente ao incrível continente de Hoenn e descobrir o que torna Pokémon Omega Ruby e Alpha Sapphire um sucesso absoluto.

Homenageando um clássico

Infelizmente, eu nunca tive a oportunidade de jogar os games originais no Game Boy Advance e, curiosamente, quando eu estava decidido a viver a experiência desses títulos tão lembrados, descobri que os remakes de Ruby e Sapphire estavam confirmados para um lançamento próximo. Foi uma feliz coincidência. E nos primeiros momentos de gameplay dos games, pode-se sentir que a aventura transmite um sentimento nostalgico ao jogador, revivendo situações clássicas dos games originais (que só vi através de algumas imagens) ou ao se visitar uma cidade e ver cada detalhe sendo trazido de um passado bidimensional para uma explosão tridimensional.
Um mundo belo e cheio de aventuras em três dimensões.


Aliás, por mais sutil que possa parecer para aqueles que rapidamente atravessam a região de Hoenn e desafiam a poderosa Elite Quatro, Pokémon ORAS não apenas transformou o universo dos games originais em um mundo de cores vibrantes e com movimento fluido. A Game Freak aproveitou todo o poder do motor gráfico utilizado em X & Y e fez uma melhora imensa. Isso é claramente perceptível nas animações das batalhas, nos movimentos dos personagens através dos cenários e no visual geral das cidades e rotas. Infelizmente, um problema herdado dos últimos titulos continua presente em OR/AS: a queda de frames durante os combates ao se utilizar o efeito 3D permanece e atrapalha em certos momentos.
A inevitável comparação entre o visual original e o do remake.


E com uma nova funcionalidade adicionada em OR/AS, contemplar o belo visual de Hoenn fica melhor ainda. O soar é a capacidade dos lendários Latios e Latias de planar nos céus. Bem, na verdade, todo o Pokémon capaz de aprender Fly faz isso, mas com a diferença de que apenas os acompanhamos através da animação padrão do game. Contudo, basta utilizar a Eon Flute que um dos lendários Pokémon de Hoenn virá ao seu encontro e, Mega-evoluído, permitirá a você planar sobre suas costas enquanto observa essa bela região do alto. E o soar não é apenas uma das melhores coisas a se fazer no game: ao utilizá-lo poderá encontrar os famosos Mirage Spots que, como falaremos mais adiante, lhe renderão momentos épicos.
Voar sobre Hoenn.... Não existe nada melhor!

A trama original dos games foi preservada e, mesmo passados quase 10 anos do lançamento de Ruby e Sapphire, a história não é a mais interessante da série. Apesar disso, tanto o Team Magma quanto Team Aqua possuem personagens fortes e que conseguem sustentar suas convicções de uma forma convincente. Recapitulando, a história de Ruby e Sapphire foi a primeira da franquia a mostrar dois grupos de vilões que estavam atrás de Pokémon lendários para mudar o mundo, e não apenas atrás de lucro financeiro, como era o caso da Equipe Rocket. Felizmente o enredo que parece se arrastar em certos momentos é compensado por personagens carismáticos como o campeão da Liga, Steven, que auxilia o jogador em diversos momentos da jornada.
A trama dos games não é muito forte. Mesmo assim, as ideias dos vilões conseguem influenciar o jogador.

Pokémon em sua mais pura essência

Não apenas no quesito visual, OR/AS aproveitou tudo de bom que foi utilizado em X & Y e acrescentou as suas próprias melhorias. Uma das adições que torna o remake diferenciado de seus antecessores (e de qualquer outro título da franquia) ée a forma como se captura os Pokémon. Cansado de ficar andando a esmo pelos matinhos? Então utilize o Poké Nav Plus! Com esse aparelho obtido logo no começo da aventura, você pode visualizar os Pokémon que existem em cada rota. A medida que você os captura, os dados aparecem na tela e é possível saber quantos monstrinhos ainda não descobertos residem naquela região.
Capturar Pokemon ficou muito mais facil com o Poke Nav Plus.


Mas o Poke Nav Plus não funciona apenas como um mapa. Com sua capacidade de rastrear, você pode ouvir o grito de um Pokemon no meio do mato. E para capturá-lo, é possível usar o novo modo stealth do game, que permite andar lentamente até o ponto onde se encontra o monstrinho. Poder regular o passo do personagem com o movimento do Circle Pad é uma das funcionalidades mais úteis em OR/AS. Afinal, é graças ao modo stealth que se torna possível atravessar vários matinhos ou arbustos com um passo lento sem se deparar com nenhum Pokémon selvagem e assim economizar na compra de Repels.
Devagar...Devagar...


E quem diria que esse modo especial funcionaria até mesmo embaixo da água? Agora que um dos HMs mais pedidos pelos fãs, Dive, retorna em OR/AS, você pode até mesmo procurar Pokémon no fundo do oceano usando o Poke Navi Plus. Uma curiosidade é que, onde quer que você esteja, seja na terra ou na água, sempre que olhar para a touchscreen, a tela de fundo que o Navi Plus mostrara irá corresponder ao visual daquele cenário nos games originais. Um belo toque de nostalgia a um dispositivo inovador e muito útil.
Somewhere... Beyond the sea!
Uma característica que retorna à franquia são as Secret Bases, vindas dos games originais. A capacidade de montar um espaço somente seu (no melhor estilo Animal Crossing) e convidar outros jogadores e até ganhar EXP para seus monstrinhos compensa a falta de personalização dos personagens. Apesar de muitas reclamações por parte dos jogadores, a Game Freak e a Nintendo salientaram que essa característica foi própria de Pokémon X & Y e, de forma a preservar os traços de Ruby & Sapphire, o visual original dos personagens principais foi mantido.
Seu cantinho pessoal no mundo Pokémon.
Por falar em visual, temos a adição dos Contest Spectacular para tornar o game mais divertido (e também mais bizarro). Depois de conhecer a Contest Idol, Lisia, que é considerada a pessoa mais estilosa em Hoenn, você pode participar de concursos de fantasia com seus Pokémon. Tudo bem, mas qual e a vantagem de vestir seu Pokémon com váriostipos de roupas? Bem, além de poder competir com outros treinadores, subir de ranking e aumentar certos status de seus companheiros, tente imaginar o quão épico é capturar o lendário da sua versão utilizando um Pikachu fantasiado com roupas de um astro japonês do rock ou de uma dama do século 19… Simplesmente, não tem preço.
Pikachu fazendo cosplay... Não precisamos de mais nada além disso, não é?

A Mega-evolução é apenas o começo

Um das grandes novidades trazidas pela sexta geração dos monstrinhos de bolso foi a adição das Mega-evoluções. Apesar de muitos jogadores ainda torcerem o nariz para essas bizarras transformações dos Pokémon, é inegável o diferencial que elas fazem durante as batalhas. Aproveitar essa ideia e inseri-la na clássica história de Ruby e Sapphire não seria uma tarefa fácil, mas a Game Freak fez um bom trabalho em contextualizar a Mega-evolução na jornada por Hoenn. Além disso, o conteúdo inédito do remake, o Episódio Delta, consegue explicar diversos detalhes do universo Pokémon, unindo de uma forma interessante o passado da região de Kalos com o futuro de Hoenn.
Zinnia é uma personagem marcante e a história responde muitas questões.




Além de dar uma repaginada na história do Team Magma e Team Aqua e sua busca pelos lendários Groudon e Kryoge, OR/AS ainda dá a chance aos jogadores de capturarem todos os Pokémon lendários da franquia! Bem, não exatamente todos, mas a grande maioria deles pelo menos. São diferentes formas de se encontras pérolas como Entei, Lugia ou mesmo Zekrom, mas quase todas consistem em encontrar anéis misteriosos espalhados em diferentes ilhas de Hoenn. Eles na verdade são portais para outras dimensões onde os lendários estão escondidos e, apesar do inédito Pokémon Hoopa (e sua forma mega-evoluída) ainda não ter feito a sua estreia oficial nos games (a não ser através de hacks), os anéis lembram muito os artefatos que esse estranho Pokémon possui.
Quer capturar Palkia, Reshiram ou outro lendário? Em ORAS você pode fazer isso!


Mas e a tão comentada Primal Reversion? Por enquanto, esse tipo de evolução está restrito apenas a Groundon e Kryoge. A “reversão” ao estado primordial aumenta estupidamente o poder dos lendários, apesar de não alterar muito a sua aparência física, sendo ativada naturalmente em combate desde que o Pokémon esteja carregando um orbe específico. Ligada mais ao poder natural da Terra, a Primal Reversion é uma evolução com origem ainda misteriosa e que podemos esperar ser mais utilizada em games futuros, pois sua presença na história principal passa quase despercebida. Felizmente a trama ágil do Episódio Delta compensa essa falha do enredo e as novas Mega-Evoluções presentes no game rendem muitas horas de procura pelas Mega stones através dos cantos mais obscuros de Hoenn.
Será que veremos a Primal Reversion sendo utilizada em games futuros?


Prós

  • Belo visual homenageando os clássicos;
  • Soar e modo stealth trazem novos ares a franquia;
  • Episódio Delta é um conteúdo extra imperdível.

Contras

  • A história não é uma das mais fortes da franquia;
  • Muita água (Não mesmo! Afinal, o que seria de Hoenn sem seu mundo aquático para explorar?).

Pokémon Omega Ruby e Alpha Sapphire - Nota: 9.0


Revisâo: Luigi Santana

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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