Blast Log: Meu primeiro mês com o Wii U - Segunda semana: eShop, retrocompatibilidade e algumas divagações

em 06/01/2013

Sejam bem-vindos de volta! Na semana passada narrei as aventuras vividas por mim durante minha primeira semana com o novíssimo console ... (por Unknown em 06/01/2013, via Nintendo Blast)


Sejam bem-vindos de volta! Na semana passada narrei as aventuras vividas por mim durante minha primeira semana com o novíssimo console da Nintendo, o Wii U. Aprendi como o seu sistema operacional funcionava, conheci o magnífico Miiverse (nunca cansarei de elogiar essa ideia da Nintendo) e me surpreendi com a qualidade de New Super Mario Bros. U e Nintendo Land, os carros-chefes do console. Mas ainda tinha muito para descobrir sobre o novo console, que está me surpreendendo mais a cada dia. No capítulo de hoje de minha jornada, compartilharei minhas impressões sobre o eShop do console e sobre a retrocompatibilidade com o Wii, console anterior da Nintendo, mas sem antes aprofundar um pouco mais do que foi dito na semana passada. 



Diversão descompromissada


Desde que recebi meu console, se tornou um costume liga-lo toda vez que chego do trabalho. Seja para jogar alguma coisa, ou apenas dar uma checada no Miiverse e ver o que há de novo e interessante. A primeira boa surpresa é que muitos de vocês, leitores, me adicionaram no console! Fiquei muito feliz pelo feedback que recebi , e espero que mais pessoas entrem em contato comigo! Passada a surpresa, adicionei a todos e parti para mais algumas partidas de Nintendo Land. Continuo surpreendido pela qualidade do título, e agora que finalizei o desafiador The Legend of Zelda: Battle Quest resolvi explorar um pouco melhor os minigames feitos para serem jogados individualmente.

Nintendo Land se tornou rotina


Pelas minhas rápidas andanças pelo parque temático da Nintendo, já havia percebido que os títulos eram desafiadores e que tomariam um bom tempo da minha vida a partir do momento em que os joguei pela primeira vez. Mas não imaginava que seria tanto! Comecei a jogar lá pelas 19:00 e quando me dei conta, já passava da meia noite. Tudo graças ao maldito carrinho desgovernado de Donkey Kong’s Crash Course! O jogo funciona da seguinte forma: você deve utilizar os sensores de movimento e o microfone do GamePad para conduzir um carrinho por um caminho recheado de obstáculos até que, finalmente, você chegue até a princesa. O caminho possui dez partes, e as últimas são um teste de paciência e coordenação motora que poucos se atreverão a insistir. Mas eu sempre fui um jogador teimoso, e esse tipo de coisa costuma mexer com a minha honra. Depois de perder mais ou menos uma hora de minha vida, finalmente consegui chegar à princesa e comemorei como se tivesse conquistado um dos maiores prêmios de minha vida. Compartilhei uma screenshot de minha conquista no Miiverse e, ainda extasiado, parti para explorar outras atrações do parque.

Crash Course é muito desafiador!
Agora você deve estar se perguntando: “por que raios ele está falando tudo isso?”. Estou falando para provar dois pontos. O primeiro deles é que nem todo jogo casual é necessariamente fácil. Nintendo Land apresenta, em alguns momentos, muito mais desafio que muitos jogos ensanguentados por aí. Por fim, a sensação de conquista que tive quando terminei o minigame me fez pensar até que ponto troféus são realmente necessários. Ainda defendo muito que a Nintendo deveria ter adicionado um sistema assim ao console. Mas em gerações anteriores éramos muito felizes sem algo do tipo, e são poucos jogos recentes que me trouxeram tamanha satisfação, mesmo que eu os platinasse. A Nintendo sabe como trazer boas sensações aos jogadores como poucas empresas conseguem e, mesmo sem um sistema formal de conquistas, jogos como Nintendo Land podem trazer uma satisfação ímpar aos jogadores.

Sem mais divagações e voltando ao que eu estava dizendo quanto aos minigames, apesar de não tão desafiantes como Crash Course, todos os outros jogos individuais do título são muito recompensadores e criativos. Um ponto interessante, apesar de comum, é que o jogo estimula você a melhorar cada vez mais suas pontuações, fornecendo recompensas em moedas que podem ser trocadas por itens que juntos formam um verdadeiro museu nintendista. Enfim, Nintendo Land é de fato um jogo acima da média e estou surpreso com sua profundidade e apelo com jogadores de todos os tipos. Daí deixo uma dica: quando for comprar o console, dê preferência à edição Deluxe, pois com tantos lançamentos de qualidade para o console, proprietários do modelo básico podem acabar deixando o título de lado por medo de pensar que é apenas mais um Wii Sports. E deixar Nintendo Land de lado por games que se dizem hardcore não é uma boa decisão para o começo de vida do console. Palavra de jogador assíduo.

O game fica cada vez melhor


Voltando ao Reino dos Cogumelos (de novo)...


Em paralelo a Nintendo Land, venho jogando New Super Mario Bros. U que, como disse em meu texto anterior, também me surpreendeu muito positivamente. Nesta semana finalizei o título jogando-o cooperativamente com uma amiga, o que gerou horas e mais horas de diversão. Por puro preconceito, nunca havia jogado a série New em modo multiplayer, nem no Wii, tampouco no 3DS. Confesso que estou pensando em rejogar os dois títulos depois da experiência que tive com NSMB U. Durante a jogatina, tive crises homéricas de riso, as quais eu não tinha com videogames há anos. Como já apontei, o game herda muitas características de Super Mario World (SNES), e isso fica mais evidente a cada fase superada. A partir da metade do jogo, o desafio começa a aumentar exponencialmente, de forma que senti com o game a mesma satisfação de Crash Course, só que várias vezes! Eis um desabafo: jogar Wii U faz com que eu volte a ser criança, me remete aos meus tempos de Super Nintendo e Nintendo 64 o tempo todo, pois a empresa claramente buscou de seu legado, conceitos que pudessem trazer seus fãs de volta.

Após a épica batalha final com Bowser, que é facilmente a mais divertida da série New, quiçá uma das melhores da série Mario, tivemos uma sensação de dever cumprido após uma longa jornada, que apesar de ter se passado inteiramente em uma televisão, com um jogo de videogame, trouxe à tona diversas memórias de tempos que não voltam mais. Não vou me prolongar mais com esse jogo, porque estou chorando enquanto escrevo... Mentira! A análise completa do título você confere aqui, no Blast, na quarta-feira!

Quantas lembranças...


O sonho da loja online


A loja online do Wii
Desde que adquiri meu PlayStation 3, em 2009, sonhava que a Nintendo fosse capaz de criar uma loja virtual robusta como a de seus concorrentes. O Wii Shop Channel até era legal, mas as demos eram escassas e o layout, bem como navegação não era muito simples de ser entendido. Além disso, graças às limitações do Wii (essa frase deve ser uma das mais faladas nos últimos seis anos. Em todas as línguas.), não era possível o lançamento de jogos vendidos fisicamente nas lojas diretamente em sua loja online. Com o lançamento do 3DS, a Nintendo também lançou o eShop, uma versão aprimorada do que a empresa definia como uma loja virtual. O eShop do 3DS é muito superior ao Wii Shop Channel, mas ao mesmo tempo, é bastante complicado pesquisar o catálogo de títulos presentes no ambiente. No entanto, a loja marcou o início da distribuição de demos de jogos vendidos nas lojas e da venda desses jogos completos em formato digital. Uma evolução e tanto para uma empresa que por anos resistiu em entrar no mundo dos jogos online e distribuição digital.

O eShop, do Wii U em ação!
O eShop do Wii U chegou para consolidar esta visão da Nintendo. Logo de cara fui surpreendido pela quantidade de títulos vendidos nas lojas disponíveis para serem comprados digitalmente. De ZombiU a Nintendo Land, quase tudo está lá, com um layout muito agradável e navegação simples graças à touch screen do GamePad. Todos os games, mesmo que não disponíveis para venda, possuem uma ficha com imagens e vídeos, que podem auxiliar na decisão de compra dos jogadores. Contudo, ainda senti falta de um sistema melhor para buscar os títulos disponíveis. Existe a opção de ver todos os títulos disponíveis na loja, o que funciona agora, já que o conteúdo não é muito grande. No entanto, para mim é claro que dentro de pouco tempo, com diversos lançamentos sendo colocados na loja, tal opção se tornará cada vez menos usada e funcional. A Nintendo deve urgentemente encontrar uma forma melhor para buscarmos títulos dentro do catálogo da loja, seja no Wii U ou no 3DS.

Falando sobre os jogos, em minhas primeiras andanças pelo eShop havia adquirido Trine 2: Director’s Cut e baixado as demos de Sonic All-Star Racing Transformed, Rayman Legends e Fifa 13, as únicas disponíveis até agora. Sonic já foi avaliado há algumas semanas aqui no Blast, enquanto hoje mesmo, publiquei uma análise de Trine 2. Resta-me, então, dizer o que achei de Fifa e Rayman.

Fifa no Wii U fica devendo 
Nunca fui muito entusiasta de futebol, seja na vida real ou nos videogames, mas confesso que a série Fifa, desde sua reformulação em 2008 vem apresentando um nível de qualidade fora do comum. No Wii U não poderia ser diferente. Apesar de termos recebido uma péssima versão no Wii, no Wii U a história parece não se repetir. Em primeiro lugar, os gráficos estão belíssimos, e se equiparam com as versões lançadas para Xbox 360 e PlayStation 3, o que é muito bom, já que estávamos acostumados a jogar com Miis horrendos em campos tão serrilhados que os jogadores morriam cortados ao cair. Coitados. Os comandos não apresentam nada de novo, exceto pelo inteligente uso do GamePad, que possibilita a armação de jogadas, criação de estratégias e fornece estatísticas do jogo em tempo real. Minhas impressões da demo foram muito boas, no entanto, logo descobri que a versão lançada para o console não possui modos importantíssimos como o Ultimate Team. Uma pena, já que o que é mostrado na demo é bastante promissor. Quem sabe no ano que vem, não é, EA?

Rayman Legends, em contrapartida, é uma das estrelas da line-up do Wii U desde seu anuncio. E sua demo mostra claramente o porque do hype sobre o título, que será lançado em março. Os gráficos que já eram belos em Origins ficaram ainda melhores, mais vivos e ricos em detalhes. É como se estivéssemos controlando um desenho animado, alias, é exatamente isso que estamos fazendo! A jogabilidade é genial, não há palavras o bastante para descrevê-la. A interação entre a Touch Screen e a tela de sua televisão é fantástica e usa e abusa da jogabilidade assimétrica. No entanto, a verdadeira estrela da demo é a fase Castle Rock, tão mostrada em vídeos de divulgação da Ubisoft. O lindo estágio é muito divertido, e se a versão final do título possuir fases desse nível estamos diante do lançamento de um futuro clássico dos jogos de plataforma.

Legends promete ser um dos melhores jogos da primeira leva do Wii U!


O Wii (quase) como queríamos!


A bela despedida do Wii
Depois de tanto jogar meu novo console me dei conta que precisava transferir meus dados de jogos do meu Wii para o Wii U. Segui o tutorial publicado no site oficial da Nintendo, e mesmo assim tive alguns problemas. Isso porque as instruções são um pouco vagas e é difícil entender logo de cara o que é necessário ser feito. Após lutar um pouco com meus consoles, o cartão SD e o site pouco informativo da Nintendo, consegui realizar a transferência. O destaque fica para a bela animação criada pela empresa durante a passagem dos dados. Ao invés de colocar uma fria barra de status, diversos pikmins coletam os dados, atravessam todo o console antigo para então chegar a sua nave e viajar para o Wii U. Ao chegar ao novo console os personagens voltam a carregar os dados do Wii, mas agora por corredores e espaços muito mais complexos, que representam a grande complexidade do novo hardware da Nintendo.

Link admirando uma Skyloft mais nítida
Feita a transferência, decidi testar os meus antigos games no console, e a surpresa foi excelente. Ao contrário do que a própria Nintendo divulgou, os jogos de Wii, quando rodados no Wii U têm a sua imagem muito melhorada. Espere só até você ter a chance de jogar Super Mario Galaxy ou Zelda Skyward Sword no console. As cores estão mais vivas e tudo parece muito mais definido do que o que era apresentado no já ultrapassado console da Nintendo. A grande melhora na imagem dos jogos foi uma surpresa muito positiva, que faria com que eu estivesse completamente satisfeito com a retrocompatibilidade do console se não fosse por sua péssima interface.

O Wii U possui dois sistemas operacionais
O problema é que, assim como no 3DS, o console de geração anterior é completamente emulado no console, de forma que não é possível acessar jogos de Wii diretamente pelo menu do Wii U. Ao selecionar a função Wii Menu na tela inicial do novo console, o GamePad é desativado e temos que executar todos os comandos via Wiimote. O Wii Shop Channel também só é acessível pelo Wii Menu, de forma que parte de suas compras ficarão em um menu e outra parte, em outro. É um sistema deveras confuso e pouco funcional, e a Nintendo deveria ter pensado em uma solução que possibilitasse a integração entre os dois sistemas. A solução, a meu ver, foi uma atitude preguiçosa da empresa, que vem fazendo isso desde o 3DS em que temos que nos submeter à ridícula situação de cadastrar nossos dados de conexão em duas telas diferentes, só para satisfazer os dois sistemas operacionais contidos no console. Lamentável.

O sonho multiplataforma


Nosso encontro de hoje está chegando ao fim, mas ainda tenho muito o que dizer a vocês sobre o novo xodó do meu antro nintendista! Como disse em meu texto anterior, adquiri Batman: Arkham City Armored Edition, Epic Mickey 2: The Power of Two e Darksiders 2 juntamente com meu console (e ZombiU, que ainda não chegou e pelo visto vai demorar). Com tantos títulos multiplataforma de qualidade chegando ao console, na próxima semana seguiremos nossa jornada pela nova empreitada nintendista analisando os efeitos do maior apoio third-party no console. E claro, continuarei narrando todas as minhas aventuras pelo console e seus jogos. Ah! Para os que ainda não me adicionaram ou leram meu texto anterior, minha Nintendo ID é gavlatkovic, e sintam-se a vontade para me procurar e tirar qualquer dúvida quanto ao console e seus jogos. Mais uma vez, obrigado pelo feedback e até semana que vem!

Revisão: Ramon Oliveira de Souza

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