Os jogos invadem as telas, agora pra valer: as reações do GameBlast ao anúncio da animação "Pokémon: The Origin"!

em 21/08/2013

Como devem saber, durante o Pokémon Game Show que ocorreu na última semana, houve o anúncio da animação especial “ Pokémon: The Origin ”, ... (por Fellipe Camarossi em 21/08/2013, via Nintendo Blast)

Como devem saber, durante o Pokémon Game Show que ocorreu na última semana, houve o anúncio da animação especial “Pokémon: The Origin”, que se destaca do anime costumeiro por narrar a história de Red, o protagonista dos primeiros jogos da franquia de monstrinhos mais famosa do mundo (desculpa aí Digimon, fatos são fatos). E o que tem de especial nisso? A não ser que você seja um jogador que aderiu à série nas gerações mais recentes, você deve saber o porquê disso ser especial, caso contrário, convido-lhe a sentar-se para ouvir um pouco das nossas histórias, de quem está fascinado por este grande passo da franquia.

Crônicas de um viciado de verdade

Não tem como dizer
que não é fanático.
Em maio de 1999, eu assisti o primeiro episódio do anime de Pokémon na TV, pela Record. Eu tinha 10 anos. Estava vendo o comercial algumas semanas antes e queria assistir por ser o desenho de um jogo que eu estava jogando há pouco mais de um ano, quando ganhei aquele Game Boy monocromático com a versão Blue. Até aquele momento, eu conhecia apenas um amigo que também tinha o jogo e jogava comigo. Nesse dia de estreia Eu acordei atrasado, pois estudava à tarde (15-19h) e estava acostumado a acordar tarde. Peguei apenas o final do episódio, Pikachu estava atacando um bando de Spearows (o que não fez sentido pra mim, pois não havia Spearows na Route 01) e logo depois uma fênix dourada apareceu (menos sentido ainda). Mas eu estava feliz. Havia gostado.

Não demorou muito para que aquilo se tornasse uma febre entre meus amigos da escola, que com o tempo foram comprando Game Boys (Color, Pocket, etc) para podermos trocar monstrinhos e batalhar, já que essa era a parte mais divertida do jogo.

Pouco depois, soube da existência dos Mall Tour, por meio da revista Pokémon Club (tenho todas até hoje), que ficavam cerca de 20 minutos de minha casa. Claro que meu pai foi forçado a me levar. E como era mágico aquele lugar. Como se não bastasse aquele Ford Ka em formato de Pikachu, no porta-malas dele tinha um televisor 29" (que era ENORME para aquela época) com um Nintendo 64 e Pokémon Stadium. Podíamos usar nossos Pokémon do Game Boy para lutar em três dê!... 3D! Era o futuro!

Saiu dos campeonatos
mas ainda treina Pikachu.
Não é segredo para ninguém que segui por torneios e mais torneios, participei de sites e fóruns com essa temática e até fiz parte de comunidades estrangeiras. Hoje cá estou, quase aposentado (considerando minha frequência em torneios), mas não enferrujado!

O anime seguiu por um caminho não muito agradável. Até meados da terceira temporada, em minha opinião, estava tudo bem. Parei de assistir o desenho pouco antes de Ash enfrentar a Miltank de Whitney, em Johto (desafio que me rendeu muito ódio no jogo). A terceira geração quase matou a franquia (no jogo e no anime), fiquei assistindo apenas os filmes, sem motivação para acompanhar os episódios semanais.

E hoje temos "Pokémon: The Origin". Um especial recheado de nostalgia com o treinador de Red/Blue escolhendo o Charmander e enfrentando Brock no melhor estilo possível. É como se aqueles dias de Mall Tour, Stadium e tudo mais voltassem de uma vez pra mim. Não posso explicar como estou empolgado com isso.

Choremos como criancinhas!
Jameson Sheen, redator do GameBlast

O fanático tardio

Bisharp parece
vilão do Megaman.
Minha história com Pokémon começou um pouco tarde. Em 1999, tinha um pessoal na minha escola que jogava Pokémon. Eu tinha um Game Boy Pocket e era feliz com os meus jogos de gráficos cinzentos. Passava horas jogando Megaman e nunca tinha interesse por Pokémon, mas isso só até ler em uma Nintendo World sobre Pokémon Gold e Silver. Ao ver aquelas imagens ainda em japonês do jogo, fiquei maravilhado com aqueles gráficos incríveis, com todas as possibilidades de jogabilidade e com os dois continentes. Eu precisava ter esses jogos de qualquer jeito. E foi em 2001 que eu consegui. Na época,  já tinha um Game Boy Advance e algumas fitas. Troquei Tony Hawk's Pro Skater 2 por Pokémon Gold com um amigo meu, e aí começou o fanatismo pela série.

Chegava na escola, jogava Pokémon com meus amigos, voltava pra casa e assistia Pokémon e Dragon Ball Z no Cartoon Network. Depois de um tempo, acabei adquirindo Pokémon Blue e fiquei conhecendo a história original, em que controlamos Red, o adversário final de Pokémon Gold. Agora, voltando para 2013, o anuncio de Pokémon: The Origin me deixou sem palavras. Quando assisti ao trailer, inicialmente não soube direito o que estava acontecendo. Como assim? É o Red, é o Gary/Blue? Depois entendi que simplesmente a história mais épica, a primeira história, será propriamente contada em um anime. Estou extremamente ansioso por esse lançamento. Seja dublado ou legendado, é algo que certamente atingiu o coração de muitos Pokémaniacos no Brasil e no mundo. E, com o lançamento do Pokémon X e Y nos próximos meses, nunca foi tão bom ser um fanático por Pokémon.
Pablo Montenegro, diretor de vídeo do GameBlast

O artista pokemaníaco

Eu lembro de ter ouvido alguém falar que um dos maiores desejos de tal pessoa era poder ler o livro favorito dela pela primeira vez de novo. Pra mim, o equivalente seria poder jogar "pela primeira vez de novo" Pokémon Blue. Até hoje me recordo daquela noite de natal na qual um saco (devidamente acolchoado, graças a deus) rolou pelo telhado da minha tia até atingir o chão, trazendo dentro de si meu Game Boy Color Atomic Purple e uma cópia de Pokémon Blue.

Houndoom desenhado pelo
autor deste depoimento!
Aqueles mais de cem bichos colecionáveis foram a minha fissura na primeira série. Perdi a conta de quantas vezes eu e meu melhor amigo faltamos a escolinha de futebol apenas para ficar duelando e tentando descobrir pelo método da tentativa e erro quais Pokémons evoluíam por troca, através do saudoso “Cabo Link”. É surreal imaginar que já se passou mais de uma década do começo da febre Pokémon – daquela época em que tudo isso era um mundo novo para nós. Como algo Ao mesmo tempo estranho e incrível, encarnar a jornada de se tornar um mestre Pokémon nos jogos era o sonho de quase toda criança.

Eu estudava em tempo integral, e no dia da estreia do anime eu obviamente estava na escola. A euforia dos pequeninos era tanta, e o desejo de assistir o programa era tão grande, que as professoras naquele dia cederam, e ao invés de mostrar o filme planejado, nos deixaram assistir o primeiro episódio da saga de Ash.

Mas os anos passaram, eu cresci e o Ash não. O anime pra mim acabou se tornando muito infantil e parei de acompanhar depois da chegada ao continente de Hoenn. Os games continuaram como os meus favoritos, mas perderam um pouco do brilho e daquela sensação de frescor. Isso até eu conseguir Pokémon White no ano retrasado. De lá pra cá, uma chama avassaladora de amor pela franquia se acendeu e estou mais fissurado do que antes. Com mais de 600 horas dividas em 3 dos últimos jogos da franquia principal, estive acompanhando assiduamente as novidades de X e Y e acabei me deparando na ultima semana com o trailer que mais me levou perto da sensação de jogar Pokémon Blue pela primeira vez.

Aquele Gengar e aquele Nidorino marcaram uma geração, e esse especial inspirado nela servirá para dar inicio a uma nova etapa, que promete vir com tudo. Que venham X e Y com força total, mas que lembrem sempre da essência que conquistou os fãs desde sua Origem.

Hugo Henriques Pereira, ilustrador do GameBlast

Tá, mas e o autor dessa matéria?!

Mesmo sendo fã das
antigas, Halt (meu
Hydreigon) é
o favorito!
Antes de iniciar a minha história, devo dizer que a minha família não era exatamente a mais “bem de vida” que já se viu. Todo nosso retorno financeiro era redirecionado aos estudos, e vez ou outra conseguíamos alguns brinquedos melhores, e um destes foi o meu amado Game Boy Advance prateado, que veio com cinco jogos, dentre eles Pokémon Red e Pokémon Crystal. Meus pais talvez não soubessem naquele momento o que aquele presente faria com o meu futuro.

Apesar de Crystal ser claramente mais polido, eu comecei a jogar Red antes, porque reconhecia os nomes dos lugares, como Pallet Town e Pewter City. Mesmo sendo novato nos jogos da franquia, sempre fui fã das aventuras de Ash, ao menos até a fórmula se tornar tão desgastada que assistir ao anime se tornou uma experiência tão surpreendente quanto assistir minha roupa sendo lavada. De qualquer maneira, era mágico poder me sentir no controle de “Ash”, o protagonista de Pokémon. Talvez meu eu do presente daria uma bronca no meu eu do passado por ele achar que um personagem era o outro, mas quero crer que não fui o único a fazer isso. Comentem se o fizeram também. Faz bem pra minha autoestima.

Meu inglês era tão bom quanto os colégios permitiam na década de noventa, e por esse motivo eu sempre sofri pra entender o que estava havendo. Acredito que levei semanas até aprender como se entrava em Saffron City! Minhas esperanças caíram em um vizinho mais velho, que chamava para me ajudar a passar por essas dificuldades linguísticas. Infelizmente, acabamos nos mudando e eu perdi contato com ele, uma perda significativa para mim. Me pergunto se ainda vamos nos esbarrar um dia desses.

Embora também goste
do Cloyster! E sim,
jogo competitivamente.
Sem ele, eu tive de me virar. Foi graças a essa perda e a esses jogos que eu me dediquei quase que totalmente ao inglês, para saber como avançar. Entender a história de Pokémon Red e Crystal foi o que me fez ver que o jogo era completamente alheio ao anime, me fez procurar o mangá e ver uma perspectiva totalmente diferente da franquia, algo mais dinâmico, mais empolgante. Era aquilo que o anime precisava, era aquele tipo de aventura! Passei a acompanhar todos os jogos e mangás desde então, aguardando pacientemente pelo dia em que suas histórias fossem finalmente valorizadas. Isso foi em 2003.

Dez anos se passaram, meus queridos leitores. Eu cresci (não muito), a situação da minha família melhorou, saí do colégio e fui pra faculdade, meu inglês fluente me deu grandes oportunidades, meu amor por jogos também. Hoje escrevo pro Blast com o mesmo carinho que eu tiro a poeira de velhos consoles, que assim como esse texto, me trazem de volta boas lembranças que foram cruciais para o meu crescimento. Agora, é anunciado o que esperei por mais de 3600 dias. Que reação eu poderia ter senão a do alvoroço provocado por esse turbilhão de memórias?

A única parte difícil é esperar sem explodir de empolgação.
E vocês, leitores, quais foram suas reações após essa grande revelação? Compartilhem conosco assim como compartilhamos com vocês!
Revisão: Samuel Coelho
Capa: Vitor Nascimento
Siga o Blast nas Redes Sociais

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Você pode compartilhar este conteúdo creditando o autor e veículo original (BY-SA 3.0).