Em The Minish Cap (GBA/Virtual Console) o mundo é pequeno mas cheio de aventuras

Acompanhe Link e o carismático Ezlo em uma jornada por mundos de tamanhos diferentes.

em 14/06/2014
Com seu recente lançamento para o Virtual Console do Wii U, nada mais natural do que relembrarmos o quão incrível e fantástico The Legend of Zelda: The Minish Cap foi para os jogadores do Game Boy Advance. Apresentando um dos companheiros de viagem mais divertidos e inusitados que Link já teve e uma história envolvente, o game é uma mistura dos estilos dos grandes clássicos em 2D da franquia em uma aventura que encanta pelo visual e seu gameplay. Hora de encolher para descobrir quais segredos se escondem pelos cantos de Hyrule!

Entre um gorro esperto e um feiticeiro malvado

The Minish Cap foi lançado em 2004 para o Game Boy Advance e é o primeiro título da franquia Zelda para o portátil. O game faz parte da série Four Swords em que também estão Four Swords, um pequeno jogo que acompanhava a versão de A Link to the Past para o GBA, e Four Swords Adventures, o primeiro multiplayer de Zelda para o GameCube. Com um belo visual colorido e rico em detalhes, o jogo utiliza o estilo cartunizado introduzido por Wind Waker, mas, apesar disso, ele possui algumas características que o tornam mais atraente do que os games posteriores lançados para o Nintendo DS e também lembra um pouco o visual de Oracle of Ages e Oracle of Seasons para o Game Boy Color.
Os belos vitrais contam um pouco da lenda do herói de Hyrule.

Cronologicamente, séculos se passam após os acontecimentos de Skyward Sword (Wii), Hyrule é um reino próspero em que Zelda cumpre seu papel de princesa junto a seu pai e Link é um aprendiz de ferreiro (como em A Link to the Past). Os problemas da dupla começam durante o festival Picori, em que os hylianos homenageam o lendário povo Picori, que lhes entregou uma espada sagrada capaz de banir qualquer mal muitos anos atrás. A espada estava cravada em um baú com o propósito de selar terríveis monstros e o maligno feiticeiro Vaati aproveita a oportunidade dada ao campeão do festival de poder tocar a espada para quebrar o artefato e romper o selo. O cruel vilão nocauteia Link quando o jovem tentava proteger Zelda e transforma a princesa em uma estátua de pedra. Deixando horrores escaparem do baú, Vaati acaba quebrando a espada e parte em busca do poder que o faria dominar o mundo.
Vaati chega para estragar a festa.

É a partir desse ponto que a épica jornada de Link começa. O jovem guerreiro precisa encontrar uma forma de restaurar a espada e derrotar Vaati para salvar Hyrule e Zelda. Uma tarefa muito fácil, não é mesmo? Primeiramente, Link precisa encontrar o pequeno povo Picori e lhe pedir auxílio para consertar a espada. Para ajudá-lo nessa missão, eis que o jovem conhece um dos companheiros mais divertidos que já apareceram em toda a franquia. Link salva o engraçado e inustitado Ezlo de inimigos da floresta e ele decide se unir ao herói em busca dos Picori. Qual o diferecial dele? Ezlo foi enfeitiçado por Vaati e se tornou um gorro verde com cabeça de pato. Os momentos em que ele aconselha Link gritando diretamente em sua cabeça rendem cenas hilárias no game.
Os poderes de Ezlo podem encolher Link ao tamanho de uma formiga!

Mas Ezlo não apenas aconselha Link. Com seus poderes, ele é capaz de reduzir Link ao tamanho de um pequeno inseto através de locais específicos como pedras ou pedaços de troncos. Essa capacidade cria uma das mecânicas mais criativas da franquia, em que Link precisa alterar seu tamanho várias vezes para resolver puzzles ou atravessar caminhos cheios de obstáculos. Graças a esse novo poder, Link encontra os Picori (que na verdade se chamam Minish) e descobre um povo simples e simpático que vive em harmonia com a natureza. Seguindo os conselhos dos sábios pequeninos, o jovem aprende que somente obtendo quatro elementos especiais espalhados por Hyrule eles poderão consertar a espada sagrada.
Somente os simpáticos Picori (Minish) são capazes de consertar a espada sagrada.

Tamanho não é documento

Apesar do game não apresentar uma gama de desafios complicados ou batalhas difíceis com chefões de dungeons, The Minish Cap tem seu charme especial. Desde os diferentes locais que Link precisa cruzar, passando pelos itens interessantes e únicos que ele pode encontrar, até os comentários muito úteis de Ezlo, o game possui muitos méritos. Os puzzles fazem o jogador utilizar os itens que obtém ao longo de sua jornada da forma característica da franquia, mas a combinação com a habilidade de alterar seu tamanho torna tudo diferente. Um elemento significativo no game são as kinstones, pedras especiais que podem ser combinadas entre os personagens ao estilo de um quebra-cabeça para revelar locais secretos.


Talvez a única falha do game fique por conta do mal aproveitamento dos controles do Game Boy Advance (algo que não foi corrigido no lançamento para o Virtual Console do Wii U). A disposição dos botões é perfeita para progredir no game e vencer os desafios, porém a seleção dos itens fica complicada uma vez que somente é possível alocá-los para os botões A e B. A dificuldade fica ainda mais clara quando se é necessário reservar pelo menos um desses para o uso da espada ou do escudo, que são itens essenciais de primeiro uso. O jogador acaba perdendo um bom tempo na seleção dos itens que deseja utilizar para os botões corretos.
Quem disse que Ezlo só sabe falar? Também é possível usar o gorro mágico como planador.


Ainda bem que essa relativa demora na mecânica do game é compensada na gameplay. The Minish Cap é um jogo de curta duração, em termos da franquia Zelda. Apesar de possuir algumas side-quests, é possível finalizar o game em poucas horas. A fluidez do título e os diálogos interessantes com Ezlo, além dos momentos em que você pode explorar o mundo em uma visão menor, conseguem afastar qualquer sensação de que o game está indo rápido demais. The Minish Cap é uma das melhores aventuras da franquia Zelda e uma jornada que mostra que mesmo do tamanho de uma folha, Link ainda pode combater os inimigos mais poderosos.
The Minish Cap é uma aventura clássica em mundo belo de duas perspectivas diferentes.


Revisão: Catarine Aurora
Capa: Diego Migueis
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