Kirby and the Rainbow Curse (Wii U) expande a mecânica do jogo de DS

Com visuais de massa de modelar e seguindo o conceito de Canvas Curse, Kirby irá se remodelar e abusar da touch screen do GamePad.

em 17/06/2014
Lançado há um bom tempo, Kirby Canvas Curse, para Nintendo DS, foi um dos primeiros títulos lançados para o portátil de duas telas da Big N, e, por isso, fazia questão de usar e abusar de uma das principais características do videogame: a sua tela de toque. Agora, com a escassez de jogos que utilizem o GamePad e suas funcionalidades de forma única, a Nintendo ressuscitou a velha fórmula que tanto deu certo no DS e a atualizou; com gráficos de massinha e novas transformações e movimentos para Kirby em Kirby and the Rainbow Curse.

De lã para massa de modelar


Uma das principais novidades do título é a direção de arte. Depois da Good-Feel transformar a bolota rosada em um conjunto de fios de lã, o bom filho a casa tornou e foi a vez de sua criadora, a Hal Laboratory, recriá-la usando um outro material: a massa de modelar. Desde o primeiro segundo no jogo, tudo é feito deste material com o qual brincávamos quando crianças: cenários, inimigos, efeitos especias... até mesmo os menus e a HUD são feitas de massinha! E a qualidade e atenção aos detalhes é de impressionar: nada é 100% lisinho; tudo tem suas reentrâncias e até mesmo marcas de unha aqui e ali. A Nintendo ainda foi atenciosa ao ponto de pular alguns frames nas animações dos objetos para que pareçam, ainda mais, uma animação stop motion. Não é difícil se perguntar se a Nintendo usou modelos 3D incrivelmente bem feitos ou se realmente tirou fotos de várias criaturas de massinha.

Unindo dois diferentes conceitos: Canvas Curse e Epic Yarn

A mecânica de Rainbow Curse segue o padrão de seu predescessor espiritual: encolhido para ficar (ainda mais) no formato de uma bola, o jogador usa a tela de toque para clicar em Kirby e fazê-lo rolar. Além de clicar no personagem, o jogador pode traçar caminhos pelos quais ele irá seguir usando uma energia de arco-íris. Esse "caminho arco-íris" também pode ser utilizado para interagir com o cenário, atrapalhando a trajetória dos inimigos, defendendo Kirby de projéteis e mudando cursos de vento ou trajetória da água. Munido apenas destas habilidades, a bolota deve atravessar a fase, enquanto coleta tesouros escondidos e estrelas. Essas estrelas ainda concedem mais um poder à Kirby, quando este coleta cem delas: ao clicar e segurar o personagem, ele cresce e dá uma longa investida, ricocheteando em paredes do cenário ou criadas pelo jogador e destruindo tudo no caminho.

A Hal Laboratory, entretanto, aparentemente gostou da abordagem da Good-Feel em Kirby's Epic Yarn e, até então, o protagonista dessa aventura não conta com a sua clássica habilidade de copiar os poderes dos inimigos - que era presente até mesmo em Canvas Curse. Ao invés disso, tal qual em Epic Yarn, Kirby pode se remodelar e transformar-se em diferentes veículos em seções e fases específicas. Até então, já foram confirmados:
  • Kirby Tank - com altíssimo poder de fogo, o tanque rosado continua seguindo em frente e cabe ao jogador clicar na tela onde desejar que o personagem mire e atire.
  • Kirby Submarine - Exclusivo de fases subaquáticas, Kirby granha uma maior mobilidade nas águas e a capacidade de soltar torpedos.
  • Kirby Rocket - Voando em linha reta, cabe ao jogador criar curvas e ângulos com seus caminhos de arco-íris para alterar a trajetória de Kirby e guiá-lo pelas fases.

Pagando o dobro por um conceito de quase dez anos atrás

Tal qual Yoshi's Wooly World, o visual caricato e, à primeira vista, infantil engana aqueles que pensam que o título não oferecerá desafio. O jogo não é somente desafiante para se chegar ao fim da fase, como renderá horas e horas de jogatinas para os mais aficionados que tentarão conseguir todos os coletáveis e completar 100%. Ainda assim, Kirby and the Rainbow Curse passa a sensação de ser um título muito simples para ser lançado em mídia física e pelo mesmo preço que jogos como Pikmin 3, principalmente considerando que ele se baseia em uma mecânica vista pela primeira vez há quase uma década. Será indubitavelmente um divertídissimo jogo a ser experimentado em 2015, mas se vai valer a compra dependerá muito da quantidade de conteúdo e mais informações que ainda devem ser anunciadas até o seu lançamento.
Independentemente, pode confessar: não tem como não esboçar um sorriso ao ver esse rosto feliz de Kirby; é contagiante!
Revisão: Jaime Ninice
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