Ele busca a beleza transformando todos em obras de arte. Conheça a história de Yuga, o maligno feiticeiro de A Link Between Worlds

em 08/02/2014

CUIDADO: O texto a seguir contém spoilers para quem não jogou A Link Between Worlds . Leia por sua conta e risco! Apesar de Link sempre... (por Unknown em 08/02/2014, via Nintendo Blast)

CUIDADO: O texto a seguir contém spoilers para quem não jogou A Link Between Worlds. Leia por sua conta e risco!
Apesar de Link sempre começar cada uma de suas aventuras dormindo, o jovem guerreiro nunca tem um descanso de verdade. Inimigos estão sempre aparecendo para perturbar a paz de Hyrule, só que dessa vez, em A Link Between Worlds, o seu antagonista vem de um mundo ao mesmo tempo distante e muito perto do seu. Em Lorule, um mundo em que a Triforce foi destruída para impedir que mais sangue fosse derramado pela ganância de obter esse artefato sagrado dos deuses, um poderoso feiticeiro se uniu a jovem Princesa Hilda para tentar salvar seu próprio mundo do cataclisma provocado pela ausência da Triforce. Sem escrúpulos. Yuga usará todo o poder de sua magia para encontrar um jeito de salvar Lorule, mesmo que para isso seja preciso transformar todos a sua volta em belas obras de arte para encher seu estranho mundo de uma beleza falsa.

Um mago de outro mundo

Acredito que um dos primeiros detalhes a se perceber em Yuga é que, ao contrário do que sua aparência pode indicar, ele é homem. Com certeza o feiticeiro possui um visual um tanto andrógino, com seus cabelos longos e ruivos, sua forma magra e pela clara, além de possuir uma maquiagem no rosto e em volta dos olhos. Trajando uma túnica escura com o símbolo da Triforce invertida de Lorule e sapatos dourados e curvos, Yuga se parece muito com um feiticeiro árabe que saiu de dentro das Mil e Uma Noites. Sua aparência talvez lembre outro antagonista de Link de uma aventura anterior. Em Skyward Sword, o lorde demônio Ghiharim também tinha uma forma que podia confundir seu gênero, além do visual "emo" que o vilão possuía.
Ghirahim e Yuga: qualquer semelhança não é mera coincidência.
Mas vamos olhar mais profundamente para Yuga porque, afinal, a aparência não é a única coisa que conta. O problema é que, além do que Link e Zelda descobrem sobre a própria Princesa Hilda no final da aventura, pouco se sabe sobre o passado de Yuga. Conhecemos que o feiticeiro era um Loruliano que trabalhava a serviço de Hilda, provavelmente aconselhando a princesa de uma maneira semelhante ao papel da valorosa Impa. As coisas mudam de figura drasticamente quando Hilda e Yuga descobrem a existência de um mundo semelhante a Lorule e que também possuía uma Trifoce. Em pouco tempo, a dupla planejou se infiltrar em Hyrule, roubar a Triforce e utilizá-la para salvar seu próprio mundo que decaía na escuridão e destruição gradualmente depois que o artefato mágico havia sido destruído.
Enquanto Yuga tenta capturar Zelda e os Seven Sages, a Princesa Hilda tem outros planos para o herói de Hyrule.
Dessa forma, Yuga utiliza seu principal poder mágico, obtido através de seu cajado (que se parece muito com um pincel de pintura) para entrar em Hyrule através de um fenda misteriosa do Sacred Realm de Lorule. Transformando-se em uma pintura bidimensional, o mago chega a Hyrule e começa uma caçada desenfreada em busca dos descendentes dos Seven Sages. Ambos Hilda e Yuga sabiam que o terrível Ganon possuía a Triforce do Poder e, para terem o poder máximo, precisavam antes dos poder dos Sages para libertarem o Rei Demônio mais uma vez. Antes de procurar os Sages, Yuga já começava a perturbar Hyrule, transformando qualquer um que se colocasse em seu caminho em pinturas de parede, como havia feito com vários guardas do castelo.
"Ela será uma bela obra de arte para a minha coleção" - diz Yuga, logo após prender a pequena Seres no Santuário.
No entanto, em diversos momentos em que Yuga encontra Link, os diálogos que ele mantém com o jovem guerreiro demonstram querer muito mais do que apenas salvar Lorule. O feiticeiro sempre fala sobre a beleza suprema da arte e que, ao transformar cada Sage em uma pintura, ele estaria alcançando uma beleza inigualável e o mundo seria belo. Um discurso muito superficialista que mostrava que Yuga queria muito mais além de apenas o poder, mas no fundo era um prova de quão ganancioso e narcisista o feiticeiro era.
Mesmo para o nosso bravo herói, é difícil lutar contra um inimigo que pode se esconder nas paredes.

A maligna fusão

O primeiro confronto entre Link e Yuga acontece quando o mago captura Osfala, um dos descendentes dos Seven Sages, e o aprisiona no interior do Eastern Palace. O jovem guerreiro tenta confrontar o feiticeiro em uma batalha mortal e, quando pensava ter saído vitorioso, Yuga usa o poder de seu cajado mágico e transforma Link em uma pintura de parede. Uma pena que o feiticeiro nem suspeitava que, graças ao bracelete mágico que Ravio havia dado a Link, o jovem pudesse escapar de sua prisão bidimensional e ainda poderia se fundir as paredes, ganhando uma nova habilidade. Vale destacar aqui a bela composição musical utilizada para o tema de Yuga, uma melodia única no estilo dos antagonistas de Link na franquia Zelda, que mistura sons indianos e árabes na introdução e acordes de órgão ao fundo, como se fossem uma única batida.


Ganon ganhou uma bela cabeleira... E muitos novos poderes mortais!
Apesar dos esforços de Link para impedir que Yuga capture os Seven Sages, o feiticeiro consegue cumprir seu objetivo e parte para Lorule através de uma fenda dimensional na parede do quarto da Princesa Zelda. Quando o jovem chega ao mundo escuro paralelo à Hyrule, encontra Yuga no meio de um ritual mágico com os quadros dos Seven Sages e, sem que possa fazer nada, assiste enquanto o feiticeiro rompe o selo que aprisionava Ganon e ressuscita o Rei Demônio. O pior de tudo é que Yuga estava tão sedento por poder e obstinado em transformar o mundo em uma obra de arte (tanto para a beleza quanto para a destruição) que utilizou seu poder mágico para se fundir a Ganon. Agora, o monstro colossal tinha a aparência de Yuga, mas a feroz força de Ganon. Link até tentou enfrentá-lo, mas se não fosse pela princesa Hilda ter retido Yuga-Ganon por alguns momentos, o jovem não teria escapado com vida.
Hilda liberta Yuga-Ganon que se prepara para o confronto final!
Link somente voltaria a encontrar seu terrível inimigo no final de sua aventura após encontrar e libertar cada um dos Sages e, com o poder deles, conquistar a sagrada Triforce da Coragem para si. Enfrentando os perigos do castelo de Lorule para tentar derrotar Yuga-Ganon e salvar Zelda e Hilda, Link acaba descobrindo uma verdade terrível. Hilda o estava enganando e apenas tinha o salvado do monstro para que ele encontrasse os Sages e obtivesse a Triforce da Coragem, para que, assim com a Triforce da Sabedoria de Zelda e a Triforce do Poder de Ganon, ela pudesse restaurar a Triforce completa e o seu mundo também. Mas Hilda estava se iludindo, pois quando obtém a Triforce da Sabedoria de Zelda e tenta ordenar que Yuga-Ganon ataque Link, o monstro se rebela e as vontades de Yuga e Ganon se unem ao desejo de possuir a Triforce completa para si mesmo e dominar os dois mundos, porque Hyrule não era muito diferente da patética Lorule. O monstro queria ser um deus.
A batalha final é nas paredes do Castelo de Lorule
Yuga-Ganon transforma Hilda em um quadro e obtém a Triforce da Sabedoria, ficando mais poderoso do que nunca. Link, sem nunca perder a esperança, trava a última e cruel batalha contra o seu maior inimigo e, graças às Light Arrows de Zelda, sai vitorioso. Ele recupera as partes da Triforce e Yuga e Ganon são destruídos completamente. Depois que a batalha termina e em um final surpreendente, todos ficam felizes, podemos perceber que apesar de Hilda ter desejado fortemente fazer o possível para restituir seu reino novamente, Yuga sempre esteve por trás de tudo, arquitetando cada passo para conquistar o poder absoluto aos poucos e dominar a tudo e a todos. Pena que ele acabou encontrando um corajoso jovem do gorro verde em seu caminho, não é mesmo?

Revisão: Marcos Silveira
Capa: Diego Migueis

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