Análise: Encarne o Homem Morcego mais uma vez e descubra como tudo começou em Batman Arkham Origins (Wii U)

em 05/01/2014

Criada na última geração pela Rocksteady, a franquia Arkham conseguiu trazer de volta o respeito que os jogadores tinham pelo homem-mor... (por Unknown em 05/01/2014, via Nintendo Blast)


Criada na última geração pela Rocksteady, a franquia Arkham conseguiu trazer de volta o respeito que os jogadores tinham pelo homem-morcego outrora graças à sua ambientação, que transmitia um nível altíssimo de imersão com sua direção artística sombria e sua jogabilidade precisa, cheia de truques e extremamente divertida. Após dois títulos muito bem sucedidos, a desenvolvedora passou o bastão para a Warner Bros. Montreal, que decidiu criar um prelúdio para a saga de Batman contra seu arqui-inimigo, Coringa em Gotham City. O resultado é Arkham Origins, um jogo que apesar de sólido, fica devendo em diversos aspectos em relação a seus antecessores.


Caçada ao morcego

Arkham Origins se passa cinco anos antes de Arkham Asylum, e conta com um Batman ainda inexperiente que tem como objetivo erradicar o crime de sua cidade natal, Gotham. Se vendo ameaçado pelo herói, o rei do crime, Black Mask, decide oferecer uma recompensa pela cabeça do Homem-Morcego. À pessoa que conseguir capturar Batman, será oferecida uma recompensa de cinquenta milhões de dólares, o que faz com que diversos gênios do mal partam em busca de Bruce Wayne por toda Gotham.

Batman terá que enfrentar uma legião de inimigos para sobreviver
Aproveitando o caos, outros vilões como o Coringa e o Pinguim decidem executar seus próprios planos maléficos, já que Batman estaria muito ocupado tentando escapar dos vilões que o caçavam. Além disso, para piorar ainda mais a situação, o herói ainda não era reconhecido pela população e pela polícia local como um combatente do crime, de maneira que dentro de Gotham, qualquer um pode ser um inimigo potencial ao Cavaleiro das Trevas. Cabe agora a você, conseguir resolver todos estes problemas enquanto ainda salva Gotham City das garras de alguns dos mais icônicos vilões da franquia mais influente da DC Comics.

Em time que está ganhando não se mexe. Ou não...

Batman Arkham Origins conta com uma jogabilidade extremamente similar à de seus antecessores. Seu sistema de combate é idêntico ao de Arkham City, o que é bom, dada a precisão e agilidade dos controles e a diversão proporcionada ao jogador por espancar diversos arruaceiros de uma só vez com o excelente sistema de contra-ataques. Além disso, o herói ainda conta com seus equipamentos, sendo que todos eles já estão disponíveis desde o começo da aventura. Alguns novos equipamentos, como uma luva com poderes elétricos, foram implementados ao Cinto de Utilidades de Wayne, o que pode soar estranho para alguns, já que o jogo se passa antes dos eventos de Arkham Asylum e lá o Homem-Morcego não conta com essas habilidades que o tornam muito mais forte em Origins.

A boa e velha Gotham City
Outro ponto que tornou a franquia famosa foi sua excelente mecânica de stealth, que faz seu retorno triunfal no novo título. Se assimilando muito ao que vemos nos outros títulos da franquia, Batman pode se pendurar por todos os cantos do cenário e literalmente “tocar o terror” nos bandidos que estão fazendo a guarda do local. Como sempre, tudo é muito divertido e é impagável ver os vilões entrando em pânico a cada nova vitima feita pelo herói.

As batalhas contra chefes são muito divertidas e desafiadoras
Por fim, e talvez sendo a maior inovação do título, está o refinamento do modo detetive. Com um estilo mais parecido com o que vemos em L.A. Noire (PS3/X360), Batman deve coletar pistas para resolver certos enigmas e leva-las à Batcaverna para examiná-las e até reconstituir a cena de um crime. O elemento adiciona novas camadas à jogabilidade do título, mas infelizmente não é tão aproveitada como deveria, se parecendo mais com um extra do que com algo que realmente faça parte da aventura.

Exploração ainda é um elemento fundamental no jogo
Outra novidade é a possibilidade de se realizar viagens rápidas pela cidade, graças à Batwing, que pode ser chamada para levar o herói rapidamente para pontos distantes da cidade. Contudo, para liberar novos pontos de pouso para a nave, é necessário tomar o território dos bandidos, algo parecido com o que vamos na franquia Assassin’s Creed e as missões paralelas de tomada de fortes e bases inimigas. Muito divertidas, as missões são alguns dos pontos altos do jogo.

Black Mask não poupará ninguém em sua caçada ao homem morcego
Por ser um jogo de mundo aberto, Arkham Origins conta, assim como seus antecessores, com diversas missões paralelas, que infelizmente não fazem jus às excelentes tarefas que deviam ser realizadas nos títulos anteriores da franquia. Ao contrário da Rocksteady, que o tempo todo deixava transparecer o amor que os desenvolvedores sentiam por HQs e o universo de Batman, a Warner Bros. Montreal soa mais como uma empresa que recebeu a tarefa de criar um jogo novo para uma franquia renomada, e isso faz toda a diferença na hora de jogarmos, já que conseguimos notar a falta de tato do estúdio em incluir easter eggs  e missões paralelas que realmente gradem o público cativo do herói.

O multiplayer ficou de fora na versão de Wii U
Por fim, a versão de Wii U fica atrás das de seus concorrentes pelo simples fato de que o modo multiplayer, introduzido nesta edição do jogo, não aparece no console da Nintendo. Assim como Assassin’s Creed IV: Black Flag, cuja versão de Wii U não receberá os DLCs do jogo, temos mais um título que teve funcionalidades cortadas em relação às outras versões. Chega a ser uma falta de respeito com os proprietários do console da Nintendo, que recebem poucos jogos de desenvolvedoras third-party e, quando recebem, são obrigados a encarar uma versão com menos conteúdo do que as outras, apesar de custarem o mesmo.

A lentidão de Gotham City

Ao contrário de seus antecessores, que rodavam quase sem nenhuma lentidão, Origins apresenta diversos momentos com travadas, carregamento de texturas e outros problemas gráficos que prejudicam um pouco a experiência, o que é muito estranho, dado que o motor de jogo já foi usado exaustivamente pelas desenvolvedoras, e boa parte dos cenários e elementos do jogo são reaproveitados de Arkham City, lançado anos atrás. Contudo, o jogo continua com a excelente direção artística característica da série e agradará os fãs do Cavaleiro das Trevas ou pessoas que buscam um belo jogo para se divertir em seus consoles.  

Assustador, para não dizer mais
Outro problema inerente à parte técnica do jogo foi a troca de dubladores do Batman e do Coringa, sendo que este último era dublado com maestria por ninguém menos que Mark Hammil, o eterno Luke Skywalker da trilogia clássica de Star Wars. Apesar do bom trabalho executado pelos novos dubladores, fica a estranheza da repentina troca para os que já estavam acostumados com as vozes utilizadas nos dois outros jogos, sendo que o novo trabalho soa como um tapa buraco.

Retrocesso

Apesar de ser um jogo muito bom, Arkham Origins é o jogo mais fraco da trilogia, que é uma das mais importantes da geração. Com poucas novidades em relação à Arkham City, algumas inconsistências de roteiro e certos problemas gráficos bastante irritantes, o jogo garantirá horas de diversão para os amantes da franquia que desejavam passar mais tempo em Gotham mas ainda assim ficará às sombras dos outros jogos, que eram muito mais polidos e bem executados. Vamos torcer para que em um próximo jogo, a desenvolvedora, seja lá qual for, consiga criar elementos que façam com que a franquia volte a ser referência no gênero, como se tornou em 2009 com o lançamento de Asylum.

Prós

  • Enredo divertido;
  • Jogabilidade continua excelente;
  • Diversos vilões icônicos marcam seu retorno;
  • Modo detetive muito bem implementado.

Contras

  • Poucas novidades em relação aos outros jogos da franquia;
  • Falta de multiplayer na versão de Wii U;
  • Problemas de desempenho atrapalham a imersão;
  • Falta dos dubladores originais.


Batman Arkham Origins – Wii U – Nota: 7.0
Revisão: José Carlos Alves
Capa: Diego Migueis

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.