Se hoje em dia encontrar um game de Mega Man X na iTunes Store é tão fácil quanto encontrar um amigo com um iPhone, houve uma época em que ter um telefone celular, daqueles em formato de tijolo, cujo único game era Snake, e não o de Metal Gear, era um verdadeiro luxo. Pensando nisso e atendendo ao clamor dos fãs que ansiavam poder derrotar alguns Mavericks enquanto esperavam o avião pousar, a Capcom decidiu lançar para o Game Boy Color o game do qual falaremos no Blast from the Past de hoje: Mega Man Xtreme.
Salvando o Mundo Virtual
Geemel, um dos Caçadores das Sombras. |
É claro que X e Zero não poderiam deixar isso barato e o azulzinho, depois de acordar em uma simulação do primeiro estágio do game Mega Man X, parte em aventura pelo mundo virtual, com a ajuda de Middy, um robô considerado o melhor hacker do mundo. Para encontrar a base dos vilões, entretanto, X deve enfrentar e vencer os rivais do passado, percorrendo diversos estágios já conhecidos. No modo Normal, os vilões são Storm Eagle, Chill Penguin e Spark Mandrill, de Mega Man X, e Flame Stag, de Mega Man X2.
Uma grata surpresa para os fãs do primeiro game. |
Finalmente no núcleo inimigo, X descobre que tudo não passou de mais uma armação do vilão mais chiclete da franquia, Sigma que, com a ajuda de Techno - também membro dos Caçadores das Sombras e irmão de Middy, um hacker tão bom quanto o outro - lançou todo este desafio para os Caçadores de Mavericks. X derrota Techno com um único golpe, sem saber que isto acarretaria a morte, também, de Middy, pois os dois compartilham do mesmo núcleo de processamento. É então revelado que Techno estava sendo controlado por Sigma que, de uma vez por todas, é derrotado.
Agora é tarde, azulzinho. |
Ao final de tudo e com o mundo novamente em paz, X recebe uma mensagem póstuma de Techno, propondo-lhe um desafio que chega ao jogador na forma do modo Xtreme. Neste modo, não há qualquer história, já que é como se o próprio X estivesse jogando, e será necessário passar por todos os estágios dos outros dois modos.
Em não mais do que 8 bits
Até Sigma aparece em 8 bits. |
Para aqueles que pensam que a diversão é proporcional à qualidade dos gráficos isso pode não ser o ideal, mas para os amantes de chiptunes e para os nostálgicos, ouvir aquela música da sua fase favorita em 8 bits não tem preço. Os comandos também foram otimamente portados para o GBC, tendo os tiros no botão B, os pulos no botão A e a corrida no botão Start, enquanto o menu passa para o Select.
Não espere demais: os cenários foram compostos pela mãe do Ryutaro. |
Afora isso, o game faz uma entrada magistral para o azulzinho no mundo dos portáteis e reviver as fases do SNES no GBC é algo muito bom, especialmente para quem já jogou no console de mesa. Todas as cápsulas e itens continuam em seus devidos lugares, proporcionando ao robô não quatro, mas oito upgrades principais. Ao invés de duas armaduras, X se torna capaz de convocar seu amigo Zero para um golpe arrasador no melhor estilo The King of Fighters.
Também, se no primeiro game X era capaz de aprender o Hadouken, e no segundo ele podia aprender o Shoryuken, em Xtreme ele se torna um verdadeiro Shotokan, adquirindo ambas as habilidades em uma cápsula especial nos estágios finais. Ainda, para engajar um dos devastadores golpes, basta carregar o X-Buster e apertar uma direção: cima para o Shoryuken, baixo para o Hadouken. Ryu e Ken ficariam com inveja.
Um game capaz de reviver bons momentos, Mega Man Xtreme só não foi mais marcante por não ter sido tão popular, mas certamente poder levar o azulzinho para onde quer que fosse era algo espetacular para uma época onde não existiam smartphones. E você, teve a oportunidade de colocar as mãos neste surpreendente jogo? Conte suas experiências para nós e ajude a complementar este artigo!
Revisão: Catarine Aurora
Capa: Stefano Genachi