Yoshi's Wooly World traz o conceito de lã de maneira natural

Trazendo Yoshi ao mundo de lã, Good-Feel mostra que aprendeu com os erros e inova com multiplayer, interações com o cenário e soberba direção de arte.

em 15/06/2014

Muitos de vocês devem lembrar do primeiro título da bolota rosada para o Wii: Kirby's Epic Yarn. O título, diferente de tudo o que conhecíamos até então, fez com que Kirby perdesse sua habilidade de sugar inimigos e, em troca, deu-lhe um corpo feito de lã em um cenário feito de tecido, podendo se remodelar e interagir de diversas formas com o ambiente. O resultado final foi interessante, mas muito fácil. No começo do ano passado, depois de algumas informações vazadas, a Nintendo anunciou Yarn Yoshi, que seguiria mais ou menos a mesma pegada. Chegou a E3 2013, Yoshi's New Island foi revelado e nenhum sinal da versão de lã do dinoussauro verde. Foi só agora, na E3 2014, que o jogo retornou, e contando com uma demo jogável.


A volta do jogo, que jazia no limbo há um ano e meio, trouxe muitas diferenças em relação ao que havíamos visto no primeiro trailer, no começo de 2013. Nominalmente, na versão original, Yoshi teria uma forma feita de poucas linhas de lã, como se fosse bidimensional, tal Kirby em Epic Yarn, e, após engolir inimigos, Yoshi utilizaria suas linhas para transformar-se em uma forma tridimensional e mais resistente. Nesse meio tempo sem notícias do jogo, decidiram mudar a direção a qual o projeto havia tomado e tornar Yoshi completamente tridimensional.
Ainda bem que o jogo não tem limite de tempo, pois dá pra perder horas somente observando como os cenários foram criados com conceitos de lã

Lã e tricô numa combinação de amarrar!

Yoshi's Wooly World parece estar pegando as melhores coisas de que a franquia estrelada pelo dinossauro tem a oferecer: um level design expansivo e com bastante coletáveis, a inexistência de um limite de tempo, que garante maior exploração, e um estilo artístico lindo (no caso, o conceito da lã num campo tridimensional) que influencia e interage com os personagens e o design das fases. Isso sem contar que não teremos que sofrer com o choro de Baby Mario ao sermos atingidos e que o jogo parece que irá realmente oferecer uma boa dose de desafio — principalmente para aqueles que adoram completar com 100%.

Uma das principais novidades desse mundo de lã é que, bem, tudo é feito de lã e tecido. Por mais redundante que a frase tenha sido, o fato de que tudo é feito do mesmo material — das plataformas e inimigos ao cenário e o protagonista —, o que permite uma grande interação entre os elementos. Por exemplo, agora Yoshi não conta com ovos como projéteis para serem lançados, e sim novelos de lã. Mas como já falei, o mundo inteiro é formado de lã, logo esta pode ser obtida tanto engolindo Shy Guys e outros inimigos como também engolindo os fios de certas partes do cenário, como se fosse um longo macarrão. E da mesma forma que os novelos podem ser gerados de diversas formas, eles também realizam diversas ações. A lã adquirida pode ser utilizada tanto para preencher espaços de plataformas e elementos que lá deveriam existir quanto prender inimigos para que você os derrote com bundadas. E essas eram apenas as mecânicas da demo, imaginem as possibilidades na versão final!
Até os Huffin' Puffin entraram na onda: agora feitos de algodão, criam plataformas temporárias ao serem lançados

Desafio escondido debaixo do pano

O pessoal da Good-Feel (a galera que produziu Kirby Epic Yarn) ainda manteve a direção de arte similar ao título anterior dos jogos de lã e também reutilizou alguns conceitos (como as pedras preciosas que adornam os níveis, ao invés de moedas, e o personagem que constantemente altera seu corpo conforme realiza diversas funções), mas certamente ouviu as críticas dos fãs. Um problema em comum com o último jogo de lã (Kirby Epic Yarn) e o último jogo do Yoshi (Yoshi's New Island) foi que ambos eram extremamente fáceis, então era justificável que fãs ficassem apreensivos quanto ao desafio que Yoshi's Wooly World iria propor. Felizmente, a dose de desafio é na medida certa.

Os jogos de Yoshi nunca tiveram a intenção de ser tão difíceis quanto os de Mario ou Donkey Kong, mas sempre proporcionaram uma maior exploração dos vastos níveis, visto que são livres de limites de tempo e vários desafios incessantes. Isso, entretanto, não quer dizer que o jogo não está desafiante. A terceira — e mais difícil — fase da demo contava com diversos pulos complicados, inimigos estrategicamente posicionados e segredos muito bem escondidos, conseguindo prender o jogador e dar aquela gratificante sensação ao terminar a fase, algo que, devido à facilidade dos níveis, não acontecia em Epic Yarn ou New Island.
Um Leão de Fogo certamente é um inimigo formidável para protagonistas feitos de lã. Será que vai rolar um Kamek de tricô para deixar os chefes mais fortes também?
Uma das outras principais novidades — e que a essa altura está se tornando padrão dos jogos plataforma 2D da Big N — é um modo multiplayer. Com limite de duas pessoas e cada um controlando um Yoshi diferente, os jogadores podem interagir tal como na série New Super Mario Bros., pulando nas cabeças uns dos outros, coperando ou simplesmente criando caos. Uma das coisas bacanas de se fazer é engolir o Yoshi companheiro. Ao contrário de em NSMB que, ao levantar um personagem, o jogador que foi levantado pode escapar, uma vez engolido, o Yoshi se tornará um novelo de lã até que o Yoshi que o engoliu o lance.

Potencial para laçar novos e velhos jogadores

Coletáveis bem escondidos, direção de arte que eleva (muito) o padrão estabelecido por Epic Yarn, modo multiplayer e execlente adaptação do conceito de lã nos designs dos personagens e dos níveis farão com que Yoshi's Wooly World seja a remissão da Good-Feel bem como o jogo que os fãs de Yoshi a tanto tempo desejam bem como atrair jogadores com as novidades peculiares. Com o lançamento marcado para a primeira metade de 2015, muitas novidades ainda devem aparecer, mas tudo o que vimos deixa a impressão de que este jogo, aparentemente bobo, será um dos principais sucessos da Nintendo no ano que vem.
Ah, cheguei a mencionar que o jogo tem mais do que uma única música na trilha sonora?
Revisão: Vitor Tibério
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