Abra o velho álbum de fotos e relembre um saudoso passado com Pokémon Snap (N64)

em 20/07/2013

Ah, o Nintendo 64! Bons tempos em que os videogames eram apenas videogames e tudo o que queríamos era nos divertirmos com eles. Nesta ép... (por Luciana Anselmo em 20/07/2013, via Nintendo Blast)

Ah, o Nintendo 64! Bons tempos em que os videogames eram apenas videogames e tudo o que queríamos era nos divertirmos com eles. Nesta época, a Nintendo ganhava clássico atrás de clássico em seu carismático console, e acho que a maioria de vocês consegue se lembrar de vários deles sem esforço. Nesta mesma época, Pokémon fazia sucesso tanto nos videogames como na TV, era uma verdadeira febre e estava em todo lugar! A série sempre teve seu lar nos consoles portáteis da Nintendo, sendo que nenhuma aventura principal foi lançada fora deles. Mas isso não nos impediu de receber alguns interessantes spin-offs. Além do famoso Pokémon Stadium e sua sequência e o bizarro Hey You Pikachu!, o N64 ganhou um divertido e diferente jogo que até hoje permanece na memória dos fãs: Pokémon Snap.

Quanto mais estranho, melhor!

Desde que os nossos amados videogames foram inventados, podemos perceber a existência de jogos mais excêntricos. Não que isso seja ruim, são apenas diferentes dos padrões que esperaríamos encontrar, especialmente quando fazem parte de franquias bem estabelecidas. O que estou tentando dizer é que, certamente, esse é o caso de Pokémon Snap. Ele foi um ótimo jogo, é claro, mas vocês têm que concordar comigo em algo: em plena febre Pokémon, não era de se esperar que o primeiro game 3D da franquia seria sobre... fotografia. Pois é, vendo por esse lado, as coisas são diferentes, e era assim que as pessoas pensavam na época do lançamento deste título. Parecia tudo bem interessante, mas também inesperado.


O fato é que a Nintendo também não esperava e nem planejava fazer isto. A ideia era fazer um jogo cujo objetivo fosse simplesmente fotografar, e a inclusão de Pokémon na fórmula só veio depois, quando os desenvolvedores acharam que faltaria motivação por parte dos jogadores. Bom, incluir o que estava no auge parecia uma boa ideia, e no final, deu mais do que certo. Snap foi o primeiro jogo da série a ser lançado para N64 e estava planejado inicialmente para o Nintendo 64DD, mas o fracasso eminente do periférico fez com esses planos fossem cancelados. Fora isso, foi só alegria, o jogo foi fortemente anunciado e logo se tornou um grande sucesso, sendo muito bem recebido pelos fãs e pela crítica.

Capturando Pokémon... com suas lentes

Como vocês obviamente já sabem, Pokémon Snap era basicamente um jogo onde fotografávamos nossos queridos monstrinhos em vez de capturá-los e treiná-los. Na época, era difícil de prever que este se tornaria um jogo tão popular e, hoje em dia, um clássico. Tudo começava com o Professor Carvalho estudando sobre os Pocket Monster na Ilha Pokémon e convidou o jovem e talentoso fotógrafo Todd Snap a ajudá-lo em sua pesquisa. Como havia apenas monstrinhos selvagens nesta ilha, era a oportunidade perfeita para saber mais sobre seu comportamento em seu habitat natural. O fato é que, por mais divertida que fosse, a aventura era bem curta. Cada uma das sete fases durava entre três e cinco minutos, e dos 151 Pokémon existentes na época, apenas 63 estavam disponíveis no game. A quantidade de monstrinhos era um dos únicos pontos negativos apontados, mas não era nada tão sério ou que atrapalhasse a jogatina. O fator replay era o que salvava este jogo da crítica sobre sua duração e falta de profundidade.

Uma rocha em formato de Kingler, um dos símbolos Pokémon que ajudavam a destravar a fase final.


Alguns Pokémon nos davam mais trabalho e esses pequenos desafios nos traziam de volta à Ilha. Por exemplo, Snorlax, o monstrinho dorminhoco, só acordava com a Poké Flute (como sempre), mas este era um item que só era obtido mais tarde, o que garantia que o jogador voltasse para conseguir o que antes era impossível sem certos itens. Além de que para destravar a última fase, que contava com o raro Mew, nós tínhamos que fotografar os “símbolos Pokémon”, que poderiam ser qualquer coisa no cenário que parecesse ou que lembrasse um dos monstrinhos, como uma sombra ou árvore. Nós contávamos com um filme que permitia que sessenta fotos fossem tiradas em cada fase, o que era mais do que o suficiente para conseguir um bom material de cada monstrinho. Após o término do passeio, nós escolhíamos as melhores fotos de cada Pokémon e as entregávamos ao nosso querido Professor Carvalho, que fazia a avaliação de cada uma e pontuava de acordo com uma série de fatores.

É só apontar e fotografar

A jogabilidade não poderia ser mais simples, já que as únicas coisas que você poderia fazer era interagir com os Pokémon e capturá-los com suas lentes, ou seja, não precisava ser nenhum mestre para tanto. Bastava olhar ao seu redor, equipar a câmera, enquadrar e fotografar.
Ao início de cada fase, você entrava no veículo criado pelo Professor Carvalho, o ZERO-ONE, e passeava pelos diferentes cenários da ilha.


O ZERO-ONE andava sob trilhos e não era possível controlá-lo (isso no começo do jogo, já que mais pra frente adquirimos um dispositivo que nos permitia acelerá-lo), já que o jogador tinha que permanecer focado em capturar as melhores poses dos monstrinhos. O veículo se locomovia constantemente, só parando caso um Pokémon estivesse na sua frente (afinal, não podíamos machucar nossos amiguinhos). Com este tipo de movimentação, a agilidade era um fator muito importante e um gesto errado poderia fazer você perder uma possível foto premiada. A possibilidade de uma segunda chance de conseguir estas fotos perdidas era outro grande fator que nos fazia retornar às fases mais de uma vez.

Quem precisa de câmera profissional com estes itens?

– Maçã: Este era o primeiro item a ser disponibilizado logo no ínicio da nossa aventura. Esta era a comida favorita dos monstrinhos e poderia ser utilizada tanto para chamar a atenção deles como para pertubá-los;


– Bola de gás: Como podem imaginar, esta bolinha não era nem um pouco querido pelos monstrinhos. Na verdade, os irritava profundamente. Qual a utilidade disto então? Bom, era possível conseguir poses melhores dos Pokémon escondidos ou os mais tímidos que viviam fugindo.


– Poké Flute: A boa e velha flauta tinha três ritmos e servia para acordar e animar os Pocket Monster, que sempre tinha uma reação engraçada e diferente. Alguns dançavam e outros demonstravam suas habilidades. De modo geral, todos ficavam felizes.

Dicas blásticas para ser um bom fotógrafo

Um pouco do mundo da fotografia Pokémon consistia em sorte, mas o importante para conseguir uma boa avaliação em suas fotos eram as técnicas utilizadas, que, aliás, não poderíamos deixar de mencionar aqui, além de claro, dar algumas dicas básicas:

 A proximidade com qual a foto era tirada era o primeiro fator a ser considerado e pontuado. Quanto mais perto de um Pokémon, mais pontos a foto valeria;


 Poses incomuns eram melhores do que uma pose usual, ou seja, a preferência era sempre para os momentos únicos, como quando o Pokémon estivesse usando seus ataques ou fazendo algo diferente;

 Outro ponto importante considerado na pontuação era o enquadramento dos bichinhos. O melhor era tentar capturá-los no meio da foto. Além de que obviamente o ideal era fotografá-los de frente, já que fotos de suas costas não eram muito interessantes;


 Caso um Pokémon fugisse ou não lhe desse atenção, era só ser bonzinho e oferecer uma maçã na tentativa de atraí-los... mas você também poderia ser malvado e jogá-la na cabeça deles. As duas opções surtiam efeitos bem diferentes e interessantes;

 Em vez de fugir, alguns gostavam de se esconder e para encontrá-los era só jogar bolas de gás em buracos de lava ou arbustos, por exemplo. Os Pokémon poderiam aparecer nos lugares mais estranhos;


 Empurrar os monstrinhos ou ovos na lagoa ou na lava poderia gerar grandes surpresas e até mesmo evoluções inesperadas.

Como ganhar (mais) dinheiro no auge da febre Pokémon

Como este era o primeiro jogo dos monstrinhos para um console de mesa, a Nintendo investiu pesado em sua divulgação. Nada mais justo para uma franquia que começava a crescer sem precedentes ao redor do mundo. Mesmo parecendo um jogo meio estranho ou até bizarro naquela época, as jogadas de marketing da Nintendo só ajudaram a popularizar o título.


Quanto mais me lembro, mais tenho certeza que a década de 1990 foi certamente uma das mais criativas em termos de publicidade, especialmente quanto se tratava de algo voltado ao público mais jovem. A Nintendo, esperta como sempre, contou com boas ideias que não deixavam de fascinar seus fãs. Com Pokémon Snap não foi diferente: por algum tempo após o lançamento do game, a conhecida locadora de filmes Blockbuster abrigava máquinas que imprimiam fotos tiradas no jogo em forma de adesivos e até álbuns de fotos poderiam ser feitos. Basicamente um prato cheio para qualquer fã em pleno auge da febre Pokémon.

As possibilidades dos dias atuais e as saudades dos velhos tempos

Em 2007, o jogo foi colocado no catálogo do Virtual Console do Wii, sendo que foi o primeiro título antigo a ganhar uma moderna modificação que permitia guardar suas fotos favoritas no menu de mensagens e enviá-las para seus amigos. Aliás, com o lançamento do Wii U, alguns jogadores não perderam tempo e imaginaram como seria perfeito um novo Pokémon Snap para o console. Quer dizer, imaginem os lindos visuais oferecidos pela nova geração, a criatividade que poderia ser atribuída ao uso do GamePad, a possibilidade de andar livremente pela enorme ilha com todos os Pokémon a serem descobertos por nossas lentes... Sim, eu sei que parece bem improvável, mas bem que vale a pena sonhar.

Pokémon Snap no Wii U = Prêmio Nobel e paz mundial restaurada... Parece verídico :D
Pokémon Snap era diferente de tudo que tínhamos na mágica geração do Nintendo 64 e por mais estranho que pudesse parecer à primeira vista, se tornou um clássico instantâneo. Tenho certeza que, assim como eu, muitos de vocês lembraram das antigas fotografias que tiraram e a boa e velha nostalgia veio à tona. Estes podem até ser tempos que não voltam mais, pode ser não haja mais espaço para jogos assim atualmente e talvez a massa esteja muito acostumada com o genérico para aceitar algo diferente assim. Mas é para isso que servem as fotos, não é?! Para nos lembrar de uma época saudosa e que já se foi... se bem que o Virtual Console está aí para isso também, então acho que vou aproveitar e gastar meus Wii Points para tirar algumas fotos hoje.



Revisão: José Carlos Alves

Capa: Wellington Aciole


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