Relembre a sensação de levar o azulzinho para onde fosse numa época sem smartphones com Mega Man Xtreme (GBC)

em 28/06/2013

Se hoje em dia encontrar um game de Mega Man X  na iTunes Store  é tão fácil quanto encontrar um amigo com um iPhone , houve uma época em... (por Ok em 28/06/2013, via Nintendo Blast)


Se hoje em dia encontrar um game de Mega Man X na iTunes Store é tão fácil quanto encontrar um amigo com um iPhone, houve uma época em que ter um telefone celular, daqueles em formato de tijolo, cujo único game era Snake, e não o de Metal Gear, era um verdadeiro luxo. Pensando nisso e atendendo ao clamor dos fãs que ansiavam poder derrotar alguns Mavericks enquanto esperavam o avião pousar, a Capcom decidiu lançar para o Game Boy Color o game do qual falaremos no Blast from the Past de hoje: Mega Man Xtreme.

Salvando o Mundo Virtual

Geemel, um dos
Caçadores das Sombras.
O jogo, que se passa entre os eventos de Mega Man X2 e Mega Man X3, mostra um mundo novamente em paz, depois da segunda derrota de Sigma. No entanto, um grupo de Mavericks intitulado "Caçadores das Sombras" ("Shadow Hunters", em inglês, no original) resolve bagunçar com o Computador Central da base dos Caçadores de Mavericks, desestabilizando a rede e possibilitando a ação de outros Mavericks ao redor do mundo.

É claro que X e Zero não poderiam deixar isso barato e o azulzinho, depois de acordar em uma simulação do primeiro estágio do game Mega Man X, parte em aventura pelo mundo virtual, com a ajuda de Middy, um robô considerado o melhor hacker do mundo. Para encontrar a base dos vilões, entretanto, X deve enfrentar e vencer os rivais do passado, percorrendo diversos estágios já conhecidos. No modo Normal, os vilões são Storm Eagle, Chill Penguin e Spark Mandrill, de Mega Man X, e Flame Stag, de Mega Man X2.

Uma grata surpresa para
os fãs do primeiro game.
Depois de derrotar os quatro Mavericks do passado, Middy, assessorado pelo dr. Cain, dirá que é hora de invadir o núcleo inimigo e levará X mais uma vez ao mundo virtual, dessa vez para passar novamente pelos estágios finais dos games Mega Man X e Mega Man X2. Lá, ele encontra Zain, um terrível Maverick espadachim e um dos membros dos Caçadores das Sombras. Depois de derrotá-lo, resta enfrentar as réplicas de Bospider e Serges.

Finalmente no núcleo inimigo, X descobre que tudo não passou de mais uma armação do vilão mais chiclete da franquia, Sigma que, com a ajuda de Techno - também membro dos Caçadores das Sombras e irmão de Middy, um hacker tão bom quanto o outro - lançou todo este desafio para os Caçadores de Mavericks. X derrota Techno com um único golpe, sem saber que isto acarretaria a morte, também, de Middy, pois os dois compartilham do mesmo núcleo de processamento. É então revelado que Techno estava sendo controlado por Sigma que, de uma vez por todas, é derrotado.

Agora é tarde, azulzinho.
Ou não, já que uma nova ameaça surge no modo Hard. Sendo obrigado a passar por tudo de novo, dessa vez sem a ajuda de Middy, X enfrenta Morph Moth, Magna Centipede e Wheel Gator, de Mega Man X2, e Armored Armadillo, de Mega Man X, e passa novamente pelos mesmos estágios finais, com a diferença de que Geemel, o terceiro e último Caçador das Sombras usuário de um terrível bumerangue, encontra-se no lugar antes ocupado por Zain. É óbvio que Sigma é o responsável por este novo ataque, e X o derrota.

Ao final de tudo e com o mundo novamente em paz, X recebe uma mensagem póstuma de Techno, propondo-lhe um desafio que chega ao jogador na forma do modo Xtreme. Neste modo, não há qualquer história, já que é como se o próprio X estivesse jogando, e será necessário passar por todos os estágios dos outros dois modos.

Em não mais do que 8 bits

Até Sigma aparece em 8 bits.
Talvez o mais legal deste game não seja poder reviver as aventuras vividas no Super Nintendo em qualquer lugar com seu Game Boy Color, mas sim o cuidado que a desenvolvedora colocou no jogo. Isso porque ele não é um simples port das versões originais, tendo sido totalmente reformulado para o hardware do portátil. Tudo, desde os gráficos até os sons, está agora em 8 bits.

Para aqueles que pensam que a diversão é proporcional à qualidade dos gráficos isso pode não ser o ideal, mas para os amantes de chiptunes e para os nostálgicos, ouvir aquela música da sua fase favorita em 8 bits não tem preço. Os comandos também foram otimamente portados para o GBC, tendo os tiros no botão B, os pulos no botão A e a corrida no botão Start, enquanto o menu passa para o Select.

Não espere demais:
os cenários foram
compostos pela mãe
do Ryutaro.
A única tragédia em comparação à tela grande, no entanto, é justamente a tela pequena. Não por qualquer tipo de dificuldade visual, mas sim pelos pulos, que parecem percorrer a tela inteira com o apertar de um botão. Em alguns momentos, como a batalha contra Vile, isso pode ser muito útil, já que é possível passar por cima do vilão, mas tente se proteger de Chill Penguin escalando a parede e notará que, quando o Maverick pular, você será atingido.

Afora isso, o game faz uma entrada magistral para o azulzinho no mundo dos portáteis e reviver as fases do SNES no GBC é algo muito bom, especialmente para quem já jogou no console de mesa. Todas as cápsulas e itens continuam em seus devidos lugares, proporcionando ao robô não quatro, mas oito upgrades principais. Ao invés de duas armaduras, X se torna capaz de convocar seu amigo Zero para um golpe arrasador no melhor estilo The King of Fighters.

Também, se no primeiro game X era capaz de aprender o Hadouken, e no segundo ele podia aprender o Shoryuken, em Xtreme ele se torna um verdadeiro Shotokan, adquirindo ambas as habilidades em uma cápsula especial nos estágios finais. Ainda, para engajar um dos devastadores golpes, basta carregar o X-Buster e apertar uma direção: cima para o Shoryuken, baixo para o Hadouken. Ryu e Ken ficariam com inveja.

Um game capaz de reviver bons momentos, Mega Man Xtreme só não foi mais marcante por não ter sido tão popular, mas certamente poder levar o azulzinho para onde quer que fosse era algo espetacular para uma época onde não existiam smartphones. E você, teve a oportunidade de colocar as mãos neste surpreendente jogo? Conte suas experiências para nós e ajude a complementar este artigo!

Revisão: Catarine Aurora
Capa: Stefano Genachi 

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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