Em 14 de fevereiro tivemos um Nintendo Direct com icônicos empresários da Nintendo vestidos de Luigi. Miyamoto, por sua vez, até tinha um aspirador em referência ao Luigi's Mansion, que seria lançado logo mais. Mais adiante no ano, tivemos o anuncio da edição especial do Luigi para o Nintendo 3DS XL! E pela primeira vez, mês passado, Luigi ganhou um jogo próprio: sei que tivemos o
Luigi's Mansion do GameCube, mas New Super Luigi U foi o primeiro jogo próprio de plataforma, ele passando por aventuras em vez de Mario. E é isso? Sério? Estamos entrando no último trimestre do ano e não estou vendo esse ano do Luigi.
Três décadas nas sombras
Vocês já conhecem bem a história do Jumpman, os primeiros jogos de Mario, a primeira vez de Luigi. E como sabem, em 2013 Luigi deveria fazer 30 anos. Com base nisso, a Nintendo nos prometeu o ano do Luigi. Um ano focado nele e com várias surpresas relacionadas ao irmão do encanador mais famoso do mundo. Recordo-me do final de março, quando joguei aquele Luigi's Mansion do GameCube depois de quase dez anos, apenas para relembrar o universo do jogo antes de entrar de cabeça no novo jogo da franquia. Jogando o antigo, recordei-me das coisas que pensei ao passar aquelas partes pela primeira vez e eram sobre como era legal estar jogando com o Luigi, sobre como era diferente não estar pulando em tartarugas e sobre como aquele jogo era interessante.
Luigi's Mansion: Dark Moon, me trouxe esses mesmos pensamentos. No primeiro jogo você ainda lembra que existe Mario, no segundo isso foi mais raro.
Ali eu tive esperanças no "ano do Luigi". Eu estava realmente crente de que a Nintendo focaria em um personagem secundário e daria mais atenção para ele. A surpresa foi a mesma de saber que Peach ganhara um jogo próprio anos atrás, pro Nintendo DS. E Dark Moon não era um jogo apenas para falar que era um jogo do Luigi: foi um bom jogo! Você tem itens escondidos, pequenas coisas para completar o jogo perfeitamente,
easter eggs, tudo. Ótimo jogo. Mas em abril não tivemos muitas novidades, em maio tivemos aquele
Minis on the Move que é um jogo do Mario e... Donkey Kong. Então, temos um 3DS XL
especial do Luigi, o que não diz muita coisa, pois
Animal Crossing tem um 3DS especial, The Legend of Zelda também, e até Monster Hunter que não é uma franquia icônica da Nintendo.
O sonho não foi agradável
New Super Luigi U é uma piada. Vocês podem ficar loucos, gritar, amar o jogo, mas é... New Super Mario Bros U com uma máscara. Com uma cor diferente, falando do modo mais bruto. Há quem fale que é possível fazer isso e aquilo em New Super Luigi U, mas admitam que nunca existiu um "Mario's Mansion". Luigi's Mansion é o que eu considero "um jogo do Luigi". New Super Luigi U é aquele mesmo jogo que já conhecemos, mas... com o Luigi. Não é um novo jogo, não é uma nova ideia. É um jogo do
Mario verde.
Diferente da
Atari, a Nintendo conseguiu sobreviver ao começo dos videogames por ter franquias. Atari tinha o console, mas não tinha jogos próprios. A Nintendo, por sua vez, consegue viver com suas próprias franquias até os dias atuais. E são personagens carismáticos, são personagens legais, e é por isso que eu me importo com o Mario verde. Diferente de
Alex Kidd, da SEGA, o Mario verde conseguiu chegar até 2013. Aliás, nem mesmo o
Tails tenho visto ultimamente.
Então temos
Mario & Luigi: Dream Team. Não podemos esquecer de falar sobre esse jogo que... não é um jogo do Luigi. Por favor, amigos, é mais um jogo do Mario! "Ah, mas é durante o sono do Luigi" - NÃO! Poderia ser durante o sono da Peach, da Daisy, sei lá, até do Villager. Luigi não tem função essencial alguma sobre isso do sonho, é apenas um pretexto pra falar que Luigi tem uma relevância no jogo. Voltando ao Luigi's Mansion: Luigi tem medo, ele tem uma personalidade e ela é bem explorada (não o bastante, mas o suficiente) naquele jogo. Outros personagens naquelas mansões teriam outras reações.
Dois irmãos, duas mãos
Uma coisa que falo com boa frequência é a Nintendo não saber trabalhar com duas mãos. Em um momento ela dá atenção para o portátil e esquece o console de mesa, em outro momento ela dá toda sua atenção para o console de mesa e esquece do portátil. Com base nisso, acredito que agora o 3DS terá menos lançamentos e o foco será o Wii U. É evidente como esse parece ser o
ano de Pokémon para Nintendo. No começo do ano
tivemos o anúncio de Pokémon X & Y e de tempos em tempos recebemos notícias até pelo
Pokémon Direct (percebam, não é Nintendo Direct!). Nos últimos meses, essas novidades têm tomado uma frequência quase que semanal. Não é difícil ler uma notícia "Nintendo revelará/revelou tal coisa sobre Pokémon X & Y". E onde está o Luigi, Nintendo? Afinal, não é o ano dele? Onde está toda aquela atenção e carinho para o
Mario verde?
Eu comprei o Wii U em maio. Peguei o
Resident Evil: Revelations, pois já conhecia do 3DS e acreditei que com duas telas (Wii U), seria melhor aproveitado do que nos outros consoles. Além disso, foi quase que uma desculpa para ter um jogo, pois sabemos que o Wii U ainda não tem muitos títulos de peso. Teve
Pikmin 3 mês passado, vendeu bastante, pessoas gostaram. Até conheço alguns que compraram o New Super Luigi U, mas geralmente não tinham o New Super Mario Bros U e haviam comprado o Wii U havia pouco tempo. Eu comprei esperando
The Wonderful 101 e
Bayonetta 2. Vocês viram alguém falando que estava comprando o Wii U para jogar New Super Luigi U e que comprou o
New Super Mario Bros U também? Talvez até tenha.
Além de Pikmin, The Wonderful 101, Bayonetta 2, outros jogos que chamam atenção de muitas pessoas para o Wii U é
Mario Kart 8, o novo
Super Smash Bros., o remake de
The Legend of Zelda: Wind Waker. Vocês lembram mais algum? Deve ter. Eu queria a continuação de
Eternal Darkness. A questão é: poucos, ou quase ninguém, compra o Wii U esperando um título de peso do... Luigi. O mesmo pro 3DS. Logo teremos
Pokémon X & Y,
Sonic: Lost World e
The Legend of Zelda: A Link Between Worlds. Então, por favor, me mostrem onde está o ano do Luigi.
O Mario verde teve um ano dele, no papel, não na prática. New Super Luigi U, Luigi's Mansion e o 3DS XL especial, é o máximo que podemos falar que ele teve de exclusivo nesse ano, mas é pouco demais para um ano especial. Com isso, eu perco qualquer esperança sobre "ano de tal personagem" que a Nintendo venha a fazer em um futuro não muito distante. Uma nova franquia pro Mario verde, só uma, eu já estaria satisfeito.
Revisão: Vitor Tibério
Capa: Daniel Machado
