Blast Log: Meu primeiro mês com o Wii U - Primeira semana: Que comece a revolução!

em 30/12/2012

Sempre faço o possível para comprar os consoles da Nintendo logo no lançamento, afinal, acredito que a empresa com maior know-how do ramo... (por Unknown em 30/12/2012, via Nintendo Blast)


Sempre faço o possível para comprar os consoles da Nintendo logo no lançamento, afinal, acredito que a empresa com maior know-how do ramo dificilmente me decepcionará. Alias, exceto pelo Virtual Boy, não consigo me lembrar de algum grande fracasso da empresa nesses seus muitos anos de vida. É claro que ela já teve seus pontos comercialmente baixos, como por exemplo, durante as gerações do Nintendo 64 e do GameCube. Mas mesmo naquela época, tais consoles eram os que faziam a minha felicidade gamística. Cresci jogando Nintendo e aprendi a gostar e admirar cada um de seus consoles, jogos e personagens de maneira que não consigo passar qualquer geração sem os consoles da Big N.


O revolucionário Wii
Quando o Wii foi anunciado em 2006, prometendo uma grande revolução na forma de jogar, fui um dos maiores entusiastas. Tentava convencer cada um de meus amigos que o console iria destruir a concorrência e mudar os paradigmas da indústria. Hoje, sete anos depois do anúncio, posso dizer que estava correto, mas não fiquei totalmente satisfeito. O Wii levou a Nintendo de volta ao topo e trouxe um novo público ao mercado de jogos com seu genial controle com sensores de movimento. Mas algo ficou faltando, e foi justamente o que sempre me fez amar a Nintendo. Apesar da grande quantidade de títulos de qualidade, a empresa claramente mudou seus rumos e objetivos de mercado a fim de atrair mais jogadores à festa, e o preço que ela pagou foi alto: jogadores que se dizem hardcore, ou seja, que preferem jogos mais complexos e não tão player friendly acabaram ficando um pouco de lado. Confesso que pela primeira vez em quase vinte anos jogando videogames senti a necessidade de comprar um outro console de outra empresa.

Mudança de foco com o 3DS
Completamente desiludido com a Nintendo, passei um tempo afastado de tudo que a empresa lançava, afinal, estava muito satisfeito com o meu PlayStation 3 (um excelente console, diga-se de passagem). No entanto, no ano passado, tudo começou a voltar ao normal. O lançamento do 3DS fez com que eu voltasse a acreditar que a Nintendo era capaz de satisfazer meus anseios por games hardcore e pelas suas fantásticas franquias, já que a empresa estava claramente investindo para retomar o público perdido, sem deixar de lado o recentemente conquistado. Na E3 do mesmo ano, o Wii U, sucessor do Wii foi finalmente anunciado, e já com o discurso que eu esperava: a conciliação entre o público casual e hardcore. Com o anúncio de diversas séries consagradas que não fizeram aparição no Wii graças às suas limitações, não demorou muito para que eu entrasse no clima e embarcasse mais uma vez no hype train da Nintendo. Hoje, mais de um ano e meio depois, estou com o console em mãos. E posso me encher de orgulho e dizer: obrigado, Nintendo.

Conhecendo o novo console

Finalmente em casa!
Adquiri o console em sua versão preta, a chamada Deluxe, com 32 GB de armazenamento interno, diversos acessórios e uma cópia de Nintendo Land, coletânea de minigames que, assim como Wii Sports, serve de convite para a nova revolução nintendista. Além disso, adquiri cópias de New Super Mario Bros. U, Batman Arkham City: Armored Edition, Darksiders 2, Epic Mickey 2: The Power of Two e ZombiU, que infelizmente ainda não chegou. Assim como o Wii, a caixa do Wii U possui dois compartimentos e todos os componentes do pacotes estão milimétricamente alojados dentro deles. Instalei meu novo console e logo me deparei com a tão falada atualização inicial. E ela, que é insuportavelmente longa, passa a sensação de que estamos sendo torturados pela empresa, que poderia ter enviado os consoles às lojas com o update já realizado.

Após pouco mais de uma hora de espera, fui levado ao menu de configurações iniciais do console, o que passa pela criação de meu usuário no console, Mii (que pode ser importado do 3DS) e Nintendo Id (para os que quiserem me adicionar, gavlatkovic). Logo após essas simples definições, o console (finalmente) está pronto para ser utilizado. Sem grandes cerimônias, me deparo com o menu do console, a Warawara Plaza, uma área habitada por Miis de todo o mundo que ficam próximos do que suas contrapartes no mundo real andam jogando em seus consoles. A ideia parece boba, mas ao observar todos os pequenos avatares dizendo diversas coisas sobre os jogos, já percebi que a Nintendo não estava brincando quando disse que desejava criar uma grande comunidade gamer.

O interessantíssimo menu do console

Miiverse, o Facebook nintendista

O eShop ainda não está disponível por aqui
Minha maior vontade era jogar logo qualquer coisa no console, mas a curiosidade falou mais alto e resolvi explorar tudo que o sistema poderia me oferecer. Naveguei pelas configurações do console, bem como por aplicativos simples como o “Registro de Atividade”, que é algo bastante similar ao que é apresentado no Nintendo 3DS, que fornece estatísticas de tempo de jogo e uso de softwares. Adicionei ao meu círculo de amigos alguns membros do Blast que já possuíam o console e tentei acessar o eShop. Para a minha surpresa, o Brasil ainda não possui tal serviço, e assim, nós, pobres tupiniquins, somos obrigados a criar uma conta americana (ou canadense) para adquirir jogos e baixar demos no console. Após pesquisar que isso deveria ser feito, criei uma Nintendo Id apenas para essa finalidade. Baixei algumas demos, adquiri Trine 2: Director’s Cut e retornei para meu usuário “oficial”.

O magnífico Miiverse em ação
Só faltava então, além de jogar alguma coisa, ver como funcionava o tal do Miiverse. Abri o aplicativo e me deparei com diversas comunidades dos jogos e aplicativos lançados para o console até agora. Cada comunidade funciona como um “mural”, em que as pessoas publicam mensagens, desenhos e screenshots relacionadas ao jogo em questão. A parte legal é que podemos curtir (no caso do console, dar um “joinha”) e comentar as publicações, o que abre um grande leque de possibilidade de interação. Por exemplo, na comunidade de ZombiU, me deparei com jogadores pedindo ajuda para passar de determinadas partes do game e sendo ajudados por outros jogadores. As comunidades são ativas e o nível de interação é fascinante! O que torna tudo mais interessante é a facilidade de contato com outros jogadores. Os famigerados Friend Codes finalmente desapareceram e você pode adicionar qualquer jogador que encontrar em suas andanças online. Apesar de toda a interação vista nesse primeiro contato, ainda não estava convencido sobre a diferença que essa rede social faria no calor das jogatinas. Mas resolvi jogar Nintendo Land...

O parque de diversões da Nintendo

Monita dando mais uma de suas lições
Logo de cara não há como não se espantar com a beleza do título. Apesar do visual simples, o game é tão polido e charmoso que é impossível não se apaixonar pela direção artística empregada pela Nintendo. Estava meu Mii em uma grande área vazia, quando Monita, a robô-comediante-tutorial do jogo começou a me apresentar tudo que eu poderia fazer. Depois de muito blá blá blá e de algumas partidas de The Legend of Zelda: Battle Quest, volto ao grande pátio e me surpreendo com a chegada de diversos Miis. Monita me explica que são jogadores de toda parte do mundo compartilhando postagens pelo Miiverse, agora integrado ao mundo do jogo. E que coisa magnifica! Aqueles Miis passeando pelo meu parque, fazendo todo tipo de comentário possível sobre suas aventuras pelo game. Monita então me liberou para postar no Miiverse, fiz um post bobo, elogiando o jogo, e para minha surpresa, meu comentário foi curtido por algumas pessoas e até fui adicionado por um porto-riquenho adicionador de pessoas aleatórias. Foi aí que percebi o quanto o Miiverse pode enriquecer a experiência de jogo. 

O senso de comunidade criado pela ferramenta é assustadoramente forte, de modo que fica difícil imaginar como vivemos tanto tempo sem algo do tipo. Além disso, serviços como o excelente Web Browser, os downloads e a lista de amigos podem ser acessados a qualquer momento sem que haja a necessidade de sair do jogo. Aparentemente, a Nintendo estudou cada um dos desejos dos jogadores para a criação de uma rede online consistente para seu console para depois criá-la. Contudo, a falta de um sistema de conquistas me decepcionou um pouco. Muitos podem dizer que isso não faz falta, e eu até concordo. Mas se a empresa almeja o público hardcore, ela deixou um dos grandes atrativos dos concorrentes de lado. Se tivesse, não faria diferença para os que não se importam, mas não tendo, faz para os que curtem. Ponto negativo.

Seu parque será habitado por Miis de todo o mundo!

Nintendo Land possui um charme ímpar
Quanto aos minigames de Nintendo Land, posso dizer que superaram minhas expectativas. Boa parte deles possui profundidade e garantirá horas de jogo para qualquer tipo de jogador. Sobre isso, algo recorrente e surpreendente no Miiverse é a quantidade de pessoas reclamando da alta dificuldade do game. Sim, a coletânea de minigames da Nintendo é difícil. A jogabilidade do título é excelente, e o GamePad é usado de formas inovadoras e divertidas, mostrando parte do que podemos esperar do console no futuro. A jogabilidade assimétrica, tão alardeada pela Nintendo, se provou algo que não só funciona como revoluciona o conceito de multiplayer off-line. É difícil entender sem jogar, mas o fato de haver duas telas e dois tipos de controle diferentes na equação faz com que a experiência torne-se algo único, completamente diferente de tudo que já foi criado. Luigi’s Ghost Mansion é o melhor exemplo do que estou falando, já que o portador do GamePad deve eliminar todos os jogadores se utilizando das vantagens de possuir uma tela individual com mais informações que as que os jogadores portando Wiimotes possuem. O conceito é genial, sem mais.

Luigi's Ghost Mansion é um dos minigames mais criativos do pacote

De volta aos tempos do Super Nintendo

NSMB finalmente ganha personalidade
Depois de toda a surpresa positiva proporcionada por Nintendo Land e seu conceito arrasador, decidi jogar New Super Mario Bros. U. Vale ressaltar que o redator que vos escreve é uma das pessoas mais insatisfeitas com essa série. No mundo. Para mim, a série nunca passou de uma gigantesca reciclagem de conceitos dentro de um pacote de fases genéricas e músicas que não chegam nem aos pés do legado do encanador. Assim, comecei a jogar o título bastante cético com o que encontraria. E agora, venho engolir todo o meu orgulho e dizer sem medo: o game é um dos jogos mais legais do personagem que joguei em anos. 

As fases são muito variadas
Praticamente tudo que não me agradava na série foi modificado, os cenários estão mais orgânicos, as burocráticas fases enumeradas divididas entre mundos temáticos foram deixadas de lado em prol de um mundo vasto, tal como o de Super Mario World (SNES) e o level design é extremamente inteligente, fazendo com que este seja o primeiro game da série a oferecer um grau maior de dificuldade para os jogadores. Isso porque ainda nem falei dos modos extras, que estimulam os jogadores a realizar missões dificílimas que exigem muito sangue frio e coordenação motora. Para mim, o título desde já marca o retorno do selo de qualidade da Nintendo em jogos de plataforma 2D do bigodudo. E isso vindo de um jogador com anos de estrada e que lamentava ter que criticar a postura da empresa com a série.

O Miiverse também é integrado ao título

A aventura está apenas começando...

Em uma semana já pude perceber que o Wii U é um console excelente. Claro que ele não é perfeito. Como vários jogadores já constataram, o sistema operacional é um pouco lento, e isso prejudica bastante a experiência, que deveria ser muito mais fluida do que é. No entanto, a Nintendo eventualmente lançará um update que melhorará a performance do sistema, é só uma questão de tempo. Outros pontos são os já mencionados sobre a falta de um sistema de conquistas e a não disponibilidade do eShop em nosso país. O segundo logo será resolvido, com o lançamento oficial do console por aqui, mas acho muito difícil que o primeiro se concretize um dia.

Na próxima semana compartilharei com vocês minhas impressões sobre as demos e de minha primeira aquisição digital: Trine 2: Director’s Cut. Este Blast Log, dividido em quatro textos, resultará em uma análise do novo sistema da Nintendo e de seus jogos iniciais, o que dará uma boa noção dos motivos (ou falta de) para adquirir o Wii U. Aguardo vocês na próxima semana, e não se esqueçam de me adicionar em seus consoles! Até semana que vem!

Revisão: Samuel Coelho

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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