Sorrindo com Miyamoto: a história de Pikmin

em 30/07/2013

Shigeru Miyamoto está sorrindo. Com aquele ar malandro de quem tem um ás escondido na manga, o lendário desenvolvedor de jogos é só alegr... (por Thomas Schulze em 30/07/2013, via Nintendo Blast)

Shigeru Miyamoto está sorrindo. Com aquele ar malandro de quem tem um ás escondido na manga, o lendário desenvolvedor de jogos é só alegria sempre que fala de sua mais nova criação. Previsto para chegar ao Wii U dia 4 de agosto depois de um longo ciclo de desenvolvimento, Pikmin 3 é a mais nova entrada de uma das franquias mais subestimadas da Nintendo, e a companhia parece disposta a finalmente elevar os jogos das criaturinhas ao mesmo patamar de outras séries lendárias da casa como Super Mario Bros. e The Legend of Zelda.

Desde a empolgante revelação na abertura da E3 de 2012 até a constante aparição nos Nintendo Direct subsequentes, Miyamoto e a Big N estão criando o maior hype possível para Pikmin 3 e tentando mudar a imagem que o grande público tem da franquia. Afinal, mesmo gozando do status de clássicos cult do GameCube e relançados para a linha New Play Control! do Wii, os dois primeiros jogos estrelados pelos Pikmin acabaram passando batidos por muita gente e se tornaram jogos de nicho. Então se você nunca os jogou, não há momento melhor para relembrar esses grandes games e se preparar para o próximo capítulo.

Cultivando uma grande ideia

Quem acompanha a carreira de Miyamoto sabe que sua principal fonte de inspiração na hora de criar jogos são os seus próprios hobbies. Wii Music nasceu de sua paixão por instrumentos musicais, Nintendogs foi inspirado pelo seu cãozinho de estimação e a ideia para Super Mario Bros. surgiu quando sua esposa o mandou consertar o encanamento de casa. Ok, essa última pode não ser verdade, mas o fato é que o lendário designer vislumbrou o mundo dos Pikmin num belo dia em que estava apenas cuidando de seu jardim. Assim, ao imaginar pequenos seres correndo pela grama, Miyamoto deu vida a uma das melhores e mais criativas franquias dos videogames.

Um dos primeiros jogos
do cubão, e também um
dos melhores!
O Pikmin original foi lançando no final de 2001 e fez parte da primeira leva de jogos do GameCube, dividindo espaço com Luigi’s Mansion e Wave Race: Blue Storm. Como em todos os grandes jogos de Miyamoto, para que todo o foco fique concentrado na jogabilidade e na experiência de jogo, a trama é simples e despretensiosa. Logo que começamos a aventura conhecemos o Capitão Olimar, um azarado trabalhador do planeta Hocotate que só queria curtir umas férias bem relaxantes, mas que acabou vendo a sua nave, a S.S. Dolphin (qualquer semelhança com o codinome do GameCube não é mera coincidência), ser  atingida por um asteróide e cair no misterioso PNF-404, vulgo Planeta dos Pikmin.

Para completar a desgraça do pobre coitado, o tal planeta está cheio de oxigênio, um gás letal para os habitantes de Hocotate. Como o impacto fez com que a nave de Olimar se partisse em vários pedaços e o sistema de respiração de seu traje só lhe garante trinta dias de vida, ele precisa correr contra o tempo e conseguir um pequeno milagre se quiser reconstruir a S.S. Dolphin e voltar para casa. E não é que o pequeno milagre veio na forma dos pequenos Pikmin?

Quem é esse Pikmin?

Ó Capitão, meu capitão...
Os Pikmin são uma espécie de híbrido entre planta e animal que mais parecem cenourinhas coloridas ambulantes. Seres incrivelmente prestativos, são capazes de arriscar a própria vida por Olimar, obedecendo suas ordens sem pensar duas vezes e fazendo de tudo para ajudá-lo a encontrar as peças para consertar sua nave. Como existem várias cores de Pikmin, cada uma com seus próprios atributos, a grande sacada da franquia é colocar o jogador para quebrar a cuca e tomar as melhores decisões para cada situação, administrando seu exército de Pikmin com sabedoria para que a maioria chegue a salvo ao fim de cada fase. Afinal, por mais que os Pikmin sejam descartáveis, é impossível não se apaixonar por eles. Tanto que o próprio Olimar não resistiu à sua fofura e retornou para visitá-los em Pikmin 2, lançado também para o GameCube, em 2004.

Como você deve imaginar, a cada jogo da série surgem novas cores de Pikmin e novos desafios que só eles podem completar. Originalmente havia apenas três tipos de Pikmin. Os de cor vermelha são resistentes ao fogo, os amarelos conseguem carregar bombas e ficar mais tempo no ar graças às suas orelhas enormes, que mais parecem as do Sr. Spock, e os azuis possuem guelras que lhes permitem atravessar cenários aquáticos. Em Pikmin 2 surgiram os cabeludos e gordinhos Pikmin roxos, dez vezes mais fortes que as outras cores e capazes de fazer o chão tremer com seu peso, além dos Pikmin brancos, que são pequenos, velozes e imunes a gases venenosos, mas em contrapartida são bem fraquinhos. Ao ver a empolgação de Miyamoto ao falar sobre o potencial da franquia, não consigo deixar de me perguntar quantas novas cores e poderes nos aguardam em Pikmin 3...

Alguns novos tipos de Pikmin já foram confirmados, mas o universo de
Miyamoto ainda guarda muitos mistérios e surpresas...

Uma série inesquecível

Infelizmente, ao longo das últimas gerações de consoles ficou cada vez mais difícil encontrar conceitos e games verdadeiramente originais e inovadores. Em um mar de jogos de tiro com edições anuais praticamente idênticas, a peculiar mistura de elementos de aventura, puzzle e estratégia em tempo real que Shigeru Miyamoto realizou com a série Pikmin criou algo único e inesquecível para qualquer jogador que teve a sorte de experimentar a franquia.

Então, no fim das contas, não é difícil entender por que Miyamoto está sorrindo sempre que fala de Pikmin 3. É o mesmo sorriso que nós damos quando jogamos um dos jogos da série.

Revisão: José Carlos Alves
Capa: Hugo Henriques Pereira
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