Prévia: Super Smash Bros. for 3DS junta no seu bolso os melhores aspectos da franquia

Contando com quantidades absurdas de conteúdo, forçando o portátil ao extremo e encontrando o perfeito equilíbrio entre Melee e Brawl, chega um dos candidatos a Jogo do Ano!

em 22/09/2014
“Estão ao meu lado; são meus aliados aqueles que já foram fortes homens e rivais. E é certamente competindo e lutando ferozmente que nosso esplendor cresce”. Esse trecho final do tema de Super Smash Bros. Brawl para mim sempre será uma das melhores descrições da série de luta da Nintendo. Aquilo que começou como um jogo de luta de criaturas mais poligonais e genéricas que as naves do primeiro Star Fox foi colocando cada vez mais amigos e inimigos dos mais diversos mundos da gigante japonesa lado a lado. E a cada iteração, a cada sopapo trocado, a cada veterano que voltava ou era deixado para trás, a cada coração saindo pela boca na espera de que um de nossos personagens favoritos fosse anunciado como um novato, o esplendor da série crescia vertiginosamente. Agora, quinze anos após o lançamento do primeiro jogo da série para o saudoso Nintendo 64, teremos a primera versão disponível para um portátil da Nintendo. E este promete trazer ainda mais conteúdo que antes.



Elenco de fazer inveja

Em um jogo de luta, uma das coisas que mais diversificam a jogabilidade e prendem a atenção dos jogadores são os personagens selecionáveis. Esse elenco, comumente chamado de roster tende a crescer a cada iteração, caso o jogo seja bem sucedido, e é constantemente o alvo de especulação pelos fãs da série. Se isso já acontece normalmente em qualquer jogo de luta, o quê dizer então de Super Smash Bros., que dá a oportunidade de controlarmos os nossos personagens favoritos de todo o gigantesco universo da Nintendo?

Nesse quesito, a empresa começou com o pé direito na E3 2013, revelando o Villager, o primeiro representante controlável da série Animal Crossing, a inesperada Wii Fit Trainer, que virou alvo de piadas e memes na internete mas logo caiu na graça do público, e, por fim, algo que muitos sonhavam mas jamais esperavam acontecer: o Blue Bomber da Capcom, Mega Man, se úniu ao elenco – e com um Final Smash espetacular, diga-se de passagem. Mas depois de tantos anúncios eletrizantes, Sakurai anúncia que o roster não cresceria tanto quanto cresceu nas ultimas versões e que seria de um tamanho similar ao de Brawl.



A declaração, que atormentou a mente de jogadores inseguros se seus lutadores favoritos retornariam ou não, em prol dos novatos, recentemente tem se mostrado não ser tão verdadeira assim. Temos Greninja representando a região de Kalos na equipe dos Pokémon, Little Mac se tornando um controlável apelão depois de seu treinamento como Assist Trophy e Palutena, antes renegada a uma imagem estática no Final Smash do Pit, agora aparecendo com todo seu esplendor e doze ataques completamente diferentes para customizar os seus especiais. Ah, e já que tocamos no assunto, não podemos esquecer dos Mii Fighters, com seus três estilos de luta diferentes (espadachim, lutador e pistoleiro), e seus infinitos níveis de customização, tanto em ataques quanto em roupas, chapéus e afins, tornaram o elenco infinitamente expansível. Se o personagem que você queria controlar não se encontra no roster, crie um Mii dele e seja feliz!

I see your true colors…
Uma dos extras mais divertidos de Super Smash Bros. sempre foi ver as cores alternativas para os personagens. Dos sempre presentes Dark Link e Fire Mario a alguns inesperados como o Captain Falcon rosa ou o Ganondorf grisalho, essas roupas sempre renderam risadas. Em Brawl, Wario deu o primeiro passo em direção à mudança ao utilizar duas roupas completamente diferentes: uma inspirada no seu clássico macacão e outra na série Wario Ware. Agora, na quarta versão do jogo, todos os personagens contam com oito versões, sejam elas simples trocas de cores (como ocorre com as diversas armaduras de Samus) ou modelos completamente diferentes (como acontece com Villager e os Treinadores Wii Fit). De Fierce Deity Link a Little Mac com seu roupão cor de rosa (sem deixar de mencionar o Mario do NES Golf), Sakurai certamente expandiu a seleção que Brawl oferecia.

A reta final do desenvolvimento ainda trouxe mais e mais surpresas, como um total de quatro participantes da série Fire Emblem (ainda que Lucina seja um clone de Marth), a incursão do protagonista de Xenoblade, Shulk, e seus cinco estilos de luta diferentes baseados no modo que se encontra a sua espada Monado e, para completar os personagens clássicos da nossa infância, Pac-Man se junta a Sonic, Mario e Mega Man. Levando em consideração a versão japonesa, na qual já desbloquearam todos os lutadores, estamos falando de um surpreendente total de 52 personagens selecionáveis, além dos Miis, formando assim não só a maior seleção da série mas também o maior conjunto de novatos a serem inseridos!

Essa galera toda — elenco já maior que o de Brawl — fica disponível desde o primeiro momento!

Um system seller que agrada a todos

Junto com Mario Kart 8 (Wii U), Super Smash Bros. (Wii U/3DS) serviria como um alavancador de vendas do console da Nintendo e seria também um marco como a primeira iteração da franquia a ser lançada para um portátil. Para isso, era necessário que o jogo agradasse a gregos e troianos. Ou, como são conhecidos no mundo dos jogos, hardcores e casuais. Apesar de ser uma tarefa desafiadora, Masahiro Sakurai e sua equipe conseguiram encontrar um equilíbrio perfeito entre Melee, o queridinho dos competitivos, e Brawl, por muitos considerado a ovelha negra da família.

Ao separar personagens que antes faziam parte de transformações (como Zelda e Sheik, Samus e Zero Suit Samus e reduzindo o Pokémon Trainer a apenas o Charizard), os desenvolvedores puderam torná-los não só mais únicos como também fazer um balanceamento melhor dos personagens do jogo, uma vez que não precisavam mais tratar dois (ou três) personagens como um só. Zero Suit Samus mais ágil e com golpes mais potentes e efeitos de paralisia compensam a falta de poder bruto que a Varia Suit proporcionava. Sem mais se transformar em Sheik, Zelda agora consegue atacar com o Phantom de Spirit Tracks, diversificando seu repertório.


O balanceamento foi além destes personagens e revisitou alguns que há um bom tempo estavam estagnados, como Bowser. Agora, mais rápido e ereto, o rei dos Koopas finalmente terá chance no competitivo, como comprovou no Super Smah Bros. Invitational, durante a última E3. Vários Final Smash mudaram ou receberam leves alterações, como o de Pit, Luigi, King Dedede, Donkey Kong e Samus, e o jogo, no geral, ficou mais rápido e com bastante combate terrestre, agradando os fãs de Melee, mas manteve o jogo aéreo de Brawl, com algumas novidades nas mecânicas de se segurar nas beiradas do estágio, modificando bastante as estratégias consagradas.


Mas se os mais hardcores vão agradecer as novidades, os casuais que não percebem essas pequenas diferenças ou simplesmente não se importam com o cenário competitivo ainda terão muito o que aproveitar. Com a miríade de modos que já é costumeira na série, a seleção dessa vez ainda expandiu mais: o modo Allstars já vem desbloqueado desde o começo, o Homerun Contest continua e ainda deu origem ao novato Target Blast, as batalhas de MultiMan agora podem ser jogadas cooperativamente ou competitivamente no modo multiplayer e ao invés de polígonos, alloys ou wireframes, nós vamos trocar porradas com os Miis salvos na memória de nosso 3DS.


Dentre os diversos modos, um dos que mais recebeu destaque e será exclusivo da versão de 3DS é o Smash Run (além da sua versão alternativa, o Climb), no qual os lutadores percorrem um gigante estágio derrotando inimigos das diversas séries representadas no jogo e coletando power ups que aumentam seus status (como pulos, ataques, projéteis, velocidade, resistência, força…). Ao final de cinco minutos, os desafiantes são colocados em uma das arenas normais para se enfrentar. Mas tem um porém: todos eles vão entrar na luta com os poderes coletados ao longo da jornada!


O modo clássico também retorna, mas dessa vez com algumas boas diferenças ao que já estamos acostumados. Agora, antes de iniciar, o ajuste da dificuldade não é feito através de um simples seletor, mas algo mais parecido com o Fiend’s Cauldron de Kid Icarus: Uprising (3DS). Quanto mais moedas apostar, mais difícil seus oponentes serão, mas em compensação mais e melhores recompensas aparecerão. Além disso, agora o caminho até a temível Master Hand conta com várias rotas alternativas. Ou seja, se você é excepcionalmente ruim contra um certo personagem, você ainda tera uma ou duas outra opções que aumentam suas chances de vitória!


Todo mundo tem a sua vez!
Para garantir que todos se sintam confortáveis quando forem jogar online, a Nintendo tomou algumas medidas. A primeira foi dividir o modo em For Fun e For Glory. O primeiro faz com que todas as arenas, exceto Final Destination, possam ser randomicamente selecionadas, ativa todos os itens e permite batalhas Free For All de até quatro pessoas ou até mesmo Team Battles, e somente suas vitórias são registradas. No modo For Glory, para os experientes, tanto vitórias quanto derrotas são salvas no perfil do jogador e somente Final Destination (ou versões Final Destination de outros estágios) sem nenhum item estará disponível para o confronto. Além disso, o modo será focado em batalhas de um contra um. Será possível também jogar com amigos registrados no console via Friend Code ou NNID, sendo este o único modo online no qual será possível utilizar os Miis e personagens com movesets customizados

Estágios únicos e bem familiares

Com mais de trinta fases, sendo dez delas conhecidas nossas de Melee e Brawl, uma das coisas mais bacana de terem dois Smash Bros. sendo lançados é que os estágios do portátil serão baseados em jogos portáteis enquanto os de Wii U serão baseados majoritariamente em jogos lançados para consoles da Nintendo. Na versão de 3DS contamos com fases como Prism Tower e Unova’s League (com participação do castelo de N) representando a franquia dos monstrinhos de bolso e o trem de Spirit Tracks (cujo maquinista chegou a virar meme) e Gerudo Valley, aproveitando do remake em 3D de Ocarina of Time, como representantes de The Legend of Zelda.



Enquanto as fases do Wii U, em boa parte, tratam do feijão com arroz já conhecido, as do 3DS exploram novas mecânicas e aproveitam dos recursos do portátil. Um bom exemplo é a fase de Pac-Man, na qual os jogadores podem coletar os Pac-Dots espalhados pelo cenário. Ao coletar cem deles, aparecerá uma Power Pellet na cor do jogador que, ao ser ingerida, deixa os fantasmas vuneráveis a serem mortos com um simples toque. O detalhe é que isso só ocorre na tela de um jogador, na tela dos outros, os fantasmas continuam normais e dando dano caso alguém encoste neles – essa é uma das diversas coisas que só poderiam ser feitas no 3DS!


Dentre os outros destaques temos a Tortimer Island e o Living Room, cujos layouts mudam aleatoriamente a cada vez que a fase é selecionada, Willy’s Castle e Find Mii, com seus chefões especiais, e uma fase inspirada em Super Mario 3D Land, que mistura diversos tipos de progressão em todos os três eixos, tirando assim proveito total do efeito esteroscópico do portátil! Além deles, vários estágios conhecidos retornam, como Jungle Japes, Brinstar e Corneria, direto de Melee, e Green Hill Zone, Mushroomy Kingdom, Yoshi Island e Distant Planet de Brawl.


Itens da algazarra
Tal qual a seleção de personagens e estágios cresceu, os itens, Pokémon e Assis Trophiest seguiram o mesmo padrão. De novos itens hilários como os Cuccos de Zelda e as colméias de Animal Crossing, apelativos como o novo par da Dragoon, o Daybreak, e outros que saem dos seus jogos de origem pra continuar causando discórdia, como a Blue Shell, vai ser uma constante tentação para os fãs do competitivo manterem os itens desligados durante as partidas. Representantes de Unova e Kalos, além de Sinnoh, que passou quase que batido, entram nas Poké Bolas e a nova Master Ball, que conterá somente monstros poderosíssimos para causar mais destruição no campo. Por fim, alguns personagens não receberam o mesmo passe de Mac e continuam como Assist Trophies, que é o caso de Waluigi e Samurai Goroh, mas agora lutam ao lado de mais nomes de peso como Phosphora, Ashley, Dark Samus e o próprio Dr. Kawashima, a cabeça flutante de Brain Age.

A versão definitiva de Smash cabendo no seu bolso

Sakurai realmente ouviu o feedback dos fãs quanto as mudanças aplicadas em Brawl. Embora boa parte tenha sido mantida, muito se mudou para tornar o jogo mais ágil e competitivo sem perder a leveza e diversão descompromissada que atrai os mais casuais. A incrível quantidade de conteúdo (duas músicas para cada um dos mais de trinta cenários, fora os diversos modos de jogos, mais de 600 troféus, mais de cinquenta personagens…), o apelo à nostalgia ao trazer ícones como Pac-Man e Mega Man e fases como a inspirada no Game Boy original e o potencial a longo prazo que Smash pode ter (afinal, será que os DLCs da Nintendo vão se limitar a Mario Kart?) compensam e muito as poucas falhas que o titulo aparentemente apresenta (nominalmente, a falta de um modo adventure, reciclagem de muitos estágios e recolors pobres ao invés de skins própriamente ditas em certos casos).


Ainda há muito que não sabemos sobre a versão de 3DS do novo Smash, como o misterioso modo StreetPass e que outros personagens, modos ou estágios estariam esperando a ser desbloqueados e que Sakurai não revelou. Com a data de lançamento, 3 de outubro, se aproximando e o eminente lançamento japonês, é questão de tempo para que saibamos de tudo isso. Mas fica a pergunta: será que vamos conseguir esperar para descobrir por conta própria ou vamos ficar atualizando a página incial do Nintendo Blast para ver as notícias e spoilers sobre as descobertas feitas na terra do sol nascente?



Super Smash Bros. for 3DS – 3DS 
Desenvolvimento: Nintendo / Bandai Namco
Gênero: Luta
Lançamento: 3 de outubro de 2014
Expectativa: 5/5

Revisor: José Carlos Alves
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