Quatro cabeças coletam mais estrelas do que uma só em Super Mario 64 DS

em 13/10/2013

Há nove anos, a Nintendo lançava o sucessor da família Game Boy que prometia revolucionar a linhagem de portáteis da empre... (por Anônimo em 13/10/2013, via Nintendo Blast)

Há nove anos, a Nintendo lançava o sucessor da família Game Boy que prometia revolucionar a linhagem de portáteis da empresa. Entitulado de Nintendo DS (tanto de Dual Screen como de Developers’ System), o console possuía, entre outras funcionalidades avançadas, duas telas, sendo uma de toque e, principalmente, processamento de gráficos completamente tridimensionais, equiparando-se com a concorrência do PlayStation Portable da rival Sony.
Um dos maiores desafios da Big N, no entanto, seria mostrar ao seu público não só como novos jogos poderiam ser jogados em duas telas simultaneamente mas como jogos tradicionais seriam transpostos para essa nova tecnologia. Considerando que o Nintendo DS produzia gráficos próximos aos do Nintendo 64, a aposta da empresa foi um remake do clássico Super Mario 64, que estreou justamente como o pioneiro da tecnologia tridimensional nos consoles de mesa da Nintendo, na forma portátil e remasterizada de Super Mario 64 DS.


Telas em dobro, diversão quadruplicada

Super Mario 64 DS não foi apenas um port do clássico que definiu o gênero plataforma no ambiente 3D. Mais do que isso, com o intuito de também agradar os fãs de longa data ao passo que convida a nova geração a conhecer um jogo de mais de (na época) oito anos de idade, a Nintendo revitalizou a aventura adicionando novos modos, desafios, personagens e inimigos. Até mesmo a premissa original foi levemente alterada, e então o jogador começava a aventura na pele de Yoshi, que decide verificar o que aconteceu com o sumiço da Princesa Peach e do resto da turma convidada para saborear um bolo.

Alguma coisa aconteceu com os heróis do Reino do Cogumelo…
E as novidades não pararam por aí. Além de um novo modo multiplayer, minigames inéditos e gráficos retrabalhados, o remake contava com algumas missões novas para impedir o resgate de Mario, seu irmão Luigi e o ganancioso Wario, que podiam ser selecionados depois de salvos! Assim como Yoshi, todos mantinham uma certa similaridade com os controles originais, porém cada um recebia alguns ajustes que dirigiam as forças e fraquezas de cada pesonagem. Luigi era mais leve que o resto e podia cobrir distâncias maiores com seu pulo, Wario compensava em sua força o que lhe faltava em agilidade e Yoshi compensava a falta de socos com o uso de seus ovos teleguiados. Mario era, contudo, honrando seu título de “mestre dos pulos” do Reino do Cogumelo, o único capaz de realizar o wallkick — a técnica que consiste em pular ricocheteando nas paredes — para acessar pontos exclusivos do mapa. Para quem já conhecia o jogo original isso representava uma enorme diferença, já que muitas missões exigiam a habilidade, e para manter o balanço novas missões de acesso exclusivo às habilidades únicas dos outros personagens foram criadas, totalizando 30 estrelas totalmente inéditas.

A atualização dos designs dos personagens para o estilo GameCube era um dos grandes atrativos do remake de duas telas

De se tirar o boné

Junto à adição de três novos personagens, outra novidade que Super Mario 64 DS trazia eram os bonés de transformação. Uma vez que você resgatava um dos heróis em apuros, seu respectivo boné aparecia em algum ponto de todos os mundos e, ao invés de obrigar o jogador a sair da fase e trocar de personagem em uma das salas do Castelo da Princesa Peach, ele simplesmente permitia lhe transformar em uma versão instantânea e disfarçada do dono do boné. Com excessão de Yoshi, que por si só não possui nenhum acessório, Mario, Luigi e Wario podiam ter suas habilidades “copiadas” e usados de maneira prática e ágil. É claro que isso causava um dos efeitos mais engraçados no jogo, já que a transformação não mudava a voz do personagem original!

Algumas vezes, era necessário derrotar um inimigo para poder pegar o boné de transformação dele
Também vale notar que não existiam bonés transformadores fora do mundo dos quadros, e em áreas do castelo onde a entrada era restrita a um deles como, por exemplo, a exigência de Bowser em lutar apenas com seu arquirival Mario, se fazia necessário comparecer à sala de troca de personagens para trazer o herói certo. Em outras ocasiões dentro do mundo das pinturas, entretanto, como nas corridas contra Koopa the Quick, era possível se passar por outro personagem usando apenas o disfarce.

Antes de liberar os outros três heróis bigodudos, Yoshi precisava derrotar chefes e recuperar as chaves de suas portas

A união faz os poderes

Ainda na onda das novidades, outra mudança significativa que Super Mario 64 DS trazia era a distinção dos poderes de bonés que existiam em Super Mario 64. No original, Mario podia obter o boné de asas, de metal e de invisibilidade de três diferentes caixas que eram habilitadas conforme o encanador progredia.
Dessa vez, apenas uma caixa restou, e dentro dela agora era armazenada uma Power Flower — uma espécie de Fire Flower que tem efeitos diferentes em heróis diferentes. Com essa mudança, a possibilidade de combinação de dois poderes de bonés diferentes que era necessária para algumas missões do original deixou de existir, fazendo com que mais fases fossem remodeladas e repensadas, trazendo mais estrelas e conteúdo exclusivo para o remake.
Já o poder do boné de asas foi transferido para uma pena branca, que podia ser encontrada apenas por Mario nos mesmo lugares que uma Power Flower, ou por qualquer personagem através de um bloco amarelo durante uma partida multiplayer. E como Yoshi era o único herói que não possui um boné, seu poder de asas crescia em suas próprias costas!
Confira os diferentes efeitos que a Power Flower causava em cada um dos heróis do quarteto:
  • Mario era capaz de se tornar um balão de ar gorducho da mesma forma que o P-Baloon fazia em Super Mario World. Diferente do boné de asas, Baloon Mario tinha uma ascenção vertical bem grande e podia alcançar lugares altos que nenhum personagem conseguiria. Além disso, Mario era o único herói na aventura principal a poder encontrar ocasionamente uma pena branca no lugar de uma Power Flower, garantindo a ele o poder do boné de asas na forma de Winged Mario.
  • Luigi, caracterizando toda sua timidez e sua “familiaridade” com fantasmas, adquiria o poder da invisibilidade através da Power Flower. Dessa forma, o Vanish Luigi era o único herói capaz de desbravar todos os desafios e segredos escondidos na fase Big Boo’s Haunt.
  • Com toda sua força (e peso!) abismal, Wario herdou o poder de forma metálica da Power Flower, o que lhe permitia pressionar botões rígidos, quebrar estruturas frágeis ou ainda andar debaixo d’água. Sendo o personagem mais lento tanto fora quanto dentro d’água, as tarefas de Metal Wario se tornaram ainda mais desafiadoras do que as originais do Nintendo 64, uma vez que Mario tinha mais agilidade enquanto submerso.
  •  Através do poder da Power Flower, Yoshi garantia uma habilidade já bastante conhecida: cuspir fogo, de uma forma bem similar a como ele fazia com melancias vermelhas em Super Mario World 2: Yoshi’s Island. Com o Fire Power, o jogo brincava que essa era a resposta para a azia que Yoshi tinha de engolir tantos inimigos, e era só através dessa habilidade que algumas estrelas inéditas de mundos congelados podiam ser coletadas, com novos desafios que envolviam derreter cubos de gelo gigantes, nunca vistos na versão original.

Uma festa fora de época

Para acompanhar a aventura principal e ajudar a destacar as novidades do console, Super Mario 64 DS também contava com vários minigames que eram desbloqueados através do modo principal, fazendo inveja para a série Mario Party! O coelho que antes era apena encontrado no porão do castelo se multiplicou e se espalhou, recompensando o jogador, agora, com chaves das gavetas da sala de recreação da princesa que guardavam os vários minigames. Cada herói era capaz de encontrar apenas sua cor correspondente de coelho, que se escondiam em diversas partes do Castelo de Peach: Mario podia encontrar os vermelhos, Luigi, os verdes, Wario, os laranjas, e Yoshi, os amarelos (originais).

Para alguém que cuida da sala de recreação, era de se esperar esse sorriso de ponta a ponta do Toad!
A seção de minigames era dividida em quatro tipos de minigames distintos. Os minigames de ação ficavam na seção de Mario, os minigames de azar na de Luigi, os passatempos na de Wario e os minigames de puzzle ficavam na seção de Yoshi.

Se três é demais, imagine quatro!

Outra grande novidade que atraia os fãs do original de 1996 era a adição de um modo multiplayer totalmente novo. Apesar de não ser a promessa que a Nintendo prometia de um modo cooperativo de quatro jogadores, utilizando apenas um cartão de jogo, era possível chamar mais três amigos para disputar e apostar quem conseguia coletar mais estrelas dentro do limite de tempo em uma das quatro arenas do modo Versus.
Aqui, todos os jogadores começavam como uma cor de Yoshi e, num clima de dança das cadeiras, todas as fases contavam com um boné de transformação de cada herói, sendo que no final alguém sempre sobraria de Yoshi. Mesmo assim, ele era capaz de engolir os outros jogadores como se fossem inimigos, além de Wario , que possuía uma técnica exclusiva do multiplayer de girar os oponentes como se fossem o Bowser.

Um dos quatro jogadores acabará sobrando de Yoshi, mas a sua comprida língua ainda é uma ferramenta útil na hora de roubar estrelas!
Super Mario 64 DS estava longe de ser um dos melhores jogos para demonstrar o diferencial que duas telas, sendo uma de toque, trariam para uma nova linha de portáteis que, se pararmos para reparar, permanece no mesmo padrão até hoje. Mas como uma adição para a line-up de um console tão inovador como o Nintendo DS, a revitalização do clássico para uma nova geração de jogadores representava um título de peso e recheado de conteúdo tanto para os fãs que viveram a época de ouro do Nintendo 64 quanto para os novos jogadores que buscavam uma experiência mais completa do que de títulos de lançamento como Ridge Racer DS, Pokémon Dash ou a demo Metroid Prime Hunters: First Hunt. Com 30 novas estrelas, um modo multiplayer inédito e um montão de minigames extras que faziam jus às novidades do console, Super Mario 64 DS era a escolha perfeita para quem queria adquirir o Nintendo DS em seu lançamento.

Revisão: José Carlos Alves
Capa: Leonardo Correia
Siga o Blast nas Redes Sociais

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Você pode compartilhar este conteúdo creditando o autor e veículo original (BY-SA 3.0).