Em mais esta etapa da nossa contagem regressiva, veremos como foi aproveitada a empolgação em cima de Pokémon X/Y (3DS), não tendo como base apenas a experiência individual, mas a coletiva nas mídias sociais. Vamos ver também sobre a abordagem de marketing dos jogos e o aproveitamento deles em seus periféricos e outros produtos que tiveram a sua fama criada tendo como base os monstrinhos mais famosos do planeta. Todos prontos? Vamos embarcar nessa penúltima viagem e nos aventurar mais uma vez – agora para fora dos jogos!
A explosão social
Algo que eu fico me perguntando desde o início dessa jornada, nove meses atrás, é se os jogos das primeiras gerações teriam o mesmo impacto no mundo como está ocorrendo agora. Em qualquer rede social é possível ver fãs dos jogos tendo discussões, reunindo grupos e dissertando sobre o que está por vir, suas expectativas e tudo mais a um nível global. Antigamente falávamos com nossos amigos da escola quando víamos na revista de jogos que aquele título ia sair em breve, mas a internet trouxe essa interação pra um nível totalmente novo; ao invés de nos isolar dos outros e falarmos com amigos que já tínhamos, agora fazemos novas amizades graças à globalização.Não é difícil imaginar o impacto que isso teve nas redes sociais. |
Devo admitir que eu mesmo não ficava tão empolgado com uma geração como esta fazia tempo e creio que isso deve-se justamente a essa interação entre os fãs e a proposta de compartilhamento de informação pela internet. Perdi a conta de quantos Pokémon foram revelados através do Facebook e Twitter oficiais e como as constantes brincadeiras em publicações destes faziam com que cada dia fosse mais uma aventura na espera por Pokémon X/Y. Se tem algo que aprendemos nessa geração foi que o segredo do bom marketing está na dosagem, mantendo todos nós com as expectativas lá em cima.
Bem, também aprendemos que eles sabem como se aproveitar do momento.
Cartas na mesa
Após a recente adição do Dragon-type (“Tipo Dragão”), parece que o TCG (“Trading Card Game”, literalmente “Jogo de Cartas Trocáveis”) de Pokémon está ganhando um brilho único nesta geração que está por vir. Para começar, haverá a adição de mais um novo tipo, o Fairy-type (“Tipo Fada”), ao qual já estamos habituados pelas informações de X/Y. Interessante é notar que Fairy vai receber não somente suas cartas de Pokémon como também Energy Cards, diferentemente dos dragões que usam combinações de outras energias para atacar sem ter a sua própria.Para comemorar a chegada deste novo tipo, foi anunciado também uma coleção temática para as evoluções de Eevee, tendo como estrela a novata Sylveon. Além da nova evolução do tipo Fairy, também estão presentes todas as outras evoluções de Eevee até agora, o próprio Pokémon base, quatro boosters da série Black/White – a vigente até então –, uma carta de energia Fairy e um boneco decorativo da Sylveon.
Ainda vale ressaltar que algumas novas regras estão chegando por aí na nova atualização do metajogo do TCG, que entrarão em vigor com o lançamento da geração X/Y no jogo de cartas. Dentre elas, a mais notável é a que impede o jogador que começa a partida de atacar em seu primeiro turno, tornando muito mais complexo de se decidir se, ao vencer no cara ou coroa, se vai ou não dar início à partida. O mais interessante desta mudança é que isso pode ser algo útil para baralhos baseados em evoluções, o que levanta uma questão importante: e as MegaEvolutions?
Carta útil pra conseguir acelerar seu deck. |
Embora no Brasil o TCG não tenha a mesma popularidade que os videogames, lá fora é um cenário extremamente comum e que foi bem aproveitado com o anúncio de X/Y. Agora, se querem mesmo falar sobre algo que impacta até mesmo nós brasileiros diretamente, não tem como não falar do que foi o provável primeiro contato com a franquia para a maioria dos treinadores de hoje em dia: a série animada.
Aviso: a partir daqui até o fim do texto poderá encontrar revelações sobre o enredo (spoilers) das séries animadas de Pokémon. Leia por sua conta e risco!
As aventuras de Ash não param!
Como devem saber, Ash Ketchum ainda não é um mestre Pokémon. Eu sei, chega a ser frustrante, mas vamos dar algum mérito à ele; ele já derrubou todos os líderes do Battle Frontier e só não venceu a liga de Sinnoh pois Tobias tinha um Darkrai e um Latios. Podem dizer que ele não envelhece mas todos se esquecem que ele já fez aniversário de jornada no terceiro filme e há indícios na mídia que ele já passou dos catorze anos, embora a animação não ajude muito. Ele pode não ser o melhor treinador de todos, mas ainda é um ícone de perseverança e está começando sua jornada em Kalos junto com a gente.
Com as primeiras informações da animação através dos trailers, é possível notar que esta temporada está sendo fortemente inspirada nos fãs ao descobrir os segredos da nova região, como os laços com os novatos como Froakie e a surpresa ao se descobrir as MegaEvolutions, interessado em saber como levar seus monstrinhos ao novo nível. Além disso, adicionem o fato de que o traço parece enfim cooperar com a aparência do protagonista, finalmente dando a entender que ele está mais velho.
Como sempre, Ash não vai viajar sozinho e sempre conta com ao menos um rapaz e uma garota. O homem da vez é Clemont, o líder do quinto ginásio de Kalos e possivelmente um treinador do tipo Electric (“Elétrico”) ou Fairy, tendo como base sua aparência e modelo da insígnia – ambos mostrados já em imagens do jogo. Para Ash é comum ter líderes de ginásio o acompanhando, como vimos com Brock, Misty, Cilan e Iris (embora a última não seja uma líder no anime, mas sim em Black/White (DS) e campeã da liga em suas sequências).
A companheira feminina da vez se chama Serena, representada pela protagonista feminina dos novos jogos para 3DS. Embora não se saiba muito sobre sua personalidade, há indícios de que ela é amiga de infância de Ash e está ansiosa para reencontrar o companheiro. Considerando que Kalos é baseada na França, que é conhecida pelo “amor”, poderia essa saga ter alguma relação com Ash enfrentando seu primeiro relacionamento? Sim, estou sonhando alto, mas posso sonhar, não?
Para concluir a trupe, temos aqui pela primeira vez desde Hoenn um quarto integrante na equipe, e assim como Max, é uma pessoa jovem e que não é um treinador oficialmente. Estamos falando de Bonnie, a irmã caçula de Clemont que sempre cuida de seus monstrinhos e serve de animadora para seu irmão. Seria ela o alívio cômico da equipe? Qual será sua significância para a história? Bem, vale ressaltar que ela também está presente nos jogos, como foi mostrado em algumas imagens já liberadas.
Com o mistério rondando a animação tanto quanto ronda os jogos, fica claro que a impressão que querem passar é justamente a de uma aventura às cegas igual à de nós, jogadores. O que podemos aguardar do futuro da história de Ash?
Bom, enquanto esperamos este futuro, que tal nos aventurarmos um pouco no passado?
De volta às origens!
Nesta terça-feira (02/10) foi ao ar no Japão um especial de quatro partes chamado Pokémon: The Origin que relata as aventuras de Red, o protagonista de Pokémon Red/Blue/Green (GB) por Kanto. Se estiver pensando que é o mesmo Red do mangá, não se anime; aqui é realmente o personagem dos jogos, e o que presenciamos é o seu desenvolvimento como o de um jogador passando pelos oito ginásios. “Tá, mas o que isso tem a ver com X/Y?” devem estar se perguntando, e eu respondo: tudo.O apelo nostálgico de trazer de volta a primeira geração é um ataque para os velhos e novos jogadores; enquanto os antigos se envolvem com a animação e suas memórias se afloram ao recordar de seu primeiro contato com a série, os novatos aprendem sobre como tudo começou e ficam mais prontos para encarar esse universo já muito popular no meio gamer. Além disso, segundo as informações que vazaram recentemente na internet, boa parte dos Pokémon de Kalos são de gerações antigas e com algumas referências à primeira geração, o que reforça a necessidade de saber no que os novatos estão pisando e fortalece o laço nostálgico que a velha guarda sempre carrega consigo.
E se acham que é aí que acaba a brincadeira, saibam que a verdadeira jogada está no final do especial! Após toda a aventura, aproveitaram para anunciar que Charizard ganharia uma segunda MegaEvolution no mesmo estilo de Mewtwo e suas duas novas formas, sendo MegaCharizard Y o que já havia sido anunciado e MegaCharizard X, o novato, surgindo agora. Este segundo realiza o sonho de todos de ver o reptiliano como um dragão e, com uma aparência brutal, é o derradeiro destaque do show. Digam o que quiser, mas ficou mais do que claro que tudo foi uma grande jogada de dois lados; o jogo promoveu a animação só para que ela promovesse o jogo ainda mais.
Bom movimento, Big N. Obrigado por nos deixar com os nervos à flor da pele faltando tão pouco para o lançamento.
Só pra variar, um gif de Pokémon: The Origin para finalizar! |
É pessoal, nossa aventura está acabando, mas isso não é motivo para desânimo! Temos mais uma parte pela frente e esta será especial para todos partilharmos as nossas expectativas para Pokémon X/Y! O que acharam desta etapa? Vocês esperam algo do TCG daqui pra frente? Quais suas opiniões quanto aos animes de Pokémon? Só mais uma semana pessoal, então comentem e compartilhem o que pensam!
Não leu as etapas anteriores? Segue a lista de partes!
Parte 1: A revolução estética de Pokémon X/Y
Parte 2: Recapitulando mecânicas e quebrando tabus
Parte 3: É hora da batalha em diversos estilos diferentes
Parte 1: A revolução estética de Pokémon X/Y
Parte 2: Recapitulando mecânicas e quebrando tabus
Parte 3: É hora da batalha em diversos estilos diferentes
Revisão: Alan Murilo
Capa: Daniel Machado