Reggie e Iwata admitem que precisam das thirds, e que estão trabalhando para reconquistá-las

em 21/06/2013

Nesta E3 saímos com um saldo negativo para a Nintendo, o relativo a participação das desenvolvedoras externas independentes (third-parties... (por Lucas Palma Mistrello em 21/06/2013, via Nintendo Blast)

Nesta E3 saímos com um saldo negativo para a Nintendo, o relativo a participação das desenvolvedoras externas independentes (third-parties). A Eletronic Arts, Ubisoft, Activision e Square Enix, para citar algumas, revelaram jogos completamente inéditos até a feira apenas para Playstation 4 e Xbox One. Após algumas desculpas mais esfarrapadas, especialmente por parte da EA, pensamentos sinceros foram começando a emergir.

A justificativa mais sensata apareceu é que as desenvolvedoras não sabem ainda se vale a pena trabalhar no Wii U, por enquanto. O console caminha para seu oitavo mês de vida e ainda nenhum grande hit foi lançado; os dois grandes jogos first e second (Pikmin 3 e The Wonderful 101) que chegariam nos primeiros passos do console foram adiados para agosto e setembro respectivamente. A postura das thirds na E3 pode ser entendida como uma forma delas colocarem pressão na Nintendo para sua politica com o Wii U. Sobre isso, Reggie Fils-Aime, diretor de operações da Nintendo da América, em entrevista ao IGN, comentou:
"O que nós precisamos é reconquistar a força do Wii U no mercado e consolidar o sucesso de jogos feitos por third parties. [...] Nosso foco é, antes de tudo, reconquistar essa força até o final deste ano, e então, tentaremos consolidar o sucesso do jogos para o console feitos pelas desenvolvedoras externas. Eu acredito na importância do apoio delas para as plataformas da Nintendo. E quero muito mudar a situação atual"
"À medida que eles virem nosso comprometimento na realização e publicidade de Mario, Donkey Kong, Zelda... À medida em que temos conversas nos bastidores sobre o que está em desenvolvimento e o que ainda virá pela frente, as decisões sobre os próximos jogos das thrids e onde eles vão colocar o dinheiro para desenvolvê-los começarão a mudar."
Isto é, Reggie acredita que passando mais segurança por parte do próprio comprometimento da Nintendo com seu console, as desenvolvedoras externas voltarão para o Wii U. Os atrasos nos lançamentos dos jogos da line-up e o não anúncio de mais jogos até a E3, aparentemente, deixou os estúdios com o pé atrás para quanto a Big N estaria preocupada com o próprio console.
"Olhando pelo prisma administrativo, se eu sou uma publicadora, o que eu quero é um grande e diversificada base instalada para investir em meus desenvolvimentos e ser capaz de lucrar em cima deste grande público. [...] Este é o porquê a Nintendo, da perspectiva de first-party, precisa diversificar sua base instalada. Precisamos um grupo diverso de consumidores. Não apenas aficionados nem apenas casuais, mas um amplo e variado grupo de consumidores, de maneira que você sendo a Ubisoft com Assassin's Creed ou Just Dance, você saiba que seu jogo terá um bom desempenho nas vendas, que conseguirá lucrar a partir de seus investimentos."
E é exatamente por isso que tivemos aquela chuva de ports atrasados de jogos multiplataformas no início da vida do Wii U, foi a tentativa da Nintendo de diversificar seus jogadores. Apresentando títulos de gêneros diferentes (e de algumas séries que não haviam passado pelo Wii), mostrando como o console poderia agradar estilos diferentes de jogadores. Sobre isso, agora Satoru Iwata, comentou:
"Se nós tivéssemos uma quantia infinita de recursos, recursos para desenvolvimento, nós seríamos capazes de satisfazer todas as necessidades de jogadores e não jogadores por todo o globo. Mas nossos recursos serão sempre limitados.[...] A verdade é que existem algumas áreas da criação de jogos em que a Nintendo é muito boa no que faz, mas existem outras coisas que a Nintendo não é muito boa. Existem muitos fãs dos jogos da Nintendo, mas estes mesmo jogadores ainda querem jogar coisas diferentes em nossos consoles. Para eles, nós sempre precisaremos do apoio das third parties, para deixarmos nossa plataforma completa."
Provavelmente a mais sensata declaração já dada por um cabeça da Nintendo desde que se iniciou essa crise de confiança no Wii U. Há alguns segmentos em que ela como desenvolvedora não é tão genial como é em outros, e isso faz muita falta aos jogadores. Claro que quem compra consoles da Big N, quer jogos dela, mas isso não quer dizer que também não queira algo a mais. Ele pode buscar em outras plataformas, mas por que não, encontrá-las no mesmo console. Dizer que a Nintendo não precisa das thirds é uma completa insanidade.
Como trazê-las de volta, é o que Reggie, por fim revela:
"Nós estamos conversando com as publishers sobre como apoiá-las, como ajudá-las no desenvolvimento, como fazer com que seus jogos funcionem perfeitamente em nosso console. [...] No final, publishers independentes precisam decidir o que é melhor para elas. [...] No DS e no Wii, elas se saíram muito bem financeiramente". 
Em suma, a Nintendo está apresentando às desenvolvedoras e publishers quais os seus planos para o Wii U para fazer com o seu console se torne popular, para ser atrativo financeiramente às parceiras. E isso, claro é feito a partir de uma política importante dos seus títulos exclusivos. E agora resta a empresa fazer o que ela tão bem fez no Wii e no DS, exclusivos arrasadores que façam com que os jogadores comprem os consoles e sempre quando, na eventualidade de quiserem diversificar, encontrar também outros jogos.

Fonte: IGN

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