Ah, os anos 1990... uma época mágica na qual as crianças aprendiam valiosas lições assistindo desenhos animados educativos travestidos de desenhos de aventura. Um dos maiores expoentes do gênero foi o infame Capitão Planeta, aquele típico desenho que todos assistiam, mas na verdade não divertia ninguém. Afinal, num mundo que contava com animações fantásticas como Tartarugas Ninjas, Tiny Toons e DuckTales, por mais nobre que fosse a causa ecológica, era difícil se importar com o pobre Capitão Planeta.
Com tantos bons desenhos no mundo, é difícil se importar muito com as causas ecológicas do Capitão Planeta... |
Curiosamente, a mesma lógica acabou se aplicando ao mundo dos videogames. Quando o game Captain Planet chegou ao mercado em 1991, todo mundo estava ocupado demais jogando os clássicos Teenage Mutant Ninja Turtles, da Konami ou Ducktales, da Capcom. Então, o jogo acabou sendo eclipsado e caiu no esquecimento. E isso é muito bom, porque Captain Planet é uma das maiores bombas do Nintendinho, um jogo medíocre que só veio ao mundo para tirar o dinheiro das infelizes crianças da época.
Será que um dia teremos Captain Planet Remastered? Pode ter certeza... Que não! |
Levando a poluição a zero... e a paciência também
Um dos inimigos é literalmente um porco gordo e capitalista, provando que sutileza nas metáforas não era um ponto forte do desenho |
E olha o mascotinho da coluna aparecendo de novo para prestigiar o sistema de controle! |
Pela união de seus poderes inúteis
Hora de preparar o Tow cable! Cadê o snow speeder quando se precisa dele? |
Enquanto pilota a nave, você pode usar os poderes da terra, fogo, água, vento ou coração, mas no fim das contas você vai acabar usando somente o poder de fogo da nave mesmo, já que os outros “poderes” são risíveis: usar o poder do vento gera um escudo que não protege nem de resfriado, o da água atira um fraco jatinho para a frente, o poder da terra faz com que você atire pedrinhas pela janela da nave, o que é tão útil quando atirar um paralelepípedo contra um boeing. Por fim, usar o poder do coração faz um minúsculo raio sair de baixo da nave, e se alguém souber para que diabos ele serve, favor avisar nos comentários!
Se tem algo que machuca nosso herói é receber um selo lixoso de qualidade... |
Vai, Planeta!!! Vai pra bem longe daqui!
As únicas fraquezas do Capitão Planeta são a poluição e... praticamente todos os objetos do cenário! |
O Capitão Planeta conta com somente duas armas contra os inimigos: seus punhos, que como você deve imaginar são completamente inúteis nesse jogo de dificuldade absurda, e o poder de se transformar em outros elementos, como uma bolha disforme de algum líquido nojento. Obviamente, esses poderes também não são exatamente a coisa mais útil do mundo e só servem mesmo para driblar a poluição em determinadas áreas. O mais patético aqui é que, no meio tempo em que você fica circulando entre os poderes para achar o necessário para passar pelos obstáculos, algum vilão sempre acaba te matando, então é preciso memorizar quando e onde cada poder vai ser necessário num exaustivo processo de tentativa e erro.
No fim das contas, o jogo do Captain Planet só serve para proporcionar uma das maiores ironias do mundo dos videogames: ao invés de ajudar a acabar com a poluição, esse jogo é simplesmente um dos maiores pedaços de lixo que já infestaram nosso planeta. Mas lembre-se sempre que juntos podemos combater esse mal, então espalhe a palavra e não deixe seus amigos entrarem em contato com essa imundície. O poder é de vocês!
Revisão: Bruno Nominato
Capa: Stefano Genachi