Confrontos militares
Afinal, do que se trata os jogos da série Nintendo Wars? Os títulos da série, em sua maioria, consistem de partidas estratégicas por turnos entre dois ou mais exércitos. O objetivo é simples: derrote todas as unidades do grupo oponente ou capture o quartel general. Uma infinidade de unidades como tanques, infantaria e helicópteros, cada uma com características únicas, estão à disposição dos jogadores. A variedade de unidades possibilita inúmeras estratégias, algo necessário devida a dificuldade elevada das partidas.Mesmo se tratando de jogos cuja a guerra é o assunto principal, os games da série Nintendo Wars sempre apresentam uma boa dose de humor e direção artística que lembra desenhos animados. Os primeiros títulos apresentam introduções e animações divertidas, enquanto Advance Wars é repleto de personagens que podem muito bem ter saído de um cartoon.
A origem das guerras
Lançado em 1988 para NES, Famicom Wars foi o primeiro game da série. Desenvolvido pela Intelligent Systems, o título introduziu todas as mecânicas básicas presentes nos jogos subsequentes. Tudo era bem simples: o jogador tinha que escolher entre os exércitos dos países Red Star e Blue Moon e em seguida derrotar o oponente em um combate por turnos.Aproveitando o sucesso do Game Boy, um novo episódio chamado Game Boy Wars foi lançado para o portátil em 1990. A principal mudança foram os mapas: os espaços foram organizados na forma de hexágonos, permitindo que uma unidade possa atacar em até seis direções diferentes. Uma versão melhorada intitulada Game Boy Wars Turbo foi lançada pela Hudson Soft em 1997.
Já em 1998 foi a vez do SNES receber uma versão da franquia. Super Famicom Wars introduziu várias novidades como mapas, dois novos países (Green Earth e Yellow Comet) e batalhas entre quatro exércitos. Foi também neste game que os comandantes apareceram pela primeira vez, cada um com atributos únicos. Uma última adição foi o sistema de experiência, no qual as unidades ficavam mais poderosas conforme destruíam oponentes. Este recurso só voltou a ser utilizado em Advance Wars: Days of Ruin.
O Game Boy não foi esquecido e várias outras sequências foram desenvolvidas para o portátil pela Hudson Soft. Game Boy Wars 2 (GB) foi uma simples evolução do primeiro game, já Game Boy Wars 3 (GBC) apresentou várias mudanças como a necessidade de coletar recursos naturais para construir novas unidades.
Conquistando o ocidente
Somente 13 anos após o lançamento do primeiro título para Famicom que finalmente a série chegou ao Ocidente. Advance Wars foi lançado para GBA em 10 de Setembro 2001 e foi sucesso de crítica. A intenção inicial da Nintendo era lançar o jogo só no Japão, pois ela acreditava que os jogadores não iriam se interessar por um sistema de jogo tão complicado e em turnos. Sendo assim as mecânicas de jogo foram simplificadas para o mercado ocidental. Curiosamente o contrário aconteceu: o game não foi lançado no Japão por conta dos atentados terroristas do 11 de Setembro, aparecendo somente anos depois na compilação Game Boy Wars Advance 1+2.As principais novidades apresentadas em Advance Wars foram o modo multiplayer para até quatro pessoas, uma campanha com história e personagens mais elaborados, novos modos de jogo como a War Room e os devastadores CO Powers. Em 2003 a continuação intitulada Advance Wars 2: Black Hole Rising foi lançada e foi alvo de críticas por oferecer poucas mudanças em relação ao seu antecessor.
Duas telas, poucas mudanças
O sucesso da franquia garantiu novos títulos para o Nintendo DS. Lançado em 2005, Advance Wars: Dual Strike trouxe inúmeras novidades como a possibilidade de usar dois comandantes que podem ser trocados durante a batalha, habilidades que dão inúmeras vantagens, novos veículos e inúmeros novos modos de jogo. Mesmo sendo um dos games mais completos da série, Advance Wars DS foi novamente muito criticado por ser muito parecido com seus antecessores de GBA.Foi assim que a Nintendo decidiu radicalizar e mudou tudo em Advance Wars: Days of Ruin (DS, 2008). O game se passa em um mundo pós-apocalíptico e a atmosfera é pesada, bem mais apropriada para um jogo cujo confrontos militares são o centro da ação. A jogabilidade foi retrabalhada, tirando o foco das vantagens dos comandantes e enfatizando o fator estratégico. Modos extras como War Room e Survival foram removidos, mas um modo multiplayer online foi adicionado. As mudanças não foram bem recebidas pelos fãs, sendo o game considerado um dos mais difíceis da franquia.
Explorando outros estilos
O Nintendo 64 não recebeu nenhum episódio da franquia. Para compensar isso um jogo completamente diferente foi desenvolvido para GameCube pela Kuju Entertainment. Battalion Wars (2005) é um game de ação que é uma mistura de shooter em terceira pessoa com vários elementos de estratégia. Qualquer unidade pode ser controlada e é possível dar ordens para os outros aliados. Uma continuação chamada Battalion Wars 2 foi lançada para Wii em 2007 e incluia novidades como modo online e veículos navais. Os games foram bem avaliados pela crítica.Uma curiosidade é que o primeiro título iria se chamar “Advance Wars: Under Fire”, mas a Nintendo achou melhor trocar o nome para evitar confusões. Já no Japão os games se chamam “Totsugeki!! Famicom Wars” e “Totsugeki!! Famicom Wars VS”, deixando explícito que ambos também fazem parte da série Nintendo Wars.
Uma longa série
Ficou confuso com tantos títulos? Confira a lista de todos os games da série:- Famicom Wars (NES, 1988, somente no Japão)
- Game Boy Wars (GB, 1990, somente no Japão)
- Game Boy Wars Turbo (GB, 1997, somente no Japão)
- Super Famicom Wars (SNES, 1998, somente no Japão)
- Game Boy Wars 2 (GB, 1998, somente no Japão)
- Game Boy Wars 3 (GBC, 2001, somente no Japão)
- Advance Wars (GBA, 2001)
- Advance Wars 2: Black Hole Rising (GBA, 2003)
- Game Boy Wars Advance 1+2 (GBA, 2004, somente no Japão)
- Advance Wars: Dual Strike (DS, 2005)
- Battalion Wars (GC, 2005)
- Battalion Wars 2 (Wii, 2007)
- Advance Wars: Days of Ruin (DS, 2008)
Curiosa arte da versão japonesa de Advance Wars: Dual Strike |
Uma estratégia vitoriosa
Revisão: Marcos Vargas Silveira