Blast from Japan: Blood of Bahamut (DS)

em 09/01/2013

Viver sobre bestas adormecidas, o último refúgio de um mundo destruído, não deve ser muito agradável. A situação fica complicada quando es... (por Farley Santos em 09/01/2013, via Nintendo Blast)

Viver sobre bestas adormecidas, o último refúgio de um mundo destruído, não deve ser muito agradável. A situação fica complicada quando estas criaturas gigantes despertam e decidem eliminar o restante da humanidade. A única esperança é um grupo de guerreiros que decide enfrentar os monstros. Esta é a trama de Blood of Bahamut, RPG de ação desenvolvido pela Think & Feel (Final Fantasy XII: Revenant Wings) e publicado pela Square-Enix. O game, que tem como destaque um modo multiplayer cooperativo para até quatro jogadores, nunca saiu do Japão.

A fúria dos gigantes

Um dos gigantes de Blood of Bahamut
O mundo de Blood of Bahamut é bem diferente do nosso. A terra desapareceu e tudo é um mar de nuvens. O único refúgio das pessoas são os gigantes, imensas criaturas adormecidas por inúmeras eras. A humanidade construiu suas cidades sobre estes monstros e a vida seguiu tranquilamente. Tudo muda quando os gigantes despertam e decidem acabar com os parasitas que vivem em cima deles. Caos e destruição assolou a humanidade, que fugiu para as poucas ruínas penduradas pelo céu. O fim da era dos homens estava perto do fim.

Contudo, nem tudo estava perdido. Um grupo de pessoas decidiu enfrentar os gigantes, mesmo que isso fosse uma loucura sem precedentes. Como um simples humano poderia derrotar uma criatura imensamente maior que si? Não custava tentar. Sendo assim, o grupo de guerreiros liderado por Ibuki, um jovem que tem o poder de um dragão adormecido em seu corpo, parte em uma jornada que é a última esperança da humanidade.
Ibuki e Yui

Uma missão complicada

Blood of Bahamut é um game de ação com aspectos de RPG. O objetivo é simples: derrotar todas as criaturas com sede de destruição. Os monstros são velhos conhecidos de outras franquias da Square-Enix: Ifrit, Shiva, Fenrir, Gilgamesh e, claro, Bahamut. Os confrontos são divididos em pequenas missões, culminando em uma batalha final contra o gigante. São tarefas como  sobreviver por um intervalo de tempo, atacar pontos fracos do monstro e chegar em algum lugar específico do cenário.


Cada personagem utiliza uma arma única e tem também variadas técnicas à disposição. Toda a ação acontece na tela de toque e os guerreiros são controlados através da stylus. Toque em um inimigo para atacar, risque a tela para esquivar e ative uma habilidade especial tocando o ícone. O personagem também pode ser movimentado através dos botões do portátil. Ao fim de cada missão os jogadores são recompensados com experiência e materiais, que podem ser utilizados em uma loja para construir equipamentos melhores. É possível trocar de personagem entre as missões; entretanto, somente os itens e acessórios são compartilhados entre eles.


Combinando forças

Com oponentes tão imponentes, era de se esperar que a dificuldade de Blood of Bahamut fosse elevada. Além de contar com ataques devastadores, os gigantes podem invocar uma quantidade infinita de monstros menores, que sempre atacam em grupos. As grandes criaturas atacam também o cenário, destruindo plataformas e pontos de acesso. Com tantos perigos, a tática de grind se faz necessária: muito tempo é utilizado somente para fortalecer o guerreiro, jogando as missões mais simples inúmeras vezes.


Felizmente, o game oferece um modo multiplayer para até quatro pessoas. Ao unir seus poderes, os guerreiros contam com uma chance de sobreviência maior. Mas não se engane, a dificuldade continua implacável e os participantes precisam montar estratégias para ter sucesso. Uma pena que a modalidade multiplayer só pode ser jogada localmente, um modo online seria muito bem-vindo.


Nada de monstros gigantes no ocidente

Com uma bela direção de arte e jogabilidade que parece ser interessante, Blood of Bahamut tinha tudo para dar certo. Entretanto o título foi um fracasso de vendas, sendo considerado o game de pior vendagem de 2009, eliminando assim um possível lançamento no ocidente. Especula-se que o jogo foi ofuscado por Dragon Quest IX (DS), lançado um mês antes no Japão. A companhia Ignition Entertainment, responsável pela localização de games como Muramasa: The Demon Blade (Wii), interessou-se pelo título e entrou em contato com a Square-Enix, que infelizmente não liberou o jogo. Mais uma vez, os jogadores ocidentais deixam de conhecer outro game legal. Quem sabe Blood of Bahamut não faria sucesso por aqui?


Revisão: Ricardo Bach

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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