Depois de uma reviravolta surpreendente do destino, porque afinal, ficar selado em outra dimensão por sete anos e voltar para um reino tomado pelas trevas e governado por um tirano malvado não é para qualquer um, Link parte em sua missão de acordar os Sages e derrotar o terrível Ganondorf. E é explorando esse futuro tão familiar e, ao mesmo tempo, tão desconhecido, que o jovem faz uma visitinha ao cemitério de Kakariko Village e, em um encontro com o fantasma do coveiro, ele consegue um item imprescindível para prosseguir em sua jornada: o
Hookshot. Com essa garra mecânica que pode alcançar uma grande distância ele segue para seu antigo vilarejo para reencontrar velhos amigos, reviver lembranças e enfrentar um mau invisível.
Os fantasmas se divertem na floresta
Chegando a
Kokiri Village e se livrando de algumas ervas-daninhas, Link aventura-se no labirinto de
Lost Woods mais uma vez. Se nosso jovem herói não se esqueceu do caminho que deve seguir até atingir o ponto principal do bosque,
Sacred Meadow, ele deverá fazer essa travessia tranquilamente. Exceto pela aparição do pequeno Kokiri
Mido, que mais uma vez bloqueia o caminho de Link. Mas ao ouvir nosso herói tocando a
Saria’s Song, ele se lembra de quem o jovem realmente é e lhe deixa prosseguir. Agora, finalmente em Sacred Meadow, Link precisa tomar cuidado com os novos (e grandes) inimigos que infestam essa parte do bosque para poder alcançar o local onde ele e Saria se encontraram pela última vez.
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Essa não! É o Mido "bloqueador-de-caminhos" de novo! |
Mas e então, onde afinal está Saria? Será que ela está bem? Quando alguém misterioso aparece, Link logo pensa que é sua velha amiga, mas na verdade é Sheik, surgindo do nada e assustando o jovem herói como havia feito há pouco no
Temple of Time. Falando de forma poética como o fluxo do tempo é implacável e passa diferente para cada um, o guerreiro ensina uma canção a Link, que lhe permitirá retornar a esse local quando desejar: o
Minuet of Forest. É uma das canções mais belas do jogo e, após tocá-la corretamente pela primeira vez ao lado de Sheik, o guerreiro desaparece e deixa que Link investigue sozinho o grande templo a sua frente.
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Agora, mais uma lição de música com o professor Sheik |
Logo na primeira câmara desse templo tão verde, tudo parece estranhamente tranquilo, com vinhas subindo pelas paredes e grandes árvores que quase atingem o teto. Mas todo esse ar de "passeio na floresta" é quebrado com o aparecimento de dois
Wolfos. Eles podem parecer bem ferozes e ágeis, mas se assustam quando são golpeados. Após se livrar desses inimigos chatos, hora de pegar uma chave que se encontra no topo de uma árvore da câmara e seguir adiante, para o grande salão principal do templo. Pena que o caminho de Link é bloqueado quando um grupo de quatro fantasmas aparece e remove as chamas que iluminavam o salão. Parece que as travessuras desses espíritos coloridos ainda vão causar muita dor de cabeça ao nosso herói.
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Por que os fantasmas gostam tanto de atrapalhar os pobres mortais? |
Bem, antes de dar uma de “caça-fantasmas”, Link decide investigar mais a fundo as câmaras adjacentes ao grande salão. Em uma delas, ele precisa enfrentar um guerreiro esquelético muito mal humorado, o
Stalfos. Esse tipo de adversário já havia feito sua estreia em jogos anteriores da franquia, mas em Ocarina of Time eles ressurgem para criar batalhas furiosas com o herói do tempo. Os Stalfos podem assustar pelo seu tamanho e pela sua destreza no combate, mas se Link ouvir os conselhos de Navi e souber atacar no momento certo, logo esse inimigo vai virar apenas uma pilha de ossos velhos. Com o Stalfos derrotado, Link consegue mais uma chave. Hora de procurar uma porta para usá-la. Porque portas trancadas é algo que não falta nessa dungeon.
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Um inimigo que é "osso duro de roer". Literalmente |
Para encontrar o próximo caminho a seguir, Link segue a dica de Navi e descubre um novo uso para a
Song of Time (pelo visto, a canção não serve apenas para abrir da porta do Temple of Time). Tocando a melodia próximo a um bloco de pedra com o símbolo sagrado do tempo esculpido em uma das faces faz com que o bloqueio desapareça e nosso herói possa seguir seu caminho. Alcançando uma ampla área aberta do templo, com um pequeno riacho e árvores (agora realmente fazendo jus ao nome da dungeon), Link pratica um pouco das suas habilidades com o Hookshot para alcançar lugares mais altos e, enquanto se livra de algumas Deku Babas, obtém o mapa da dungeon. Agora, localizar-se e explorar esse labirinto de câmaras deve ficar mais fácil, ainda mais com uma trilha sonora misteriosa, mas ao mesmo tempo divertida, sendo um dos temas musicais mais interessantes de toda a aventura.
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Aventuras no meio da floresta |
Exorcizando o templo
Continuando com sua exploração, Link entra em uma câmara onde ele precisa escalar um longo percurso e empurrar vários blocos para poder prosseguir. Ele só precisa ter cuidado com os tenebrosos
Blue Bubbles. Essas caveiras em chamas flutuantes podem causar grandes problemas quando aparecem de repente para atrapalhar no momento mais inoportuno. Ainda bem que elas não se dão muito bem com rebatidas de escudos e acabam tendo suas chamas apagadas, ficando vulneráveis a ataques. Terminado esse desafio tenebroso, prepare-se para ficar tonto ao atravessar um corredor distorcido para chegar à outra câmara.
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Go home corridor, you're drunk |
Mas se Link achava que um corredor que mais parece fruto de alguma viagem psicodélica seria o maior de seus problemas, ele estava enganado. Na próxima câmara, o inimigo mais chato do jogo e, talvez aquele que proporcione mais sustos, lhe aguarda. O
Wallmaster é um monstro em forma de mão gigante que fica agarrado ao teto das câmaras. Só é possível percebê-lo quando uma sombra grande aparece sobre Link e, às vezes, isso pode acontecer tarde demais, pois quando as garras capturam nosso herói, o monstro o leva diretamente para a entrada da dungeon. A melhor maneira de não se incomodar muito com esses inimigos, é ouvir as dicas de Navi e quando a sombra aparecer, tentar ficar longe dela e esperar o monstro cair para eliminá-lo antes que suba novamente no teto.
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Se a sombra ficar maior, corra! |
Felizmente, tantos problemas (e mais uma batalha contra um furioso Stalfos) são recompensados com o novo item que nosso herói obtém de um simpático baú: o
Fairy Bow. Esse arco mágico permite que Link lanche flechas para atingir inimigos e ativar mecanismos, além de vir com uma aljava básica que pode carregar até 30 flechas. Com esse item tão importante, hora de retornar algumas câmaras e resolver um pequeno enigma para poder acessar o baú que contém a Boss Key. Agora, não há nada que possa impedir o progresso do herói do tempo (bem, pelo menos é o que Link acha).
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Hora de praticar a mira! |
Antes de chegar até a câmara do chefão, Link precisa caçar e eliminar os quatro fantasmas travessos que roubaram as chamas do salão principal. Alguns deles estão escondidos dentro de pinturas nas paredes, mas nada com uma boa flechada para espantá-los. Outros prometem dar uma boa dor de cabeça ao herói fazendo-o resolver um pequeno enigma envolvendo blocos e até tendo que praticar sua mira com o arco e flecha para acertar o fantasma certo antes de poder continuar. Nessa última situação, ficar brincando de tiro ao alvo até achar o fantasma roxo verdadeiro é uma boa oportunidade para testar as habilidades com o novo item, mas o espírito não perdoa muitos erros consecutivos e dispara um ataque poderoso se sua verdadeira forma não é atingida rapidamente.
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Uni-duni-tê, minha mãe mandou escolher esse fantasma daqui! |
Ainda bem que, após esse exorcismo, basta que Link siga por mais algumas câmaras e resolva mais alguns enigmas para, enfim chegar até a câmara do chefão. Tudo fica muito estranho ao entrar nesse local porque nosso herói apenas encontra um pequeno salão com pinturas semelhantes penduradas nas paredes. Tudo bem, até que é legal apreciar um pouco de arte de vez em quando, mas onde está o chefão? Será que vai ser tão fácil acordar o Sage da Floresta? Quem dera... Quando Link decide ir embora daquela exposição artística, uma grade fecha-se na sua frente e quando vira-se para trás, dá de cara com o terrível Ganondorf sobre seu cavalo! Quem diria que ele iria rever seu inimigo mortal tão cedo? No entanto, aquilo não passava de uma ilusão, pois ele cria uma máscara e mostra quem é de verdade:
Evil Spirit from Beyond, Phantom Ganon. Agora é hora de se preparar para uma verdadeira batalha, porque esse fantasma não está para brincadeiras.
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Pode não ser o verdadeiro Ganon, mas é tão terrível quanto ele! |
O combate com essa assombração não é muito difícil se Link ficar atento e não errar em seus ataques, pois o evento todo se divide em duas partes. Na primeira, o chefão voará para dentro de um dos quadros com seu cavalo, galopando para longe dentro da paisagem da pintura. Logo, Link verá que em várias outras pinturas, o vilão aparece vindo em sua direção, mas apenas de uma delas ele irá sair. Assim é necessário escolher com sabedoria o quadro certo e acertá-lo no momento em que tentar pular fora da pintura, fazendo com que ele volte para dentro dela. Caso Link acerte o fantasma errado e não mire no correto a tempo, ele irá lançar um ataque elétrico devastador no piso, causando muito dano.
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Cuidado para não errar o fantasma! |
Repetindo esse processo de “marco-polo” nos quadros com o arco e flecha (ou o Hookshot também) mais algumas vezes, o cavalo do chefão o abandona e ele fica flutuando perante Link, pronto para um novo confronto. Nessa hora, o vilão lança um orbe de energia elétrica na direção do herói, mas Link começa a rebater o golpe e um jogo emocionante de ping-pong de energia começa! Porém, o jovem não está muito a fim de continuar nessa partida e, quando o vilão erra a rebatida e é acertado em cheio pelo seu próprio ataque, é hora do herói descarregar a fúria de sua espada no inimigo atordoado. Quando a batalha finalmente termina depois de Link cansar de tanto "bate e rebate" de ataques, o chefão é eliminado e queima em chamas espectrais, enquanto a voz sombria do verdadeiro Ganon lamenta pela falha de seu lacaio fantasma.
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Hora de atacar! |
Com a batalha terminada, é só coletar o heart container, restaurar as energias e adentrar no portal aberto para o Temple of Light. De volta a esse lugar fantástico, Link finalmente encontra o Sage of Forest acordado que, para sua surpresa, é ninguém menos do que sua velha amiga Saria! A jovem lhe conta como ficou impressionada por ter sido escolhida como Sage, mas diz que Link deve continuar em sua jornada e acordar os outros Sages. Dito isso, ela lhe promete ajuda nas batalhas e lhe entrega o primeiro medalhão sagrado conquistado bor sua bravura, o
Forest Medallion. Essa busca épica pelos vários templos ainda está apenas no começo, mas sabendo que tem amigos como Saria ao seu lado, Link não precisa se preocupar com mais nada. Além do que, sempre que se sentir sozinho, o herói pode tocar o Minuet of Forest para conversar um pouco com Saria.
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Sim! Só mais outros quatro desses e o Ganon vai ver só! |
Depois de deixar a dimensão do Temple of Light, Link é retornado para a frente da
seca e morta Deku Tree. Mas existe um pequeno broto na frente da grande árvore e, ao chegar perto, uma semente sorridente brota do chão, assustando nosso corajoso herói. A
Deku Sprout é uma semente que um dia se tornará uma grande árvore e ela agradece a Link por ter livrado o Forest Temple de todo o mal que o infestava. Sem papas na língua ou receios, a feliz semente conta que Link não é um Kokiri de verdade, mas um hyliano deixado na floresta para ser protegido pelos Kokiri, durante a Guerra Civil de Hyrule. Por esse motivo ele cresceu durante os sete anos que se passaram, ao contrário de seus pequenos amigos. É muita informação, mas o importante é saber que se a Deku Sprout emergiu radiante depois de tantos problemas, significa que a esperança não está morta e tanto o passado, quanto o futuro, ainda podem ser salvos pelo herói do tempo.
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Um semente de esperança para tempos difíceis |
Capa: Diego Migueis
Revisão: Luigi Santana