Espera, o que Thunderbolts é isso?!
Através de um bocado de pesquisa, Sheen e eu percebemos que falta no Brasil conteúdo direcionado ao básico do competitivo. Temos diversas comunidades que permitem a interação entre jogadores, dando a oportunidade de tirarem dúvidas, trocarem monstrinhos e batalharem entre si, mas praticamente nenhuma dessas contém ensinamentos que expliquem aos jogadores como entrar no mundo competitivo e serem capazes de combater. Foi pensando nisso que nasceu o projeto "Competitivo 101".Não, eu não irei ensinar sobre a biologia de um Marill. A não ser que vocês queiram. |
Dividido em diversas partes, acreditamos que o Competitivo 101 irá sanar muitas das dúvidas que vocês leitores possam ter sobre como começar a formar seus times e participar de torneios. Claro que tudo leva estudo e prática, mas se torna muito mais fácil tendo um norte inicial. Sem mais delongas, vamos começar as aulas!
Antes de mais nada, por que entrar no mundo competitivo de Pokémon?
Essa é uma pergunta que eu ouço muito de amigos que não são familiares com o outro lado de Pokémon, então meio que acabei por criar uma resposta automática em minha cabeça para esse tipo de situação. Basicamente, o cenário competitivo é como a história principal dos jogos, mas com uma dificuldade bem maior e com uma trama que você mesmo escreve.Esse tipo de batalha não seria possível no decorrer da história. |
Mas claro, algumas coisas são parecidas com o jogo em si; não se conquista nada sem esforço e trabalho duro, assim como não deve se esperar uma batalha fácil independente da situação. Cada oponente pode ser uma nova surpresa e uma nova história a se contar, e a maior semelhança de todas é que ambas as modalidades lhe presenteiam com experiência. Claro, cada uma oferecesse seu próprio tipo.
E quais as principais diferenças entre jogar no competitivo e in-game?
Outra dúvida clássica que permeia a base de fãs que deseja começar a jogar a sério é exatamente essa, referente ao que muda entre se aventurar na região do jogo e entre torneios mundo afora. Essa é um pouco mais complexa de se responder e de ser assimilada pelos novatos, então é preciso listar cada diferença e explicar uma a uma.A primeira e mais notável diferença é que a troca de Pokémon não é tão livre como no jogo. Enquanto numa batalha de treinador na aventura é permitido realizar trocas sempre que um monstrinho do oponente é abatido, isso não é possível ao lutar contra outra pessoa. Mesmo que isso pareça limitante, contudo, as trocas (ou "switches") são uma peça fundamental do cenário competitivo, mas isso será explicado em outra aula.
Ah, caso queiram praticar a lutar deste modo, é possível remover a opção de troca das batalhas ao ir nas opções de seu jogo e, no menu "Battle Style", mudar de "Switch" para "Set"!A segunda mudança é que o jogador não pode contar com o uso de itens para se salvar. Esqueçam seus Full Restores e X Attacks, nada disso poderá resgatá-lo num confronto competitivo. Na verdade, esse é o principal motivo pelo qual o uso de itens equipados ("Hold Items") são tão essenciais em batalhas sérias, pois são todo o suporte com que seu monstrinho poderá contar quando o calor da batalha estiver nas alturas.
A terceira diferença é que algumas estratégias que funcionam no jogo podem não ser tão eficientes quando contra outras pessoas. Pokémon com quatro golpes ofensivos no modo história podem ser eficientes para enfrentar uma vasta variedade de oponentes, mas será muito comum os mesmos monstrinhos terem movimentos de status em seus arsenais, sejam de suporte próprio, alheio ou mesmo para prejudicar o oponente.
Enquanto Swords Dance pode não ser muito usado na aventura, é um excelente movimento de suporte no competitivo. |
Smogonfag versus Karenfag
Para concluir essa aula introdutória, acredito ser uma boa falar sobre esses dois rótulos que permeiam o cenário competitivo de Pokémon. Como sabem, atualmente temos 718 possíveis monstrinhos para compor a sua equipe de 6, o que torna bem complexa essa escolha. Existem aqueles que preferem formar o time mais potente de todos ao escolher a elite dos Pokémon, e existem aqueles que usam os monstrinhos que mais gostam. É aí que essa fronteira nasceu.E se sabem inglês, sugiro conferirem seu trabalho. |
Já os Karenfags tem outra inspiração para sua atitude. Tendo como origem a personagem Karen, da Elite 4 de Johto, o lema dos seguidores deste estilo é a frase icônica que a treinadora diz ao fim do seu embate com o protagonista:
"Pokémon forte, Pokémon fraco. Isso é apenas um retrato da egoísta percepção das pessoas. Treinadores verdadeiramente habilidosos devem tentar vencer com os Pokémon que mais gostam."Apesar de a frase ser auto-explicativa, é válido evidenciar que os Karenfags são os treinadores que não se importam com o "potencial competitivo" dos Pokémon que usam, tentando apenas tirar o melhor deles. Na verdade, isso prova ser uma excelente estratégia, pois a maioria dos treinadores experientes não sabe como enfrentar determinadas ameaças pouco usadas.
Pessoalmente, eu não vejo problema em querer ser o melhor e fazer o que for possível para tal, mas eu encorajo o uso de escolhas heterodoxas para a formação de seu time e seguir o caminho da Karen. Como o próprio Sheen já disse em uma de suas matérias (uma das minhas favoritas, diga-se de passagem), usar estratégias repetidas não lhe tornam um bom treinador, e sim a forma de extrair o máximo de seus parceiros. Não sabe como fazer isso? Bem, é pra isso que estamos aqui.
Isso conclui a aula introdutória do Competitivo 101. A partir de hoje, registrem em suas agendas que todas as terças e sextas teremos uma aula diferente com mais um assunto sobre o cenário profissional de Pokémon! E como não pode haver aula sem dúvidas, a partir de hoje estarei pegando emprestado do meu parceiro Sheen a seção "Ask Me-owth", tirando as dúvidas dos comentários das aulas! Deixo avisado que darei preferência para perguntas relevantes à aula do dia, mas toda dúvida será sanada! Guardem seus materiais e estão liberados, vejo vocês na próxima semana!
Revisão: Bruno Nominato
Capa: Diego Migueis